Thiago Ávila *
Baku sempre reserva ótimas corridas. Só nas últimas duas temporadas, o Grande Prêmio do Azerbaijão foram as mais emocionantes, entregando diversas ultrapassagens, entradas de safety car, duelos acirradíssimos entre Hamilton e Vettel. Nesse final de semana não teve nada disso, mas não deixou de ser uma corrida competitiva do início ao fim. Até porque a pista colabora, com suas curvas fechadas à lá Mônaco e uma reta de 2 km, a maior do calendário da F1.
Nos treinos livres, Charles Leclerc dominou todas as sessões, mas na classificação foi afobado ao passar pela curva do castelo e teve que largar de nono. Vettel não correspondeu com o desemprenho de seu companheiro e viu Hamilton e um surpreendente pole Bottas ocuparem a primeira fila.
Três horas antes da corrida começar, na Formula 2, o Safety Car foi acionado três vezes, e olha que a corrida tinha trinta voltas a menos e os carros são em média 13 segundos mais lentos que os da F1.
Por incrível que pareça, com 51 voltas, numa pista muito fácil de se acidentar, o evento principal da tarde foi muito limpo, a corrida mais limpa da recente história no Circuito Urbano de Baku. Quatro pilotos abandonaram e o pior incidente foi um singelo toque de ré de Ricciardo em Kvyat.
Bottas e Hamilton travaram duelos por posição de ponta a ponta, não existiu outra corrida que esses dois estivessem tão próximos em ritmo de corrida. Tentando parar as Mercedes, a Ferrari ousou numa estratégia com Leclerc de manter os pneus médios até a 34ª volta para enfim colocar os macios. O monegasco liderou até a volta 25, quando seus pneus já estavam muito gastos e caiu para quarto.
A estratégia da Ferrari não funcionou. Charles ficou amargurado num quinto lugar, 30 segundos atrás de Verstappen. Sem muitas pretensões, o piloto voltou aos boxes para colocar um novo jogo de pneus macios. Ele consegue a volta mais rápida e garante o ponto extra. Na última volta, Hamilton chega a ficar a menos de um segundo de Bottas, mas ninguém segura o líder do mundial, que vence sua segunda no ano e segue fortíssimo na briga pelo título.
Depois de quatro corridas, a Mercedes segue voando, batendo o recorde de dobradinhas seguidas na F1, que anteriormente era da Williams em 92. Enquanto isso a Ferrari tenta correr atrás do prejuízo, que pelo andar da carruagem, já é tarde demais.
Valtteri Bottas pode dormir tranquilo, afinal ele é, teoricamente, o melhor piloto do mundo. Mas a fase europeia vai começar e aí ninguém segura Lewis Hamilton. Será que o finlandês vai manter a boa fase? Quando a Ferrari vai realmente entrar no campeonato?
* Thiago Ávila, Estudante de Jornalismo da PUCRS