Lideranças bolsonaristas de todo o estado estiveram em Balneário Camboriú neste sábado, em evento da Aliança pelo Brasil, o partido do presidente Jair Bolsonaro. De mais relevante, foi revelado que a sigla não vai participar das eleições municipais de outubro, e seus integrantes buscarão abrigo em outros partidos. Em Santa Catarina, a conversa está adiantada com o PL do senador Jorginho Mello. De Criciúma, esteve no encontro o presidente da Fundação Cultural e pai do deputado Jessé, Júlio Lopes. Jessé e Daniel Freitas serão os deputados daqui na futura Aliança.
Blog Adelor Lessa
O deputado Julio Garcia, como líder maior do PSD catarinense, está no circuito para aparar as arestas e colocar o partido no rumo da parceria firme com Clésio Salvaro (PSDB) visando a reeleição em outubro. Ricardo Fabris é o candidato a vice pelos pessedistas, reafirma Garcia, que encaminha um natural enquadramento aos vereadores Salésio Lima e Camila Nascimento. Ambos precisarão confirmar alinhamento ao Paço, em nome do projeto partidário, ou então o espaço na sigla tende a ficar mais restrito. O PSD promete nominata reforçada à Câmara, com concorrência interna aguda. Ou seja, o PSD hoje tem três mas pode não ter sequer um vereador. É o que está ficando cada dia mais evidente, ao sabor dessa crise.
Cotadíssimo para ser o líder do governo Carlos Moisés (PSL) na Assembleia Legislativa (Alesc), o deputado Luiz Fernando Vampiro (MDB) fez um comentário revestido de franqueza ao ser convidado a analisar a denúncia de impeachment entregue na segunda-feira pelo defensor público Ralf Zimmer Júnior. “Isso poderia ter sido evitado. O governo teve a oportunidade de fazer uma regularização, através de lei ordinária, na reforma administrativa, e tomou o encaminhamento de fazer por processo administrativo”. Referia-se ao aumento dos salários dos procuradores do Estado, razão principal da denúncia de crime de responsabilidade, e citava o projeto de sua autoria que previa justamente essa nova regulamentação, e que acabou vetado por Moisés. Embora não veja chances de impedimento do governador, Vampiro admite a existência, já, de um desgaste. “Acredito que não vá prosperar, mas já há um prejuízo político”, reforçou. Outro sul catarinense bastante alinhado a Moisés, o deputado Rodrigo Minotto (PDT) foi mais polido, e evitou qualquer ponderação crítica. Chamou a atenção, por outro lado, a defesa pública feita, via Rádio Som Maior, pelo prefeito de Içara. Murialdo Gastaldon (MDB) lembrou que “ele (Moisés) foi eleito com uma votação histórica em uma eleição democrática e popular”, e comentou que o impeachment está “banalizado”. “Ele é o governador, e ponto final”.
É do PSOL
O jornalista Leonel Camasão, que concorreu ao governo do Estado em 2018 pelo PSOL, entregou ontem à tarde, na Alesc, duas denúncias contra o deputado estadual Jessé Lopes (PSL). Ele quer Jessé no Conselho de Ética respondendo por quebra de decoro parlamentar pois, no entendimento de Camasão, o parlamentar passou dos limites ao relativizar assédio e disparar contra movimentos feministas. O denunciante pede, ainda, que o deputado responda à Procuradoria Geral do Estado sobre possíveis violações penais com as suas declarações. Questionamentos previsíveis, de um alvo previsível por um autor mais previsível ainda.
Da patrola
A deputada federal Geovania de Sá cumpriu um roteiro de entregas nesta sexta-feira, 10, na Amesc. Passou pelo Balneário Arroio do Silva onde garantiu R$ 338 mil em emendas ao prefeito Mineiro, recentemente filiado ao PSDB. As verbas serão empregadas na saúde. Depois, passou por Sombrio onde, sobre uma retroescavadeira, posou para fotos e aproveitou para avisar que vem mais repasses de recursos por aí. A deputada aditiva seus movimentos com a responsabilidade de presidente estadual do PSDB e, logo, precisando animar o partido nos municípios pensando em resgate em outubro, depois da difícil eleição passada que os tucanos viveram.
