Vereadores se mobilizam pelo Hospital São Donato

O fechamento definitivo da maternidade do Hospital São Donato (HSD), anunciado na manhã desta quinta-feira pela direção da instituição, repercutiu no meio político. As Câmaras de Içara e Criciúma promoverão nesta sexta-feira, às 8h, uma reunião conjunta para discutir ações. "Nossa posição é contra a postura do secretário de Saúde do Estado", assinala o vereador Tita Beloli (MDB), de Criciúma, um dos incentivadores do movimento dos parlamentares. O Governo do Estado pretende cortar o repasse mensal de R$ 150 mil que mantinha o serviço. Débitos vencidos já ultrapassam os R$ 900 mil.

Em uma reunião nesta quarta-feira, em Florianópolis, o secretário Helton Zeferino comunicou a uma comitiva de representantes do HSD que o repasse estadual não seria mais feito a partir de junho. Daí veio a decisão de paralisação dos serviços na maternidade. "Se é vontade do Estado que não seja mais feito esse serviço, assim vai ser", desabafou o diretor administrativo do HSD, Julio De Luca.

Os presidentes das Câmaras, Rodrigues Mendes (MDB, de Içara) e Miri Dagostim (PP, de Criciúma), conversaram nesta quinta-feira definindo detalhes da agenda do encontro dos legislativos. "Não vamos aceitar essa condução do Estado", reforçou o vereador Tita, que vem alertando para as dificuldades enfrentadas pelo Hospital Materno Infantil Santa Catarina (HMISC), de Criciúma, que restará como o único a fazer partos na região.

"Hoje o HMISC, que já faz 300 partos por mês, não comporta mais 90 a 100, que é a demanda do São Donato", lembrou. "Espaço físico tem, mas faltam recursos", declarou, enfatizando que mensalmente o Estado tem repassado de R$ 500 mil a R$ 700 mil a menos dos R$ 3,2 milhões contratualizados. "Por causa desse contrato mal feito, os médicos estão até pensando em paralisar os serviços. Não tem condições, nesse cenário, de perdemos a outra maternidade que temos, em Içara", constatou.

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