O auditório da AMVE - Associação dos Municípios do Vale Europeu lotou, na manhã deste sábado (21), em Blumenau, com prefeitos e prefeitas de diversas regiões do estado que tiveram seus municípios atingidos pelas chuvas deste mês, para um encontro com o ministro Alexandre Padilha, das Relações Institucionais. Padilha veio a Santa Catarina numa visita articulada pelo presidente nacional do Sebrae, Décio Lima, e pela vice-líder do governo na Câmara, deputada federal Ana Paula Lima, junto com a AMVE e as associações do Alto Vale (AMAVI) e da Foz do Rio Itajaí-Açu (AMFRI).
Na reunião, Padilha ouviu as demandas dos prefeitos quanto à necessidade urgente de recursos e reforçou o compromisso do governo do presidente Lula para a recuperação das cidades atingidas. Prefeito em exercício de Vitor Meirelles, Ivanor Boing afirmou que cerca de 80 residências foram inundadas na área urbana da cidade, além da queda de 10 pontes e 30 barreiras. Mas o maior prejuízo foi na produção agrícola do município, com as perdas das lavouras de milho e fumo e nas pastagens para o gado leiteiro.
Segundo Alexandre Padilha, o encontro com os prefeitos e prefeitas serve como
uma grande reunião de trabalho. “Estamos aqui para ouvir e para dizer tudo o que o governo do presidente Lula está fazendo por Santa Catarina. E tem um peso simbólico importante que é demonstrar o compromisso de todos nós com os catarinenses. O governo Lula está do lado da população catarinense, das famílias, dos gestores municipais e do governo do estado. Os recursos já estão disponíveis, e estamos aqui para agilizar os planos de ação de cada município. Se houver algum problema para a inserção dos dados no sistema, vamos encontrar formas de solucionar isso o quanto antes”, afirmou.
O ministro disse que o presidente Lula só não veio a Santa Catarina porque ainda se recupera de uma cirurgia ortopédica. “Ainda dentro do hospital, fez questão de ligar, para colocar o governo à disposição de Santa Catarina. Mas ele determinou, junto com o vice-presidente Geraldo Alckmin, que não faltem recursos e o apoio do governo federal para as obras que diminuam os riscos de novas enchentes. O PAC é dinâmico, na medida que identificarmos obras que possam resolver ou minimizar os problemas, vamos incluí-las. O presidente disse que está disposto a editar uma Medida Provisória para colocar mais recursos ainda, e que conta com a ajuda da bancada federal catarinense para isso”, destacou Padilha.
Décio afirma que reunião desburocratizará acesso aos recursos federais
Décio Lima agradeceu a presença do ministro Padilha, que alterou sua agenda para estar em Blumenau. “Estamos agora diante de um governo que dá a devida atenção a Santa Catarina, tanto que, das cinco maiores obras do PAC, três são de rodovias aqui do estado. Esse encontro é uma oportunidade para desburocratizar um pouco o acesso dos recursos que o estado precisa, para alcançarmos os resultados, o mais rápido possível, para recuperar o que foi danificado. O presidente Lula autorizou o ministro Padilha a elaborar a Medida Provisória com as verbas que forem necessárias para Santa Catarina”, disse Décio, ressaltando a necessidade de obras estruturantes.
Segundo o presidente do Sebrae, o projeto Jica, uma parceria com o governo do Japão para a contenção de cheias no Vale do Itajaí, precisa ser atualizado. “Mas essas obras são importantes para termos uma garantia de segurança para a população que vive no entorno do Rio Itajaí-Açu, mais de 1,5 milhão de pessoas. O último investimento em barragens em SC foi em 2013, mais de R$ 300 milhões. E precisamos construir mais três. E também, com relação ao setor produtivo, nós vamos ter uma reunião posterior com as micro e pequenas empresas para encontrarmos uma solução conjunta, governo estadual, BRDE, Badesc e Sebrae, para a concessão de crédito subsidiado para eles poderem recuperar os seus negócios”, afirmou Décio.
A deputada Ana Paula Lima disse ter conversado com o presidente Lula sobre a situação em Santa Catarina e que ele está ciente de que a primeira porta que as pessoas batem em uma situação de emergência, como a das cheias recentes, é a dos prefeitos. “O presidente Lula sabe da angústia de todos os prefeitos que estão aqui, e prontamente colocou todas as estruturas do governo federal à disposição de Santa Catarina. O Fórum Parlamentar Catarinense se reuniu, fizemos o dever de casa, e o governo federal entendeu o nosso problema. Mas foi preciso toda uma reestruturação. A Defesa Civil Nacional só tinha R$ 25 mil para atender todo o país em janeiro deste ano. O governo do presidente Lula precisou editar a PEC emergencial para poder, hoje, socorrer os municípios atingidos pelas chuvas”, disse a vice-líder do governo.