E o Aécio
Geovania, aliás, trata com discrição a situação do ex-presidenciável Aécio Neves, que em 2014 beliscou Dilma Rousseff (PT) no segundo turno, quase chegando ao Palácio do Planalto. Depois, caiu em desgraça política, beirando o ostracismo como resultado das peripécias nas quais se viu envolvido, atolado em denúncias de corrupção. Conseguiu, a muito custo, eleger-se deputado federal por Minas Gerais. Indagada sobre o papel de Aécio na Câmara, Geovania citou que ele vem atuando nos bastidores, nas bases e em um trabalho silencioso. Não tem como aparecer muito. Ele tem sido muito visto em Florianópolis, onde pensa em fixar residência no futuro.
Moral
O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, encheu a bola do deputado federal Daniel Freitas (PSL-SC) em postagem no Twitter nesta sexta: "obrigado por todo o apoio, deputado. E por ser um parceiro no desenvolvimento da infraestrutura no Brasil". Tarcísio colocou esta legenda em uma foto na qual aparece abraçado ao parlamentar catarinense. Tarcísio vem garantindo a conclusão da BR-285 na Serra da Rocinha, em Timbé do Sul, para 2020, embora todos os indicativos sejam de que a conclusão física da pavimentação até a divisa com o Rio Grande do Sul só vá se consumar em 2021.
Ter TV no horário eleitoral gratuito confere uma vantagem e uma desvantagem para Criciúma visando outubro. Vantagem na natural exposição das candidaturas, que se aproximam do eleitor e, embora os truques dos marqueteiros, têm na tela uma chance de algo mais em relação a lugares onde não há a transmissão.
A desvantagem é que o risco de pulverização dos concorrentes pelo mero interesse da aparição é maior, podendo congestionar o cenário com protagonistas acotovelando-se com figurantes. É do jogo democrático. Mas até o momento somente o MDB, dos partidos maiores, admitiu que o aditivo televisivo é um tempero decisivo para demarcar espaço. Fora Clésio Salvaro (PSDB), a única candidatura certa até aqui, o cenário ainda é nebuloso.
O PP quer Jorge Boeira, mas o PSL também almeja ter o ex-deputado para representar o governador Carlos Moisés na disputa. O MDB tenta convencer o deputado Luiz Fernando Vampiro, que ainda reluta em concorrer. O DEM poderá aparecer na disputa com o vereador Julio Kaminski. Na esquerda, especulam-se as candidaturas do PT com o advogado Chico Baltazar e do PCdoB com o advogado e ex-vereador Douglas Mattos.
Aos pequenos partidos, torna-se vantajoso apresentar algum nome como forte de puxar votos para a proporcional, na primeira eleição sem coligação para vereador.
Logo, não é de se descartar a aparição de mais postulantes ao Paço.
Duodécimo, o repasse que anualmente engorda os cofres da Câmara com 5% do orçamento da prefeitura em Criciúma, precisa mudar. O alerta foi feito no fim do ano passado em vistoso e bem elaborado documento encaminhado por Observatório Social (OS) e ForCri ao então presidente do Legislativo, vereador Miri Dagostim (PP). Sugerem os organismos a queda pela metade, de 5% para 2,5% do orçamento municipal. Ainda é muito dinheiro. Miri tangenciou e nada fez. Ficou na gaveta. Agora, a batata quente pertence a Tita Beloli (MDB), o presidente da Casa desde quarta-feira. Ele garantiu que vai encarar essa. Promoverá a redução, mas não pela metade. Não promete índice, disse que se debruçará nos estudos, mas reconheceu que guardar R$ 8,1 milhões no banco para uma entrega no fim do ano, com tantos problemas na cidade, beira o absurdo. Ele quer convencer o prefeito Clésio Salvaro (PSDB) a promover repasses trimestrais e a carimbar as sobras da Câmara para investimentos na saúde. Essa é para anotar e cobrar mais tarde.
