Criciúma já está se encaminhando para o seu décimo mês de combate a pandemia do novo coronavírus. De lá para cá, já foram 190 mortes em decorrência da doença no município e milhares de casos registrados - muitos deles, ainda ativos. O maior hospital do sul catarinense, o São José, vem trabalhando incansavelmente nos últimos nove meses para minimizar os efeitos da Covid-19, e atualmente enfrenta uma dura realidade: Unidades de Terapia Intensiva (UTI’s) lotadas e profissionais exaustos.
De acordo com o diretor do São José, Raphael Elias de Farias, o hospital vem mantendo uma situação bastante preocupante nos últimos 30 dias, com uma alta na taxa de ocupação dos leitos de internação clínica e 100% de ocupação dos leitos de UTI.
“Agora com o final do ano, a gente vendo todos os dias um grande quantitativo de casos novos na região de Criciúma, nos preocupa as reuniões familiares onde poderão haver as aglomerações de pessoas, sem máscaras e com contatos próximos, sendo este um ambiente propício para a transmissibilidade do vírus.
No início da pandemia de Covid-19, o São José contava com 30 leitos gerais de UTI. Esse número mais do que dobrou nos últimos meses e, atualmente, o hospital conta com 65 leitos de UTI, dos quais 35 são disponibilizados para uso exclusivo de pacientes com coronavírus e estão sempre lotados.
“Os profissionais da saúde estão sempre empenhados, desde o início da pandemia. Agradeço a toda a equipe de apoio, de enfermagem e de médicos que não mediram esforços para conter esse quadro. Eles estão realmente exaustos, mas ainda em atividade e mantendo com suas obrigações. Mas esse final de ano nos preocupa, por essa possibilidade de transmissão com leitos 100% ocupados”, destacou Raphael.
Santa Catarina como um todo vem vivendo a segunda, e pior, onda da pandemia nesses últimos dois meses. Em questão de números, dezembro já é o mês com a maior quantidade de óbitos por Covid-19 em Criciúma: 59 em 22 dias.
Para atender toda essa demanda de centenas de novos casos diários e internações que também chegam na casa dos três dígitos, o São José teve duplicar toda a sua equipe de atendimento médico. Ainda sim, o hospital vem sofrendo com a falta de mão de obra e precisa contratar novos profissionais.
“Nossos profissionais estão há meses com essa dedicação, trabalhando num ritmo realmente alucinante, em que cada dia a gente vence uma batalha. Ver as pessoas não seguindo as recomendações nos entristece. Muitos profissionais no país pegaram Covid-19, alguns necessitaram de internação e vieram a óbito e isso nos deixa triste, em relação a dedicação das pessoas e da sociedade que não está pensando no coletivo”, pontuou Raphael.