Com 147 pacientes internados e mais de 1,1 mil casos ativos, Criciúma está vivendo uma “segunda onda” do novo coronavírus - ainda maior do que a primeira, vivenciada entre os meses de agosto e setembro. Em entrevista ao programa Adelor Lessa desta segunda-feira, 23, o médico pneumologista Renato Mattos ressaltou o crescimento acelerado de casos e internações e mostrou preocupação em relação aos próximos dias.
“Tivemos uma situação muito tranquila, há poucas semanas, mas agora vivemos uma situação que pode ser insustentável nos próximos dias. Os leitos no hospital da Unimed estão praticamente lotados, no São José também. UTI’s trabalhando já no seu auge de atendimento, os médicos estão cansados com um número de atendimentos imensos”, declarou o pneumologista.
A chegada das festas e encontros de final do ano também preocupa os profissionais. Este crescimento de casos pode fazer com que a região carbonífera retorne ao risco potencial gravíssimo (vermelho) ainda nesta semana, culminando em mais restrições de atividades e em uma nova complicação do ponto de vista econômico.
É possível que, em breve, já não tenha mais leitos de internação para Covid-19 na região. “Talvez já estejamos lá. Eu continuo trabalhando e atendendo pacientes, e hoje tenho receio de que, se for infectado e precisar de um hospital nos próximos dois ou três dias, não tenha onde ser internado. Isso tem que estar bem claro para a população, tudo o que fizemos lá atrás foi para evitar esse momento em que os serviços de saúde não conseguissem mais atender as pessoas, e estamos próximos disso”, disse.
Segundo Renato, o relaxamento de medidas protetivas por parte da população dá a entender que os números da Covid-19 só irão aumentar nas próximas semanas. O crescimento de internações ultrapassa os 400%, em comparação a poucos meses atrás, quando se tinham 20 pessoas internadas em Criciúma.
“Medidas bem pesadas tem que ser tomadas pelo poder público, e de maneira acelerada, se não pagaremos um preço muito alto por isso. Colocar isso é uma coisa desagradável, nós não gostaríamos, mas é a hora de Acic e CDL se reunirem com os prefeitos e pessoas que tem esse poder de decisão para pedir medidas urgentes nessa linha”, comentou.