Sem cortes
Se Tita Beloli concorda com a redução do duodécimo, ele não arrisca diminuir o corpo funcional da Câmara. Entre as sugestões de OS e ForCri estão a redução do número de assessores, hoje são 33, e enxugamento em outros cargos administrativos. Diz Tita que a Câmara é de porte, de uma cidade de porte, e há trabalho suficiente e de sobra para todos que lá estão.
Finíssima sintonia entre o deputado federal Daniel Freitas (PSL) e o senador Jorginho Mello (PL), em evento ontem em Balneário Camboriú. Entre eles, o empresário Luciano Hang, caixa-alta que mais prestigia o presidente Jair Bolsonaro. Daniel vai seguir Bolsonaro na Aliança mas, enquanto isso, já ajustou tudo para o abrigo dos ex-PSL de Santa Catarina no PL de Jorginho. Mas essa aproximação deverá ter pouco efeito prático para a eleição de Criciúma em outubro. É para longo prazo mesmo.
Vai, Vampiro?
O deputado estadual Luiz Fernando Vampiro (MDB) enfrentará uma forte pressão do seu partido nas próximas semanas. É que o presidente estadual dos emedebistas, deputado federal Celso Maldaner, defende com unhas e dentes que Vampiro seja o candidato do MDB à prefeitura de Criciúma em outubro. Disse que é “hora da gratidão”, e que o deputado precisa responder a esse chamado do partido. Afirma, ainda, que tem o apoio do ex-governador Eduardo Moreira nessa pressão. Vampiro tem sido categórico: quis ser candidato em 2012. Não deixaram. Agora, não quer.
Tristezas
O fim da tarde passada foi de duas tristes notícias: as mortes do médico Breno Clasen e do ex-vereador Venício Martins. Breno, filho do querido professor Mazinho, tinha apenas 34 anos, havia trabalhado no Criciúma Esporte Clube e lutava contra uma pancreatite aguda e repentina. Já Venício vivia em coma desde 2005, quando sofreu um acidente de carro em Morro da Fumaça. Ele foi vereador em Içara nos anos 80, pelo MDB, tendo sido autor do decreto que transformou o Balneário Rincão em distrito içarense. Nossos sentimentos às famílias e amigos.
Faleceu às 17h desta quinta-feira, 9, depois de longa enfermidade, o ex-vereador Venício Elizeu Martins, de Içara. Venício exerceu mandato na Câmara içarense entre 1983 e 88, pelo PMDB. Foi dele o projeto de lei que criou o então distrito do Balneário Rincão, cuja emancipação foi aprovada em plebiscito em 2003 e só efetivada em 2012.
Venício, muito conhecido na região, sofreu um grave acidente de automóvel em outubro de 2005 em Morro da Fumaça e, desde então, viveu em coma.
O velório começa às 22h desta quinta no Cemiterio de Içara onde acontece o sepultamento às 16h desta sexta-feira, 10.
O Hospital São Donato emitiu uma nota de pesar, já que foi nele que Venício teve atendimento nos vários anos acamado. Confira:
"O Hospital São Donato está de luto. Faleceu nesta quinta-feira, dia 9, nosso mais guerreiro paciente. Venício Elizeu Martins estava há 12 anos sob os cuidados da equipe e, mesmo sem poder falar, cativou cada profissional que esteve ao seu lado. Neste momento, entristecidos, manifestamos nosso pesar aos familiares que em todo este tempo estiveram presentes e, diante de tanto amor, escreveram uma das mais belas histórias que já presenciamos".
