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Até agosto, 30% dos catarinenses vacinados, afirma secretário

Número destacado por André Motta Ribeiro se refere às duas doses

Por Redação Florianópolis, SC, 30/06/2021 - 15:36
Foto: Divulgação
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O secretário de Estado da Saúde, André Motta Ribeiro, prestou contas das ações tomadas no controle da pandemia de Covid-19 aos deputados membros da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa, nesta quarta-feira (30). Ele confirmou que o aumento de contágios mostra que Santa Catarina já está enfrentando a terceira onda da doença e estimou que até o mês de agosto 30% da população estará imunizada (com as duas doses da vacina).

Ribeiro disse que houve dificuldade de cumprimento dos calendários de produção pelos laboratórios e que a politização da pandemia na esfera federal provocou impactos, conforme demonstrado na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) [em curso no Senado], além de ter havido atraso na entrega do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) pelo agravamento da pandemia na Índia. “Mas agora estamos recebendo um quantitativo bastante interessante. E já temos em torno de 15% a 17% da população elegível vacinada com as duas doses.” Até agosto, o secretário estimou que 30% da população estará imunizada.

André Motta Ribeiro afirmou que, calculando o número de doses recebidas pelo quantitativo elegível (grupos prioritários e por faixa etária), Santa Catarina está entre os cinco estados brasileiros que mais vacina. “No entanto, há 68 mil pessoas que não voltaram para receber a segunda dose.” Eram 97 mil, número que caiu depois que os municípios passaram a fazer a busca ativa desses cidadãos. A deputada Ada de Luca (MDB) opinou que “é um absurdo a pessoa não voltar para tomar a segunda dose” e que é preciso fazer uma campanha de conscientização para evitar esse tipo de comportamento. “Não me conformo, não aceito. Acho que deveríamos, enquanto sociedade organizada, fazer uma campanha", comentou Ada.

O secretário concordou que é uma questão de conscientização, já que o Brasil não tem legislação para responsabilizar as pessoas que não se vacinam. “O coronavírus é uma doença da sociedade, são pessoas infectando pessoas. Infelizmente, ela [a doença] foi politizada, isso traz dificuldades para as pessoas entenderem que a vida do próximo depende de seus cuidados.”

Sobre os critérios de distribuição das vacinas, o gestor defendeu que está havendo equidade na distribuição feita pelo Ministério da Saúde e disse que o processo está evoluindo à medida que as administrações municipais entendem melhor as orientações repassadas pela Secretaria da Saúde. Segundo ele, havia municípios que estavam reservando vacinas para a segunda dose, o que não é necessário, porque o quantitativo para a segunda dose é reservado pela secretaria. Depois que chegam, em até 24 horas as vacinas recebidas são distribuídas aos municípios.

Quanto à aquisição de vacinas pelo Estado, Ribeiro ressaltou que há uma regra federal. Seria necessário repassar ao Plano Nacional de Imunização (PNI) o contingente adquirido para divisão proporcional entre os entes federados, o que tornaria desvantajosa a aquisição individual. Além disso, neste momento ele considera a aquisição desnecessária, uma vez que o Ministério da Saúde firmou contratos que totalizam 500 milhões de doses.

A terceira onda já se reflete no quantitativo de casos, com aumento de 15% a 20% nas últimas semanas, mas ainda não se refletiu na gravidade, conforme o secretário. A taxa de ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) específicos para Covid-19 está em torno de 94%.  Ribeiro acrescentou que a faixa etária com maior número de óbitos atualmente é a dos 50 a 59 anos. A taxa de letalidade total é de 1,58% em Santa Catarina. Desde o início da pandemia, já foram registrados mais de 16,8 mil óbitos por causa da doença.

Sobre o suprimento de insumos, como kit entubação e oxigênio, o secretário informou que há 61 hospitais fazendo com UTI Covid pelo Sistema Único de Saúde, dos quais 11 são próprios (do Estado) e os demais filantrópicos ou privados. Os hospitais que compõem a rede recebem recursos para aquisição de medicamentos e insumos. No entanto, o custo das medicações aumentou em até dez vezes e há falta de insumos no mercado. “Os representantes têm discutido a situação conosco praticamente todos os dias”, afirmou. O Estado tem estimulado um sistema de permuta entre as unidades hospitalares que estejam com dificuldade e já distribuiu mais de 1,5 milhão de ampolas de medicamentos a essas unidades, conforme Ribeiro.

“Distribuímos tudo que veio do Ministério da Saúde para a rede filantrópica, mas faz algumas semanas que não chega nada do ministério.” Quanto ao suprimento de oxigênio, a solução incentivada é o abastecimento de oxigênio em forma líquida, através de tubulação, já que há falta de cilindros no mercado, não de oxigênio.

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