José Sartor demorou dois anos para conseguir ingressar no mercado do mel. O agricultor baseado na localidade de Linha Barracão, em Morro da Fumaça, já era produtor de frutas e hortaliças, mas queria diversificar a propriedade. Após se adequar às normas sanitárias para armazenar o produto, o Departamento de Agricultura de Morro da Fumaça realizou a entrega do Selo de Inspeção Municipal (SIM) a Sartor nesta quinta-feira, 12.
Associado, Sartor comprará o mel dos apicultores da Cooperativa da Agricultura Familiar Fumacense. Ele é o primeiro produtor rural do município a conseguir o selo para comercializar o produto.
“Nós dependemos da agricultura. Com mais fontes de renda, podemos crescer e continuar na lavoura”, conta. O homem do campo sabe da importância ecológica que possui. Tendo em vista a preservação natural, Sartor investiu em implementar a captação de energia solar em sua propriedade e aproveitar a água da nascente para a irrigação, sem agredir o meio ambiente.
“A natureza é a nossa melhor amiga. Sem o bichinho (abelhas), não temos o mel. Por isso, precisamos preservar”, destaca ele, que cuida do local ao lado da esposa. As produções são vendidas na Feira da Agricultura Familiar de Morro da Fumaça, todas as quartas-feiras pela manhã, ao lado da Prefeitura.
Procedência de qualidade
O SIM dá condições de os agricultores trabalharem legalmente, proporcionando a garantia de procedência certificada aos consumidores. “Antes do mel, já tínhamos entregue o SIM para a venda de queijos e ovos no município. Os clientes têm a certeza de que o produto segue todo um processo adequado, sem colocar em risco a saúde das pessoas”, afirma Diego Orlando, médico veterinário do Departamento de Agricultura, responsável pelas fiscalizações.
“Estamos muitos felizes pela a entrega do terceiro SIM em Morro da Fumaça, temos isso graça ao empenho de cada produtor e do nosso médico veterinário que não medem esforços para que tudo se encaminhe da melhor forma possível. Avisamos que muito em breve já teremos mel para vender na nossa Feira da Agricultura Familiar”, destaca Patrícia Coral, diretora de Agricultura.
Incentivo às práticas sustentáveis
A Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) atua junto aos agricultores com orientações e incentivos para o sucesso das propriedades. “Trabalhamos na questão da sustentabilidade, em três eixos. O econômico, porque eles precisam ganhar dinheiro, o social, para que a família se sinta bem com aquilo o que faz e não tenha vergonha de ser colono, e o ambiental, porque, para se manterem, é necessário cuidar da nossa terra.”, explica Wilmar Kleinschmidt, estencionista rural da Epagri de Morro da Fumaça.
“Hoje, o seu José tem uma estrutura de geração de energia verde, renovável. É uma propriedade certificadamente orgânica. Ele produz, processa e vende direto ao consumidor. É um ciclo completo. Esse é o foco que nós levamos, de levar essa mentalidade ao agricultor para que todos saiam ganhando”, completa Kleinschmidt.