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Archimedes fala sobre Jânio Quadros e João Goulart

Comentarista cita que um renunciou e outro foi tirado do poder

Por Erik Behenck Criciúma - SC, 03/04/2019 - 13:02

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Em seu comentário desta quarta-feira (3), Archimedes Naspolini Filho falou sobre os governos de João Goulart e de Jânio Quadros. O primeiro deles não tinha boas relações, enquanto o segundo sim. Goulart sofreu um golpe quando viajou de Brasília para o Rio Grande do Sul, já o segundo deixou um bilhete dizendo que não era mais presidente.

“Naquele 25 de agosto de 1961, inesperadamente chamou o seu ministro da Justiça, pedindo que entregasse ao congresso o bilhete que havia acabado de redigir, era a sua renúncia. O Brasil estava em lua de mel com Jânio, fosse outro o renunciante, o presidente do Congresso iria ao seu encontro devolvendo o bilhete”, disse.

Ouça o comentário:

Confira o texto na íntegra:

Faltam 10 dias para o Cachaça Experience. Será dia 13, das 21h em diante sem horário para terminar. Degustação de 40 rótulos de cachaça, inclusive as representantes da monarquia: as cachaças Imperador e Do Conde. Madonna Mia! Sábado, dia 13, na casa de eventos atrás do campo do Próspera.

Áureo Soares de Moura Andrade, senador do PSD de São Paulo, presidente do Senado da República e do Congresso Nacional. Um sacana!

O que o senador Áureo Andrade fez foi uma barbaridade. Na primeira, cumpria o seu dever. Mas na segunda, foi sacana mesmo!

Jânio Quadros fora eleito com maioria esmagadora do eleitorado nacional, com o apoio da UDN, o maior adversário do PSD. Os pessedistas, tanto quanto possível, obstruíam as ações do presidente especialmente porque não era, JQ, dos seus quadros. Partido majoritário nas duas Casas do Congresso, juntava as agremiações menores em torno de si e fazia a maioria oposicionista ao governo de Jânio.

E naquele 25 de agosto de 1961, depois de assistir ao desfile militar, comemorativo ao dia do soldado, na esplanada dos ministérios, inesperadamente chamou seu ministro da Justiça pedindo-lhe que entregasse, ao presidente do Congresso, o bilhete que redigira. Era a sua renúncia ao cargo de presidente da República. E Pedroso Horta, sem titubear, entregou a missiva ao senador Áureo. O Brasil estava de lua de mel com Jânio que tinha o povo ao seu lado. 

Fosse um outro o presidente renunciante e o presidente do Congresso iria ao seu encontro para demove-lo da ideia. Mas não: leu a epístola, convocou, imediatamente, o Congresso para uma reunião extraordinária e fez a leitura do bilhete de Jânio declarando vaga a presidência da República. Não sem esboçar a sua alegria em fazê-lo. E o resultado todos sabemos qual foi.

No outro episódio, o Brasil não suportava mais o peleguismo instituído no governo de João Goulart. A crise política atingira o ápice e os políticos, mancomunados com os militares, conspiravam a derrubada de João Goulart. Jango, por sua vez, sentia-se amargurado na solidão do Planalto e, mergulhado nas incertezas daquele momento, resolveu deixar Brasília e ir hospedar-se em Porto Alegre, capital do estado governado por seu cunhado - e também petebista Leonel Brizola.

O que fez o senador Áureo Soares de Moura Andrade? Sabendo da viagem de Jango ao Rio Grande do Sul, convocou o Congresso para uma sessão extraordinária e anunciou alto e bom som: João Goulart acaba de deixar Brasília e abandonar a presidência da República. Desta forma declaro vago o cargo de presidente. Não sem dar ênfase às suas palavras, pronunciadas com alegria.

Sacanagem, de novo!

Isso foi golpe, porque o presidente pode se ausentar de Brasília a hora que lhe aprouver desde que não deixe as fronteiras do país. Em nenhum momento Jango estivera fora do território nacional. Mas Áureo Soares de Moura Andrade quis assim. E o resto todos nós sabemos: quinze dias depois era eleito e empossado, por ele, o general Humberto de Alencar Castello Branco como o novo presidente da República. E as consequências são de todos nós conhecidas.

Áureo Soares de Moura Andrade, paulista do PSD de JK e de Nereu Ramos, foi o artífice dos dois episódios mais nefastos da política contemporânea brasileira. Não tivesse sido açodado, no episódio da renúncia de Jânio, e mentiroso na derrubada de Jango e, provavelmente, a História teria um desfecho diferente.

E que todos comecemos o dia como queremos termina-lo! Bom dia!

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