Voltei a Praia Grande para ir nos cânions e fazer trilhas.
Espetacular.
Seja na boca dos cânions, lá em cima, ou por baixo entrando em rios, aproveitando as cachoeiras e piscinas naturais, e apreciando os cânions de baixo para cima, com aquelas imagens impactantes, únicas, maravilhosas.
À noite, sentado sob um céu estrelado, e nada mais de iluminação, era possível ver só a silhueta da serra, como se tivesse sido riscada na parede.
Simplesmente fantástico.
E isso aqui ao nosso lado, apenas 1h15min de distância.
É praticamente obrigação de todos do Sul catarinense pelo menos conhecer.
Não vão encontrar imagens assim em lugar nenhum do mundo.
Na pousada onde fiquei, ao lado tinha um casal da Suíça, na outra mesa um grupo dos Estados Unidos, na outra tinha pessoal do Japão.
E tinha turistas e visitantes de Florianópolis, do Rio Grande do Sul, de São Paulo.
Todos vieram para as trilhas, para conhecer os cânions ou para o vôo de balão, ou tudo junto,
Todos tiveram atendimento 100%.
Praia Grande se gabaritou em atender bem.
Mas, voltei de lá com duas preocupações.
A primeira é com a obra de pavimentação na Serra do Faxinal, que liga Praia Grande a Cambará do Sul, no Rio Grande do Sul, onde está a parte de cima, onde fica a borda dos cânions.
Obra fundamental para consolidar o geoparque e o turismo como força econômica, para geração de emprego e renda.
A obra está praticamente parada. Licitação foi feita, ordem de serviço entregue em agosto do ano passado, e não anda porque falta uma licença do Ibama. Uma ASV, autorização para supressão de vegetação, que é a autorização para cortar o mato para fazer a obra. E não sai.
Daqui a pouco a empresa que venceu a licitação desiste da obra, porque não consegue fazer, não ficar esperando indefinidamente, vai embora, e volta tudo à estaca zero!
A segunda preocupação é com a taxa que está sendo cobrada para acesso ao parque do cânion Itaimbezinho.
O primeiro, para quem sobe de Praia Grande pela serra.
O parque foi concessionado, o concessionário assumiu em outubro de 2021, e estabeleceu tarifa de R$ 94 por pessoa, mais R$ 11 para estacionamento do carro.
Um casal, de carro, paga R$ 200,00.
Se quiser usar a bicicleta que é oferecida para caminhar por lá, tem que pagar R$ 25,00 por hora, por pessoa.
Ficou salgado.
Resultado: o movimento no parque despencou, refletindo em pousadas da região. Algumas, já fecharam.
É preciso tratar disso logo. Da obra e da tarifa salgada. Para não matar a galinha dos ovos de ouro.
E para não deixar passar uma grande oportunidade de receita e renda para os moradores da região.