Em seu comentário desta quarta-feira (13), Archimedes Naspolini Filho falou sobre carnaval, veraneio e o avanço das cidades. Citou que é interessante ir até a orla marítima e respirar o ar puro, dando como exemplo o Balneário Rincão, que tem conseguido bons avanços. Deu ainda a sua opinião sobre o horário de verão.
Ouça o comentário:
Confira o texto na íntegra:
As férias acabaram, o carnaval já faz parte da História, a temporada de verão foi embora. Finalmente o ano começa.
A temporada de verão não obedece ao início da estação respectiva: é fixada exatamente pelo calendário escolar: tem seu início com o advento das férias escolares, início de dezembro, e se estende até o reinício das aulas, geralmente marcado pelo carnaval.
E as praias, lotadas no interregno da pausa escolar, ficam praticamente às moscas reiniciado o ano letivo. E ficam para traz a areia, o mar, as vestimentas reduzidas e leves, a sandália de dedo, a nudez de parte do corpo, os brinquedos praieiros, e até animais domésticos. Ah, e o horário de verão...
A falta de compromisso com a sisudez no vestir é a parte que mais é lembrada. Durante o veraneio os pés se acostumam com sandálias e chinelos e há significativa parcela de veranistas que, simplesmente, deixa os pés em contato direto com a areia, com a terra, com a grama. A bermuda e a camiseta passam a ser a vestimenta diária. Relaxar é preciso!
Não raramente – ou quase sempre – desavisadas famílias levam seus animais de estimação para também veranearem. Mas fazem questão de se esquecer deles, ao término do período. E isto justifica, em parte, o grande número de – por exemplo – cachorros abandonados em toda a orla atlântica habitável. Os pátios fronteiriços às residências, os jardins domésticos, tão bem cuidados, ficam abandonados, os quintais, esquecidos, o mato toma conta de tudo.
Os nossos balneários estão se transformando em verdadeiras cidades e a ligação rodoviária com cada um deles sugere que neles tenhamos a nossa casa de moradia, não apenas para a temporada. O Balneário Rincão, por exemplo, já possui vida própria faz tempo e as rodovias que lhe dão acesso são de boa qualidade o que facilita o ir e vir das pessoas. A infraestrutura local é que precisa de reparos e melhoramentos, especialmente no que diz respeito ao saneamento básico, condição inequívoca de afastar muitas famílias de nele residirem diretamente.
O comércio básico ali estabelecido supre todas as necessidades do ser humano para o seu dia a dia. Ah, mas faltam bons restaurantes! Esta deficiência faz parte de um círculo vicioso impertinente: não os temos porque não temos os comensais, não temos os comensais porque não temos bons restaurantes. E isso vale para toda a ramificação comercial presente nos grandes centros urbanos.
A época do veraneio já foi mais sisuda: as praias só eram visitadas em tais períodos. Hoje, com a facilidade dos meios de comunicação e com os equipamentos que, embora devagar, vão sendo colocados à disposição das pessoas, é normal encontrarmos famílias e famílias indo e vindo durante todos os meses para os nossos balneários. E é isso que dá vida às nossas praias. E faz bem, com frequência, irmos à orla atlântica respirar o ar puro soprado do mar diretamente para os nossos pulmões. Ah, e uma pitada de salitre faz muito bem ao corpo humano.
E que todos comecemos o dia como queremos termina-lo! Bom dia!