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Tem criminosos que já furtaram mais de 200 vezes em Criciúma

Indagado sobre quantidade de pequenos furtos, comandante do 9° BPM refere a reincidência por conta da legislação falha como razão

Por Denis Luciano Criciúma, SC, 14/02/2022 - 16:44 Atualizado em 14/02/2022 - 16:45
Coronel Sartor no Conexão Sul desta segunda / Foto: Bruno Gallas / 4oito
Coronel Sartor no Conexão Sul desta segunda / Foto: Bruno Gallas / 4oito

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As tantas imagens de bandidos carregando grades e quaisquer peças metálicas de condomínios e residências continuam alarmando. Rotina que não é diferente em Criciúma. Esses pequenos furtos foram comentados pelo comandante do 9º Batalhão de Polícia Militar de Criciúma, tenente coronel Sandi Sartor, em entrevista ao programa Conexão Sul na Rádio Som Maior na manhã desta segunda-feira, 14.

"Estamos cientes desses delitos. Infelizmente, a falta do encarceramento desses autores de furtos é uma razão desse problema. É a impunidade, culpa da nossa legislação que não permite o encarceramento. A polícia prende e o Judiciário solta por força de lei", comentou. "Prendemos a mesma pessoa três vezes por semana. No ano passado, tivemos mais de 300 prisões por furtos. A gente busca sempre trabalhar com prevenção", ressaltou.

O coronel contou que há dezenas desses autores de pequenos furtos que já foram apanhados mais de 60 vezes. "Eles não ficam presos. São dezenas com 60 a 80 prisões feitas pela PM. Se tivesse sido encarcerado por mais tempo, não cometeria tantos delito. Se foi preso 80 vezes, deve ter cometido até uns 200 furtos, contando aquelas vezes que não conseguimos apanha-los", relatou Sartor.

O comandante confirmou que os objetos furtados são, via de regra, trocados por dinheiro ou drogas. "Combatemos com muito afinco o tráfico, tiramos mais de 300 quilos de entorpecentes de circulação no ano passado", enfatizou. Outra preocupação é com a receptação desses itens. "Listamos de 15 a 20 pontos de receptadores e identificamos vários desses autores dos pequenos furtos por imagens de câmeras, e encaminhamos à Polícia Civil para as investigações", sublinhou.

Sartor enfatizou que toda a inteligência que a PM possui é empregada no mapeamento de locais e horários mais comuns desses furtos. "Tivemos um aumento de 3,6% nesse tipo de delito", reconheceu. "Ontem tivemos a prisão de quatro autores de tentativas de roubo, que tentaram assaltar um casal num veículo. Recuperamos mais um veículo furtado nessa manhã. Mais duas prisões por furtos, receptadores de veículos e objetos presos", relacionou.

A falta de efetivo

A Polícia Militar enfrenta um problema crônico de efetivo em todo o Estado, o que se reproduz em Criciúma e região. "Temos dificuldades no efetivo. Na última distribuição de soldados no ano passado, de novos 500 policiais Criciúma recebeu 1, Forquilhinha, Nova Veneza, Siderópolis e Treviso também receberam 1 cada", relacionou. 

Sartor adiantou que, ao longo desse ano, cerca de 30 policiais do batalhão de Criciúma deverão partir para a reserva remunerada. "Tivemos saídas e transferências. Temos prontos alguns policiais indo para a reserva remunerada, fora os dos anos anteriores, também com algumas saídas", observou. 

Uma expectativa de reforços tem relação com a Operação Veraneio, que está em andamento. "Serão distribuídos 535 policiais que estão servindo nas praias, não temos os números absolutos de quantos policiais virão para cá, mas seremos atendidos", explicou.

Atualmente, Criciúma conta com um efetivo de 220 policiais militares. "Já chegamos a ter 300", lembrou o comandante. "Hoje temos 1 policial para cada 1 mil habitantes", contou. Ele lembrou que, em 2021, o batalhão atendeu mais de 37 mil ocorrências, uma média de mais de 100 por dia, tanto as demandadas via 190 quanto pelo aplicativo PMSC Cidadão.

Queda dos homicídios

Criciúma registrou, até o momento, dois homicídios em 2022. "No ano passado todo foram 9. Em 2014, por exemplo, foram 60. É uma queda substancial", destacou Sartor. "Muito por conta de controle de rivalidades de facções criminais. A retirada de circulação de armas de fogo, que era o principal meio utilizado para o homicídio. A PM retirou de 60 a 70 armas por ano de circulação, isso reduz bastante os crimes violentos", referiu. 

Ele contou que o compartilhamento de armas é comum entre diferentes bandidos, por isso a apreensão das armas é tão importante. "As armas são compartilhadas por diferentes bandidos", comentou.

Sartor apontou, ainda, a importância das blitzes e reforçou o apelo para que as pessoas não informem a outras, em redes sociais por exemplo, quando elas estão ocorrendo. "A fiscalização de trânsito é apenas uma consequência. O que buscamos nessas barreiras é tirar de circulação armas, drogas, foragidos, veículos furtados e clonados, veículos roubados e, por consequência, o trânsito, que é a última fiscalização", referiu. "Os roubos diminuíram, mas muitos utilizando armas brancas, já que há menos armas de fogo circulando", completou.

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