Nesta quarta-feira, 26, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por unanimidade, aceitar a denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete acusados, que agora se tornam réus em uma ação penal relacionada a uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Acusações e réus
Os crimes imputados aos réus incluem organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pelo emprego de violência e grave ameaça, e deterioração de patrimônio tombado. As penas, se somadas, podem ultrapassar 30 anos de reclusão.
Além de Jair Bolsonaro, os outros sete réus são:
- Walter Braga Netto, general da reserva e ex-ministro da Casa Civil;
- Augusto Heleno, general da reserva e ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
- Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal;
- Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
- Paulo Sérgio Nogueira, general e ex-ministro da Defesa;
- Mauro Cid, tenente-coronel do Exército e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Próximos passos do processo
Com o recebimento da denúncia, inicia-se a fase de instrução processual, na qual serão coletadas provas e ouvidas testemunhas de defesa e acusação. Cada réu pode arrolar até oito testemunhas por crime imputado, totalizando até 40 testemunhas por acusado.
Após a fase de instrução, o STF realizará o julgamento para decidir sobre a culpabilidade ou inocência dos réus. Em caso de condenação, as penas podem variar conforme a participação de cada acusado nos supostos crimes.
Posicionamento de Jair Bolsonaro
O ex-presidente Jair Bolsonaro nega as acusações e afirma que o processo é uma forma de perseguição política. Ele alega que não participou de nenhuma tentativa de golpe e que sempre atuou dentro dos limites da Constituição.
Este caso representa um momento significativo na história política e jurídica do Brasil, destacando a importância das instituições democráticas e do Estado de Direito no país.