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Quando surgirá remédio contra a Covid-19?

Pneumologista Renato Matos fala sobre medicamento que teve eficácia in vitro de 94%: 'a cloroquina não é tão diferente e hoje se tem menos esperança'

Por Heitor Araujo 16/04/2020 - 12:54 Atualizado em 16/04/2020 - 12:55
Foto: Divulgação
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A medicina continua na busca pela vacina e medicações contra o coronavírus. No entanto, é difícil projetar quando uma cura contra a Covid-19 será descoberta. A cloroquina, que por algum tempo foi a grande esperança, cai em descrédito na comunidade internacional por não conseguir-se comprovar a eficácia. Agora, outro medicamento, cujo resultado de pesquisa in vitro contra o vírus apresentou eficácia de 94% no Brasil, é a bola da vez.

No entanto, o pneumologista Renato Matos alerta: o resultado nos humanos pode ser bem diferente. "É totalmente diferente a situação 'in vivo'. A eficácia da cloroquina in vitro não é tão diferente disso (de 94%), por isso colocaram-na com tanta esperança. Quando vai para a vida real, que se mede a eficência do remédio no dia a dia das pessoas, é muito longe disso. Hoje a comunidade médica tem muito menos esperança na cloroquina do que há dez dias", aponta Renato.

O pneumologista, no entanto, mantém a positividade sobre a pesquisa inicial realizada no Brasil sobre o novo medicamento. "É um alento, todos nós estamos esperando isso (uma cura). Existem centenas de trabalhos correndo no mundo todo em busca de um tratamento, mas até agora não teve nenhuma medicação que nos desse segurança. Tem uma medicação sendo testada nos Estados Unidos que é o Remdesivir que os primeiros trabalhos mostraram uma eficácia bastante razoável, mas tem que ser feito tratamento de uso a longo prazo, fazendo comparações entre os pacientes que usam e que não usam, como está sendo feita com a cloroquina agora", esclarece.

"Se espera que uma vacina demore um ano, um ano e meio (para ser encontrada). A ebola, que se restringiu a algumas regiões, até hoje não se tem uma vacina eficaz. A cloroquina também foi utilizada contra o ebola e não surtiu efeito", acrescenta o médico, lembrando que o isolamento ainda é a principal arma contra o coronavírus.

"Medicamento para surto é um grande problema. Diz-se: 'que vergonha, o mundo com uma tecnologia, uma medicina fantástica que faz transplantes, está sendo dobrado por um vírus'. Vamos usar o ebola de exemplo. Surge, os laboratórios fazem grande investimento (para achar cura e vacina) e a doença desapareceu. Quem investiu milhões de dólares numa vacina, perdeu tudo. O coronavírus também isso é um receio. O importante é uma associação entre a indústria farmacêutica com os governados, que podem bancar prejuízos que podem ocorrer", concluiu Renato. 

Estudo brasileiro

Foi divulgado na quarta-feira, no site do governo, o estudo feito no Brasil sobre a possível medicação contra o coronavírus. Diz a nota:

"Ministério Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) anunciou, em coletiva de imprensa no Palácio do Planalto nesta quarta-feira (15), algumas pesquisas brasileiras que se destacam em busca de soluções de combate ao coronavírus. Uma pesquisa em andamento é sobre um remédio promissor contra a Covid-19, que começará a ser testado em 500 pacientes nas próximas semanas, segundo o ministro Marcos Pontes. Em análises in vitro, o medicamento reduziu em 94% a carga viral nas células infectadas pelo coronavírus. A estimativa é de que os resultados dos estudos clínicos em pacientes sejam concluídos até a metade do mês de maio.

A ideia é avaliar se o composto selecionado é eficaz e seguro para que seja recomendado como tratamento. Seguindo o protocolo clínico, serão testados pacientes com mais de 18 anos, com pneumonia inicial e sintomas típicos da doença. Parte do grupo receberá placebo, e outra parte receberá o medicamento para avaliar sua eficácia. O tempo de avaliação de cada paciente será de 14 dias.

O nome do medicamento selecionado será mantido em sigilo até que os resultados dos testes clínicos demonstrem a sua eficácia em pacientes. O que se pode adiantar é que o fármaco tem baixo custo, ampla distribuição em território nacional, não provoca efeitos colaterais graves e pode ser usado por pessoas de diversos perfis, inclusive em formulações pediátricas.

“Os testes clínicos funcionando perfeitamente, aproximadamente pelo meio de maio a gente tem uma ferramenta muito efetiva para combater essa epidemia aqui no Brasil, e resolver todos esses problemas. De novo: ciência e tecnologia é o caminho para a gente vencer tudo isso. É através da ciência e tecnologia que a gente consegue atacar a causa do problema e ter esse resultado”, destacou o ministro Marcos Pontes durante coletiva. 

Tags: coronavírus

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