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Um caso de homofobia nas ondas do rádio

Jovem não gostou de ouvir comentário sobre "mais um casal gay na cidade" e denunciou radialista em Orleans. Polícia investiga

Por Denis Luciano Orleans, SC, 15/05/2020 - 17:08
Adriel contou o caso em rede estadual nesta sexta / Reprodução / NSC TV
Adriel contou o caso em rede estadual nesta sexta / Reprodução / NSC TV

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Uma denúncia envolvendo um radialista e uma emissora de rádio em Orleans virou caso de polícia. O jovem Adriel Fernando Marcílio Inácio usou as redes sociais para informar que ficou impactado com um comentário do apresentador Carlos Almeida. Confira:

Venho denunciar publicamente a ação irresponsável e nada profissionalista de um locutor da Rádio Cultura FM de Orleans, sul de Santa Catarina. Tal ação foi representada por comentários homofóbicos, logo criminosos, por parte do então (nada) profissional. Dentre as frases proferidas na manhã do dia 05/05/20, estão "é mais um caso gay na cidade" dando a entender que ser lgbt é uma doença e "a viadagem aí a solta". Discursos como esses - que nada tem de liberdade de expressão, embora invoquem o termo para legitimar o ódio e o preconceito - são responsáveis pela morte de pessoas LGBTs diariamente. No país que mais mata pessoas LGBT+ no mundo, se faz necessário vir a público denunciar o preconceito bastante arraigado nas cidades do interior do Estado. A fala do locutor escancara o que desejam a respeito das pessoas LGBT: querem que se escondam, e deixem de ser quem realmente são, na contramão da liberdade de expôr seus afetos, suas sexualidades e corporalidades. É inaceitável que um comunicador, cuja função social é informar com respeito e responsabilidade a comunidade de Orleans, siga sem ser responsabilizado pela atitude infeliz da qual lançou mão. LGBTfobia, como foi determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) é CRIME e deve ser punida - por enquanto - pela Lei de Racismo (7716/89). Deste modo, o locutor da rádio local deve receber o que lhe cabe.

"Eu estava almoçando com a minha mãe, a gente sempre escuta rádio no horário, para saber as notícias da cidade. Foi aí que escutamos esse crime ao vivo", contou. "Na hora não sei explicar, foi um mix de emoções, raivas e tristeza", destacou. O delegado Ulisses Gabriel montou um inquérito e está apurando a denúncia. "Acabei instaurando inquérito que tem por objetivo a apuração desse fato, e verificar se na conduta do radialista ocorreu indução a preconceito em razão da orientação sexual", referiu.

Homofobia está, desde o ano passado, enquadrado no Brasil como crime de racismo. "Depois que eu falei, fui me tocar que havia feito um grande erro. No outro dia eu vim pedir desculpas, até que me perdoassem. A gente fica constrangido e apreensivo", disse Carlos Almeida, que foi citado pela direção da emissora a se retratar e pedir desculpas no ar.

(Com informações do G1 SC)

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