A dengue se apresenta como um grave problema de saúde pública no Brasil atualmente. A maior parte do país, incluindo Santa Catarina, vem convivendo com epidemias recorrentes da doença. Para agravar esse cenário, as condições climáticas na região Sul do estado são favoráveis à proliferação do mosquito Aedes Aegypti: chuvas e temperaturas altas.
Em pouco mais de quatro meses, 2022 já se tornou o ano com mais mortes por dengue da história de Santa Catarina. Segundo a bioquímica e coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Criciúma, Andréa Goulart de Oliveira, atualmente Criciúma possui 30 focos do mosquito Aedes Aegypti. Durante todo o ano passado, esse número não chegou a 20.
“Com as últimas chuvas a situação é preocupante, o acúmulo de água facilita a proliferação de criadouros. Somente ontem (quinta-feira, 5) e hoje (sexta-feira, 6) já foram encontrados mais dois focos, ambos no comércio, nos bairros Morro Estêvão e São Simão”, relatou Andréa. Ela ainda informou que 44 casos foram notificados desde o início do ano, sendo nove confirmados e um autóctone (contraído em Criciúma).
Os 30 focos se concentram em 15 bairros: 4ª Linha (5), Próspera (2), Cristo Redentor (2), Nossa Senhora da Salete (4), Imigrantes (2), Verdinho (1), Vila Maria (1), Jardim Maristela (3), Santo Antônio (1), São Cristóvão (2), São Luiz (1), Centro (1), Ceará (3), Morro Estevão (1) e São Simão (1). Sendo a maioria deles encontrados no comércio.
Área de Saúde preparada
“Estamos tentando conscientizar a população, providenciamos um carro de som que vai passar por toda a cidade alertando. Os agentes de Saúde estão orientando em todos os bairros em suas visitas domiciliares”, comentou a coordenadora da Vigilância Epidemiológica.
Além da orientação, os profissionais das Coordenações das Unidades Básicas de Saúde de Criciúma realizaram, na última terça-feira (26), um treinamento para manejo clínico no atendimento a suspeita de dengue na atenção básica. A capacitação foi uma parceria entre a Vigilância em Saúde e a Unidade de Vigilância de Zoonoses do município.
“A fiscalização tem sido constante, inclusive notificando a Vigilância Sanitária para aplicação da devida penalidade”, explicou a bioquímica. “Lembrando que qualquer denúncia pode ser feita pelo telefone 156”, completou.
Orientações
Apesar de haver uma campanha frequente todos os anos em relação a dengue, Andréa frisa a importância da conscientização e de que as pessoas evitem o acumulo de água parada, ainda mais após um período de fortes chuvas. A coordenadora destacou as principais orientações e recomendações para evitar a proliferação do mosquito:
- Os depósitos de água devem permanecer vedados;
- Piscinas e fontes devem ser tratadas com cloro e limpas uma vez por semana. No caso de estarem desativadas, devem ser mantidas secas, evitando o acúmulo de água;
- As calhas devem ser limpas, no mínimo, uma vez por mês, com remoção total de materiais que possam impedir o adequado escoamento da água;
- Ralos devem estar desentupidos. Se pouco utilizados ou que apresentem acúmulo de água, utilizar tampa “abre-fecha” ou telas;
- As lajes devem ser mantidas limpas, com os pontos de saída de água desentupidos, e sem depressões que permitam acúmulo de água;
- Pratos de vasos de plantas devem ser totalmente eliminados;
- As garrafas vazias devem ser armazenadas com o bocal voltado para baixo;
- Trocar a água de potes de animais domésticos duas vezes por semana e escová-los;
- Os pneus em desuso devem ser entregues ao serviço de limpeza urbana ou devem ser guardados sem água e abrigados da chuva;
- Em banheiros pouco utilizados, a tampa do vaso sanitário deve permanecer fechada e a descarga deve ser acionada, no mínimo, uma vez por semana;
- Lotes e terrenos próprios devem ser verificados, eliminando todos os recipientes que possam acumular água.