Últimos dias para carros de 2009 nos aplicativos

Vários carros que rodam pelas ruas de Criciúma e região servindo aos aplicativos Uber e 99 terão que deixar de circular a partir de 1º de fevereiro de 2020. "É que os veículos precisam ter dez anos de uso. É regra dos aplicativos. Como vamos virar de 2019 para 2020, os veículos fabricados em 2009 não poderão ser utilizados nas plataformas", explica o presidente da Associação dos Motoristas Particulares e por Aplicativos do Sul Catarinense, Róbson Cechinel. "A Uber e o 99 estão dando 30 dias de tolerância, esses motoristas estão recebendo mensagens dizendo que no começo de fevereiro esses veículos serão desativados da plataforma", detalha.

Para continuar trafegando, esses motoristas deverão trocar de carro. "Ou por carros zero quilômetro ou por carros de 2010 em diante como ano de fabricação", destaca Cechinel. "Em algumas praças, como São Paulo e Rio de Janeiro, a exigência é de no máximo oito anos de fabricação, mas em Criciúma ainda estamos negociando a regulamentação com a Câmara e a prefeitura. A fiscalização direta não existe, mas o aplicativo desativa o carro nesses casos", reforça o presidente.

Estima-se que há cerca de 500 motoristas trafegando por Criciúma e região por aplicativos. "São motoristas de Criciúma, Içara, Forquilhinha, Nova Veneza, tem casos de motoristas de Içara e Cocal do Sul que trabalham em Criciúma e voltam para as suas cidades", refere. 

Não existe uma estimativa de quantos carros poderão deixar as ruas com a inatividade dos modelos 2009. "Mas tem o contraponto, os carros que saem e os que ingressam no sistema", observa Cechinel. Outro fator que vem preocupando é a segurança. Houve um crime recente que tirou a vida de um motorista de aplicativo em Içara. "Aquela fatalidade foi um caso isolado. Alguns motoristas desistiram, com certo receio, mas aqui temos a sorte de ser uma região calma em comparação com outros grandes centros como Porto Alegre. Houve um em Salvador onde o motorista foi assassinado, mas nossa região tem muitas pessoas de bem que usam a plataforma", cita. "Ao mesmo tempo que alguns motoristas se desligaram, outros aderiram ao serviço. Como uma segunda fonte de renda, a pessoa está desempregada, tem um carro, gosta de dirigir, usa isso como fonte de renda", complementa.