A advogada e presidente da ONG PIPA (Protetores Independentes da Praça) e da Comissão de Defesa dos Direitos dos Animais da OAB Criciúma, Rosane Machado de Andrade, apurou críticas contra os serviços prestados pelo Núcleo de Bem-estar Animal. Segundo ela, problemas estão acontecendo desde que a Fundação Municipal de Meio Ambiente de Criciúma (Famcri), que era responsável pelo espaço, foi convertida em Diretoria de Meio Ambiente vinculada à Secretaria Municipal de Saúde.
Rosane visitou o local na quinta-feira (7) e relatou no programa Conexão Sul da Rádio Som Maior na última sexta-feira (8), que os dez cães que estão sob cuidados do núcleo são bem alimentados, mas não recebem medicação. Ela ressalta que a ideia inicial do centro era de ser uma casa de passagem, mas os animais resgatados estariam permanecendo lá por mais tempo que o devido, trancados em condições inapropriadas e sem direito a banho de sol.
“São dez animais que estão lá (…), e eles estão confinados. Eu senti como se estivesse indo no presídio visitar alguém. Um espaço que poderia ter uma área para tomarem sol, os animais ficam nas baias o dia todo. Os animais que recebem boa alimentação, só que não tem um medicamento”, exclamou a advogada.
Ela ficou emocionada com a situação que encontrou e acredita que os animais deveriam sair do canil para “desestressar”. “Todos eles se aproximam e te pedem carinho, e é isso que me comove, por que eles só querem isso, eles só querem carinho. São uns bichinhos maravilhosos, só querem um lar”, lamentou.
Coordenador do Núcleo contrapõe
O coordenador do Núcleo de Bem-estar Animal, Christophe Maximiano de Lima, negou as acusações. “A realidade que está sendo colocada por algumas pessoas, é completamente errônea. A gente está fazendo bastante melhorias lá no setor e já vinha fazendo um trabalho. Tem muitos municípios que vão lá se inspirar para fazer a mesma estrutura no seu município”, disse.
Segundo ele, espaços na área externa estão sendo providenciados, um “espaço pet” será construído, para que os animais possam sair de dentro do canil, foram chamados dois higienizadores para a limpeza e os medicamentos estão sendo licitados.
Os animais são levados a área externa diariamente. “Todos os dias, após a limpeza do canil, a gente passeia com eles. A não ser aqueles que foram atropelados, que não conseguem andar, mas assim que eles começarem a melhorar a gente passeia com eles também”, contou Christophe.
Ele relatou sobre uma cadela mais idosa, apelidada de Mafalda, que tinha uma fratura, não andava e estava abandonada na rua. Christophe a levou em um colega veterinário que realizou sessões de acupuntura no animal, fazendo ela voltar a andar. “Levamos no veterinário, fizemos todos os exames necessários, e ela está lá, eu não vou devolver ela pra rua, a não ser que a gente ache um lugar muito bacana para ela”, comentou.
Ouça a entrevista de Rosane Andrade no podcast do Conexão Sul: