A possível paralisação dos médicos do Hospital Materno Infantil Santa Catarina (HMISC) pautou o desabafo do vereador Tita Beloli (MDB) na tarde desta segunda-feira na sessão da Câmara de Vereadores de Criciúma. "Estive com o diretor do hospital na sexta, aquilo que alertei aqui continua acontecendo, o Estado está repassando de R$ 500 mil a R$ 700 mil todo mês", advertiu o parlamentar. "É uma bola de neve que está aumentando".
Beloli destacou que "o investimento parou, não tem mais obras dentro do hospital, e os médicos podem cruzar os braços. O repasse do Estado não paga os funcionários e os insumos". O vereador vem batendo nessa tecla faz algumas sessões da Câmara. "O Governo sinalizou que pagaria R$ 700 mil a mais esse mês para que os médicos sejam pagos", adiantou.
O vereador mencionou problemas no contrato em vigor. "Que refaçam o contrato. Como está, não dá. Tem coisas vergonhosas. O Acélio (Casagrande, então secretário de Estado da Saúde) assinou, mas foi algum técnico que fez, o Acélio não admitiria", criticou, mencionando algumas das metas estipuladas e agora cobradas pelo Estado. "Para atingir a meta, o HMISC teria que atender 30 crianças vítimas de abuso sexual por mês. Tem que contratar vagabundo para atacar crianças então? É quantidade ou qualidade? O Estado tem que parar com essas metas", disse.
Outro item que consta no contrato e foi apontado criticamente por Beloli diz respeito ao número de atendimentos. "Pelo contrato, o HMISC deve atender 6 mil pessoas no pronto atendimento, mas só 3 mil podem colocar para dentro do hospital, 3 mil tem que mandar para a atenção básica", apontou. "De 30 a 40% das crianças devem ser atendidas na rede básica, sabemos", ponderou. "Mas não dá mais para brincar, vai virar bola de neve como o Hospital São José. Tem gente que diz que está tudo certo, tudo certo uma ova", finalizou.