O sucesso do Parque das Nações conferiu ao prefeito Clésio Salvaro uma nova vocação para os seus governos. Ele gostou de fazer parques, tanto que avançou, em modelos semelhantes, para o dos Imigrantes, no Rio Maina, e o Centenário, ontem entregue. Salvaro não vai parar por aí. Ele nos confidenciou ontem, minutos antes de descerrar a placa de homenagem a Altair Guidi, que quer cercar a Praça do Congresso. “A grande maioria dos que residem ali conhecem o Central Park, em Nova York, e sabem que ele só deu certo pois é fechado, é organizado, oferece segurança e a gente defende isso”. Mas a posição não é unânime nem no Paço. A secretária Kátia Smielevski fez comentários contrários, e a comunidade também se divide, isso foi conferido em uma pesquisa de opinião feita na vizinhança. Mas Salvaro vai insistir, tentará convencer a população e dar esse jeito, com horário para abrir, para fechar, com investimentos e semelhanças a alguns dos itens já presentes nos demais parques.
Canetaço
Salvaro vai oficializar hoje a rescisão de dois contratos referentes às obras do Parque Centenário. Um deles, o da empresa que era responsável por instalar as grades. O serviço ficou incompleto, há pontos abertos, e faltaram os portões também. Outro é o da contratada para plantar a grama, pois locais do parque estão no chão batido, como confirma a foto da tarde passada. Sobre as grades, eram 23h da véspera da inauguração e várias delas estavam sendo colocadas no parque. O prefeito não gostou.
No próximo dia 7 será eleita a nova Mesa Diretora da Câmara, em sessão extraordinária a ser convocada. O vereador Tita Beloli (MDB) deve confirmar eleição para presidente com apoios de PP, MDB, PSC, PSB e Republicanos, além de parte decisiva do PSDB. Deve ter consigo os vereadores Aldinei Potelecki, como vice-presidente, e Paulo Ferrarezi para primeiro secretário. Falta o segundo secretário.
Bandeira
O vereador Tita tem uma pedra no sapato nesse 2020. Precisa fazer andar a implantação do Serviço Aeromédico do Saer, bandeira que levantou com vigor no ano passado. Promoveu, com parceiros, até o bloqueio da Avenida Centenário para uma simulação do atendimento. Prometeu agir com força, pressionar com vigor para tentar vencer tanta burocracia e alguma má vontade de determinados setores para fazer acontecer. Dura missão.
Ronaldo
Tita fez um comentário interessante ontem, na Rádio Som Maior, sobre os pedágios da BR-101. Estamos há pouco mais de um mês do leilão que permitirá instalar quatro praças de pedágios no trecho sul da rodovia, e o futuro presidente da Câmara de Criciúma afirma que, se Ronaldo Benedet (MDB) ainda fosse deputado federal, a história poderia ter sido diferente. Lembrou que, certa vez, viu Ronaldo "dar soco na mesa de um ministro".
O coronel Cosme Manique Barreto quer ser candidato a prefeito. Ele busca surfar na onda Bolsonaro, a de 2018, com um discurso que dispara contra a "esquerdalha". Chegou a disparar contra frequentadores de pistas de skate, mencionando que ali é lugar onde se infiltram consumidores de drogas. Tem buscado um perfil associado à segurança pública. E vem de namoro firme com o Podemos. O partido do senador Álvaro Dias cresce em Santa Catarina na esteira da adesão do grupo do ex-deputado Paulo Bornhausen, que deixou o PSB. Cosme, claro, não é dessa turma. Chegou a ser cogitado por um tempo pelo Republicanos, mas é na lista de pré-candidatos do Podemos, como aposta para Criciúma, que ele consta. Esteve em recente encontro com Álvaro Dias em Blumenau. Como o espaço da chapa de Clésio Salvaro à reeleição está fechado, com a vaga de vice para o PSD e Ricardo Fabris, resta ao Podemos ter seu projeto. Confirmando candidatura, entra em um cenário congestionado, onde podem estar MDB e PP, Julio Kaminski (provavelmente pelo DEM), o PT (o advogado Chico Baltazar é o nome petista da hora) e Rodrigo Minotto (PDT) tentando o apoio do governador Carlos Moisés, já que o PSL quer estar no pleito. O MDB busca um nome e o PP quer Jorge Boeira, que ainda titubeia. O fato é que, por enquanto, Salvaro conhece mais seus aliados que seus adversários.
