O deputado estadual Julio Garcia (PSD) se pronunciou na sessão da tarde desta terça-feira, 4, da Assembleia Legislativa (Alesc) sobre os desdobramentos da Operação Alcatraz da Polícia Federal e Receita federal, pela qual houve cumprimento de mandados de busca e apreensão em dois imóveis de propriedade do parlamentar na última quinta-feira, 30.
"Eu não tenho nenhuma dúvida que esse é o dia mais triste de toda a minha trajetória nesse Parlamento", iniciou dizendo. "Só não é o mais triste da minha vida pois eu também tive as minhas perdas". A operação rastreia fraudes em licitações e desvios de recursos públicos em contratos de mão de obra terceirizada envolvendo serviços de tecnologia prestados para a Secretaria de Estado da Administração (SEA) e Epagri.
O terreno e as amizades
Garcia citou os dois argumentos que o estariam relacionando às investigações. "A primeira, de possuir um terreno cuja aquisição teria sido produto de operações que são o alvo central das investigações. Pois bem, estamos em 2019 e o referido terreno foi adquirido em 1994", citou. "É que eu tive problemas de percurso na sua legalização. Logo após a compra, o proprietário faleceu, houve o inventário, havia herdeiros. Foram longos 20 anos para que houvesse a regularização, referiu. "Tal imóvel nada tem a ver com o objeto da operação ,que procura desvio de recursos públicos para benefício de privados", detalhou.
O outro episódio apontado diz respeito a relações pessoais, segundo o próprio Garcia. "Investigam-me por ilação de ter relação com proprietário de prestador de serviço na Secretaria de Administração. Posso afirmar com certeza absoluta que desconheço qualquer atividade comercial dessa empresa. Alegam que sou amigo do proprietário. Mais que amigo, tive convivência familiar durante 15 anos e mantenho essa amizade até hoje. Essa é a minha ligação", apontou o deputado. "Não há nenhuma insinuação nem comprovação de qualquer participação minha em qualquer episódio relacionado com o caso", destacou.
Relação com Nappi
O nome do ex-diretor de Tecnologia da Alesc, Nélson Nappi, foi mencionado por Garcia. "Reitero minha amizade. Fui seu padrinho de casamento e essa amizade é de muitos anos. Desconheço qualquer atuação ilícita de sua parte. Não sou tão ingênuo ao potno de, conhecendo qualquer ilicitude, de convida-lo para minha equipe. Seria menosprezar a minha inteligência", observou o parlamentar. Nappi detinha o cargo na Alesc por nomeação do próprio Garcia e foi exonerado na última quinta-feira após as informações da Operação Alcatraz.
Garcia diz que não emite qualquer juízo sobre os acontecimentos. "Não vou renegar meus amigos. Não me cabe julga-los, essa tarefa é da Justiça", afirmou, agradecendo as manifestações de apoio recebidas. "Vou lutar até o fim para provar a minha inocência. E ao final do julgamento quero ter a oportunidade, se Deus me der essa graça, de voltar aqui e poder continuar merecendo o respeito, a amizade e o carinho que sempre tive de todos vocês, concluiu.
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