Será o último respiro. A esperança que resta para o Tigre permanecer na Série B é o confronto deste sábado diante do Sampaio Corrêa. Uma vitória garante o tricolor na competição no ano que vem, se perder ou empatar precisa torcer para resultados paralelos para permanecer na Segunda Divisão do futebol brasileiro. Se do lado de dentro do campo os jogadores prometem total dedicação pelos três pontos, na arquibancada a torcida também espera fazer a sua parte.
A promoção a R$ 5 reais mais um quilo de alimento não perecível em troca de uma entrada de arquibancada, divulgada pelo clube na terça-feira, teve o primeiro lote de dois mil ingressos esgotado ontem. Um novo conjunto de mais dois mil ingressos já está à venda na Tigremaníacos, no Posto Stadium e na empresa Cristalcopo e com alta procura, o que promete um Majestoso cheio na partida decisiva para o Tigre.
Mas, mais do que apenas vestir a camiseta preta, amarela e branca e ir ao Heriberto Hülse neste sábado, tem torcedor fazendo loucuras para tentar, seja pelo apoio ou pela fé, manter o tricolor carvoeiro na B. Um desses casos é da recuperadora de crédito Ana Paula da Silva. Apaixonada pelo Criciúma desde os cinco anos de idade, nos últimos três meses ela passou literalmente a seguir o time.
Nos últimos três jogos, sempre que possível, a torcedora passou a se fazer presente não só nas arquibancadas do Majestoso, mas pelos estados do Brasil onde o Tigre jogou. “Eu sempre acompanhei o Criciúma dentro do Estado. Mas nesta reta final da Série B vi que mais do que nunca o time precisava de torcida e passei a acompanhar o time”, contou.
Quase nove mil quilômetros
A primeira viagem mais longa foi para Caxias do Sul, naquela vitória por 1 a 0 sobre o Juventude. Contra o Paysandu, no Pará, e Boa Esporte, Minas Gerais, não conseguiu viajar. Mas daí para frente não falhou mais nenhuma partida. “Fui para Sorocaba para ver o jogo contra o São Bento, depois Florianópolis contra o Figueirense, para o Paraná ver o jogo em Londrina e agora e por último Goiânia, no empate contra o Vila Nova”, enumerou.
A paixão pelo Criciúma é tanta, que muitas das vezes deixou de comprar coisas para si mesma para seguir o clube de coração. Também tem oito tatuagens que remetem ao tricolor espalhadas pelo corpo e casa decorada com as cores do Tigre. “Só nesta viagem para Goiás, gastei mais de R$ 2 mil com passagens de ônibus, alimentação e hospedagem. Parece loucura, mas, na verdade é amor”, disse.
Sábado, lógico, ela estará sentada em um dos locais da arquibancada do Majestoso. “Estou confiante, vamos ficar na B com certeza. O time jogou bem o último jogo. É hora da torcida vir em peso, ter paciência e apoiar o time, sem críticas. É momento de torcer, independentemente da situação”, pediu.
Um pouco mais perto
Não serão os quase nove mil quilômetros percorridos por Ana Paula, mas serão 12 quilômetros de caminhada e muita fé. Essa é a distância que separa o Estádio Heriberto Hülse do Santuário de Nossa Senhora do Caravaggio, em Nova Veneza. No sábado pela manhã, um grupo de torcedores do Criciúma, liderado pelo estudante de direito Emerson Costa, se reunirá em frente ao Majestoso e partirá rumo ao local em devoção a Santa. Tudo para fazer um pedido: a permanência na Série B.
“Acho que neste momento vale tudo. Já fiz isso outras vezes. Em 2013 quando o Criciúma conseguiu ficar na Série A e também em 2014, quando o Tigre jogou contra o Santos aqui e deixou a lanterna da tabela. Desta vez vamos pedir para ela (Nossa Senhora do Caravaggio), ajudar a gente de novo”, falou.
Até o momento, quase 10 pessoas já estão confirmadas. “É uma situação complicada. O Criciúma tem uma bela história. Não podemos deixar que caia para a Série C em um jogo contra um time rebaixado”, completou Emerson.