Em várias épocas do ano a assiduidade não é prática em Brasília. Imagine no penúltimo dia do ano. Mas foi justamente esta época que o deputado federal Daniel Freitas (PSL-SC) aproveitou para, na Capital Federal, buscar recursos para o sul do Estado. O parlamentar criciumense tirou esta segunda-feira, 30, para visitar ministérios em busca de recursos que podem sobrar no fechamento das contas, para viabilizar projetos por aqui.
Daniel visitou os ministérios da Educação, Saúde e Desenvolvimento Regional. Nos três, com projetos debaixo do braço, bateu nas portas em busca de caminhos para verbas. "Lutando até o último dia útil do ano para buscar recursos", definiu o deputado. Somente no Ministério da Educação, Daniel conseguiu R$ 4 milhões para Santa Catarina, recursos que não estavam previstos.
É possível que Daniel Freitas tenha sido o único deputado federal de Santa Catarina em Brasília nesta segunda-feira.
Vieram dos vereadores Zairo Casagrande (PSD) e Ademir Honorato (MDB) os discursos mais contundentes contra o prefeito Clésio Salvaro (PSDB) na votação da reforma da previdência, aprovada na sessão extraordinária de ontem na Câmara. Ademir chegou a questionar “as capacidades mentais de Salvaro”, e o provocou na honra e na ética ao atacar o conteúdo dos projetos enviados à Câmara. Zairo fez uso dos números e rotulou de “irresponsável” a condução governista aos projetos encaminhados. De novo, coube aos vereadores Aldinei Potelecki (Republicanos) e Arleu da Silveira (PSDB) a defesa do prefeito. Uma defesa tímida e preocupante para os analistas pró-Paço.
Mais berro
Estava visivelmente nervoso o presidente Miri Dagostim (PP) ontem na sua despedida do comando da Câmara em plenário, já que em 2020 o comando da Casa é de Tita Beloli (MDB). Algumas vezes, Miri errou votações, citando números equivocados de votos e patrocinando, com alguns colegas, a implicação de colocar em debate e votação um projeto errado, tendo que refazer o roteiro em seguida. A certa altura, teve que ouvir de Ademir Honorato um “quem manda aqui, o senhor ou o vereador Potelecki?”.
Barulhentos
O Sindicato dos Servidores marcou presença de forma ativa. Pressionaram como puderam, estenderam cartazes, questionaram o que chamaram de poder ditatorial do prefeito mas, embora a resposta com aplausos e vaias, não demonstraram qualquer alinhamento direto a algum vereador, mas sim à causa contrária à reforma. Sobre ela, a principal consequência é que os servidores, agora, contribuirão com 14%, e não mais 11% dos seus vencimentos para o Criciumaprev.
Vereadores contrários à reforma da previdência aprovada ontem na Câmara por 10 votos a 7 lembraram, após a polêmica votação, que os projetos aprovados estão sob um sério risco. Acontece que o prefeito Clésio Salvaro (PSDB) garantiu, por liminar, a mudança da maioria qualificada, de 12 votos, para a simples, de 9 votos, para aprovar pautas como as de ontem.
Foi lembrado algumas vezes que, se a liminar cair – e os opositores estão otimistas com isso – tudo terá que ser refeito. A ressaltar que, se não houvesse a liminar, Salvaro não teria vencido uma votação sequer da reforma.
Clésio Salvaro conseguiu o previsto: aprovar a sua reforma da previdência. Mas a principal apreciação de tudo o que aconteceu ontem na Câmara é política. O prefeito viu consolidar a oposição contra si. E ela parece cristalizada pensando em um 2020 que, além de ano eleitoral, será de dificuldades para fazer passar projetos de interesse do Paço.
