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Startup catarinense desenvolve biotecnologia inovadora para diagnóstico de infecções em aves

Nova ferramenta molecular, desenvolvida em parceria com a Udesc, também verifica eficácia de imunizações nos animais

Por Redação Florianópolis, SC, 21/01/2021 - 22:08
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

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A Scienco Biotech desenvolveu e patenteou, em parceria com a Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), uma biotecnologia para identificar anticorpos em aves. O método inovador será usado, por exemplo, para detectar doenças infecciosas em galinhas e codornas e para verificar a eficácia de imunizações nesses animais. “Essa nova ferramenta molecular será muito importante para melhorar o custo, a eficiência e a rapidez dos diagnósticos em aviários”, explica Maria de Lourdes Borba Magalhaes, sócia-fundadora da startup com sede em Lages.

Segundo Maria de Lourdes, que também é professora de Produção Animal e Alimentos do Departamento de Ciências Agroveterinárias da Udesc, o próximo passo é utilizar a biotecnologia em testes comerciais de diagnósticos. “Estamos fazendo parcerias com outras instituições para que possamos substituir a parte de detecção do anticorpo pela nossa tecnologia”, conta.

A importância dos testes de diagnóstico usados para detectar doenças infecciosas causadas por vírus, bactérias ou fungos ficou evidente por causa da crise provocada pelo novo coronavírus. A Scienco Biotech, inclusive, está desenvolvendo uma tecnologia para detectar a presença do Sars-Cov-2, vírus que causa a Covid-19.

De acordo com Maria de Lourdes Borba, a startup desenvolveu uma proteína que se liga aos anticorpos das aves. Usada em testes de diagnóstico, a biotecnologia poderá ser usada de duas formas nos aviários: mostrará se as aves estão doentes ou, após uma vacinação, se estão devidamente imunizadas. 

Nos humanos, os anticorpos, que ajudam a proteger de infecções, são do tipo IgG (imunoglobulinas G). “As aves, que têm uma importância econômica para o nosso Estado, também precisam ter a sanidade monitorada através da detecção de anticorpos. Mas os métodos que existem hoje são arcaicos”, informou a professora.

Inicialmente, a proteína foi desenhada a partir dos conhecimentos teóricos. Em seguida, passou a ser produzida em laboratório com o uso de bactérias. “Buscamos no genoma da galinha uma proteína com capacidade de se ligar aos anticorpos. Na verdade, criamos uma proteína meio Frankstein – pegamos o pedaço de uma e juntamos com outra. Ela já se mostrou funcional, provou que detecta anticorpos de galinha e de codorna e não detecta anticorpos de várias outras espécies. E desenvolvemos um protótipo onde determinamos a sensibilidade do teste, para ver o mínimo de anticorpos que ela pode detectar”, explicou a professora.

Futuramente, a biotecnologia também poderá ser utilizada em testes de diagnóstico de doenças em outros animais, inclusive humanos.  

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