O prefeito de Criciúma, Clesio Salvaro, PSDB, deixou evidente na manifestação dos 100 dias de governo que decidiu fazer da transparência a marca do seu terceiro mandato, e que se movimenta olhando firmemente para a eleição de 2022.
Salvaro é um campeão de votos, tem domínio político na sua área faz praticamente duas décadas e se constitui no principal patrimônio eleitoral do seu partido no estado.
Por natural, é o principal político do sul do estado para disputar a eleição majoritária de 2022.
Pode ser candidato a governador. Mas, qualquer dos candidatos ao governo iria a pé duas vezes até o Caravágio para tê-lo como vice.
Ha manifestações de apoio inclusive de não aliados.
O ex-prefeito Marcio Búrigo, que foi vice de Salvaro e depois romperam pessoal e politicamente, já disse que defende e apoia o prefeito como vice de Jorginho Mello, seu candidato a governador.
Só que Salvaro não fazia nenhum movimento para isso. Ao contrário. Dava a entender que não tinha pretensão.
De repente, isso mudou.
O evento dos 100 dias e a bandeira empunhada da transparência reforçam que 2022 entrou no radar.
Salvaro poderia ser um dos comuns se fosse correr o estado como campeão de votos na sua base e um "fazedor de obras".
Mas, se faz diferente na medida em que assume como a marca do seu mandato a transparência na gestão, reconhecida por orgão oficial.
O seu governo virou "campeão" no assunto, pela nota recebida. Não foi 10 por alguns poucos números depois da vírgula.
Além disso, a conversa de Clésio sobre 2022 passou a ser outra.
Nos bastidores do Paço, e entre aliados proximos, é dito que Salvaro pode encarar o desafio de uma candidatura majoritária, se apresentando como fato novo para o estado, principalmente se ficar configurada uma fragmentação do quadro, com vários candidatos.
Ao mesmo tempo são feitas especulações sobre possibilidade de vice.
O que é fato é que o prefeito de Criciúma está na pista para eleição estadual de 2022.
O secretariado de Daniela
Na mudanças que fez ontem na sua equipe, a governadora interina Daniela Reinehr, sem partido, agiu sem considerar que pode ter poucos dias no cargo.
Fez diferente de quando assumiu em 2020 (e não deu certo).
Agora, não titubeou em trocar, por exemplo, o secretário da fazenda, Paulo Eli, que era tido como imexível. Homem forte do governo. Estava no cargo desde o periodo de Eduardo Moreira como governador.
Mas, não baixou o nível.
Chamou para a função um funcionário de carreira da fazenda (assim como Paulo Eli) e muito conceituado na categoria, como bom trânsito no ambiente político. Rogério Macanhão.
A nomeação da advogada Ana Blasi para a secretaria de administração representa que fez subir a régua.
O criciumense Jorge David na seceretaria de articulação nacional foi uma operação inteligente.
Ele tem circulação em todos os ambientes do poder em Brasília, e ótima relação com as autoridades e os principais nomes do bolsonarismo do Planalto.
Jorginho construiu isso com habilidade neste período que está na Câmara Federal como chefe de gabinete do deputado Daniel Freitas.
Governadora Daniela precisa disso para desobstruir canais para o governo catarinense que estavam bloqueados desde que as relaçoes de Carlos Moisés com o Presidente Bolsonaro foram para o espaço.
O julgamento
O Tribunal Especial do Impeachment não vai fazer nada de forma açodada. Mesmo com pressão externa de todos os tipos, os desembargadores (especialmente eles) não vão atropelar as regras. Porque isso vai para a história.
Mas, é possivel pojetar o julgamento final para o mês de maio.
Seguindo todas as regras, e cumprindo o rito legal, não deve ter tempo suficiente para concluir o processo em abril.
Primeira quinzena de maio, é provável.
Algumas das testemunhas arroladas pelas partes devem ser ouvidas, além do próprio governador afastado Carlos Moisés.