São sete os votos oposicionistas que resultaram das vitórias por 10 a 7 que Salvaro teve nos tópicos da reforma: Ademir Honorato (MDB), Julio Kaminski (PSDB), Zairo Casagrande (PSD) e Edson Paiol (PP) que não representam novidade. Some-se a eles os novos oposicionistas Camila do Nascimento (PSD), Salésio Lima (PSD) e Paulo Ferrarezi (MDB).
De cada um desses nomes, diversas leituras. De pronto, a reparar na postura do partido do vice-prefeito Ricardo Fabris. O PSD tem três cadeiras na Câmara, e os três votaram contra Salvaro. E Salvaro tem multiplicado elogios a Fabris, colocando-o como o seu vice para 2020. É uma postura no mínimo curiosa essa de um PSD governo no Paço e oposição na Câmara. Há quem diga que o revés sofrido por Salésio Lima na tentativa de ser o presidente do Legislativo no ano que vem – Salvaro apoiou Tita Beloli (MDB) – tenha pesado contra o prefeito.
O grupo oposicionista contava com mais dois votos para barrar de vez as pretensões de Salvaro ontem. Mas os apoios esperados de Julio Colombo (PSB) e Dailto Feuser (PSDB) não vieram. Colombo já esteve mais distante de Salvaro, quando rompeu com a cúpula do seu partido, mas agora em condição pacificada, parece sutilmente mais e melhor alinhado ao Paço de novo. Feuser tem dado claros sinais de distância em relação ao prefeito e ao PSDB, tanto que já está no radar de outros partidos, mas acabou votando com o Paço ontem.
Com oposição mais forte, Salvaro precisará de olhos e ouvidos mais potentes a seu favor na Câmara em 2020. A defesa pró-governo tem se limitado aos vereadores Arleu da Silveira (PSDB) e Aldinei Potelecki (Republicanos), pois de resto é só a oposição que sobe à tribuna. Os demais governistas do Legislativo são, na sua maioria, de postura defensiva, tímida em plenário, que pouco verbalizam. Isso cria uma linha tênue e extremamente perigosa para Salvaro, que almeja navegar em águas tranquilas em 2020 com as tantas obras que tem a fazer, mas que não poderá esquecer dos necessários ares mais tranquilos na Câmara.
Estão nas contas três integrantes do governo Salvaro para concorrer a cadeiras na Câmara em 2020. Desses, um deve deixar seu cargo já em janeiro: a secretária Roseli Pizzolo, da Educação. A leitura é que, por se tratar do período crucial para preparar o ano letivo, será importante já entrosar a substituta na rotina da gestão. Roseli é suplente de vereadora pelo PSDB e bateu na trave nas últimas eleições. Em março vão deixar seus cargos para concorrer o secretário Paulo César Bitencourt, pelo PSDB, e o presidente da Fundação Municipal de Esportes, Nícola Martins, do PL.
Causou barulho em um grupo de WhatsApp um comentário do coronel Cosme Manique Barreto sobre a notícia do repasse do deputado federal Daniel Freitas para a construção da pista de skate do Parque Centenário. “E viva o consumo de maconha”, disse ele. Depois de algumas críticas, o coronel explicou que infelizmente esses locais são procurados por usuários e aproveitadores para formar um comércio. Observação de segurança que, claro, não tira a importância da obra nem o mérito dos bons skatistas.
Está convocada pelo prefeito Clésio Salvaro para hoje uma sessão extraordinária que promete na Câmara. A votação da reforma da previdência do município é o principal tópico, de uma pauta que já veio divergente. Tanto que quatro vereadores de oposição estão assinando um pedido à Justiça, que será encaminhado ainda hoje, para tentar suspender a sessão. Eles alegam que não há projetos de urgência urgentíssima que justifique a extraordinária. “A pauta está tenebrosa”, chegou a definir o vereador Ademir Honorato (MDB), que assina o pedido de suspensão com os colegas Julio Kaminski (PSDB), Zairo Casagrande (PSD) e Edson Paiol (PP), as mesmas “pedras no sapato” de sempre do Paço no Legislativo. São 29 projetos e o entendimento dos que questionam é que não há aumento de impostos nem nada que justifique tanta pressa para votar sem a devida análise com calma das pautas. O Sindicato dos Servidores Públicos (Siserpi), que foi chamado para uma exposição dos projetos na semana passada, também criticou e questiona.
