A votação de ontem na Assembléia sinalizou que o Governador Moisés tem hoje apenas seis votos contra o impeachment.
E ele precisa de 14 para escapar.
O plenário da Assembléia votou a montagem da comissão que vai analisar a primeira defesa do Governador e encaminhar o seu afastamento para abertura do tribunal do impeachment.
Na semana passada o Governador já havia sido atropelado, com derrota acachapante, quando não conseguiu emplacar um deputado sequer na comissão dos nove.
Comissão é montada com deputados indicados pelas bancadas e blocos.
Ontem, a comissão foi votada e aprovada no plenário da Assembléia, com apenas cinco votos contra, que seguiram a orientação do Governo.
E teve mais um deputado ligado ao governo que não votou. No total, seis votos, porque neste caso não votar atende aos interesses do Governo de não atingir o quorum necessário para o impeachment.
Mantido isso na votação do afastamento do Governador, vão faltar oito votos para o seu salvamento. Ou seja, a bóia afundou.
O Governador já havia contabilizado derrota acachapante quando tentou amenizar a sua situação no relatório final da CPI dos Respiradores, depois tentou emplacar um parecer alternativo, e foi atropelado.
O parecer original da CPI foi aproado por unanimidade com pedido de impeachment, por concluir que o Governador teve envolvimento direto com a operação fraudulenta dos r$ 33 milhões jogados na compra fake dos respiradores.
Quem pode salvar Moisés, diante do quadro que está colocado, é o MDB, que tem uma bancada de nove deputados e a maioria internamente vai definir como votar.
Se o MDB votar em bloco com Moisés, faz 15 votos e resolve o assunto. Como disse, precisa 14.
Hoje, a maioria no MDB está contra Moisés, sinalizando fortemente pelo seu afastamento e o impeachment.
Mas, seguem nos bastidores negociações e possíveis negociatas.
Secretarias de estado estão sendo oferecidas e levadas às discussões.
Para deputados do MDB e de outros partidos.
Para deputados do sul foram oferecidas ou encaminhadas secretarias de infraestrutura, educação e agricultura.
E mais cargos, e cargos, que já estão sendo mapeados. De diretoria de porto, à chefia de setor na penitenciária.
O desfecho de tudo isso vai mostrar se era apenas conflito de tesouraria. Ou não.