Não é apenas a previdência municipal que causa polêmica no debate. Até o projeto de parceria com o Sebrae e Credisol, que o prefeito Salvaro vem apostando alto para gerar empregos e abrir empresas, é indagado. O vereador Ademir pergunta “se o município pode ser fiador, se vai usar dinheiro público para isso”.
Salvaro precisa de dois terços de votos. Será um teste interessante à base aliada e ao papel que o vereador Arleu da Silveira vem desempenhando desde quando deixou o Executivo para legislar e articular na Câmara.
Enquanto isso, a oposição, que segue mais barulhenta que numerosa, bate numa bandeira que, digamos, não é nova contra Salvaro: a pressa. Não é de hoje que vereadores reclamam do pouco tempo para analisar projetos. A lembrar que a Câmara tem um apimentado histórico em se tratando de embates extraordinários de fim de ano, que o digam os ex-vereadores João Fabris e Izio Inácio Hulk... Mas não vai chegar a esse ponto agora. Fato.
Criciumaprev
Poucos assuntos foram mais discutidos na Câmara em 2019 que o Criciumaprev. Agora, o projeto que Salvaro envia para a extraordinária propõe aumentar a contribuição dos servidores de 11% para 14%. Mas como a contribuição patronal tem que ser o dobro, é necessário rever a lei para diminuir o patronal. E esse é outro ponto de discórdia, que se não houvesse o afogadilho de hoje, renderia outro bom debate dos vereadores.
Deputada Geovânia de Sá termina o ano maior do que começou.
Foi eleita presidente estadual do PSDB e está correndo o estado empenhada em reestruturar o partido (só na quinta-feira, foram 1,8 mil quilômetros).
Ela projeta a eleição de 50 prefeitos do partido no estado (hoje tem 36).
Sendo bem sucedida na missão, deve passar a puxar a fila de candidatos do PSDB para a eleição majoritária de 2022 (governadora ou vice).
E Brasília, Geovania também ampliou a ocupação de espaços. Como integrante da mesa diretora da Câmara, teve delegação para presidir 87 sessões ordinárias.
Nesta sexta-feira, em Criciuma, a deputada esteve com a reitora Luciane Ceretta para entregar verba de r$ 200 mil para o ambulatório da feridas.
O senador Jorginho Mello, presidente estadual do PSL, esclareceu nesta sexta-feira que a definição do candidato a prefeito do partido será por pesquisa, qualitativa e quantitativa.
Hoje o PL tem Jeferson Monteiro em campanha. Mas, vai receber a filiação da bolsonarista Julia Zanatta, também candidata.
Jorginho estará em Criciúma em janeiro para filiar Julia, o vereador Ademir Honorato e todos os bolsonaristas que tem projeto eleitoral para 2020.
O acordo
Jorginho Mello se reuniu nesta sexta-feira, em Florianópolis, com deputados federais e estaduais do PSL alinhados com Bolsonaro, para definir como vão fazer a migração para o PL, já que o Aliança, partido de Bolsonaro, não ficará legalizado a tempo de participar da eleição de 2020.
O PL será então o “hospedeiro” para quem tem projeto eleitoral.
Daniel Freitas e Jesse Lopes participaram da reunião.
Nada a ver
O senador Jorginho descartou qualquer possibilidade de organizar o Aliança no estado.
“Isso não existe, meu partido é o PL, que está muito bem, e sou parceiro dos Bolsonaro. Vamos estar juntos na eleições de 2020 e 2022”, arrematou.
Vereador
Jorginho Mello sobre Nicola Martins:
“É um cidadão de bem, competente, quer se eleger vereador, e nós vamos ajudá-lo para isso. Mas, ele sabe que nunca tivemos compromisso de apoiar o Clesio, e sabe que não estaremos com o Clesio”.