A esposa de um dos sócios da Boate Kiss, Nathália Daronch, 31 anos, prestou depoimento no começo da tarde desta segunda-feira, 6. A companheira de Elissandro Callegaro Spohr estava grávida de qautro meses quando houve o incêndio na casa noturna. Ela estava lá quando o fogo começou.
Em seu depoimento, Nathália relatou que Kiko foi avisado por um dos seguranças que havia acontecido “uma coisa muito séria”. O esposo abriu as portas e gritou “saiam, saiam”. Nathália saiu junto com as pessoas e foi até a calçada do supermercado que havia do outro lado da rua. “Quando eu me virei, vi que não se tratava de uma briga”.
Sobre a reforma na boate, o uso da espuma foi indicação. “Eu me recordo que foi uma indicação e ele estava amparado por uma indicação, do Engenheiro Samir, que inclusive vendia essa espuma”. Segundo Nathália, há nota fiscal e troca de e-mails que confirmam essa informação.
A expectativa era receber, naquela noite, de 800 a 850 pessoas na boate.
Mauro Londero Hoffmann era sócio de Elissandro. Ela o via pouco na boate. “O Kiko fazia a administração da Kiss. Não acredito que o Mauro interferia”. A relação com os funcionários, segundo ela, era muito boa. “Isso é uma característica dele. Tira de si para dar aos outros. Os funcionários eram como família”.
Nathália disse também que nunca assistiu a Banda Gurizada Fandangueira fazendo show pirotécnico. Na Kiss, também não viu ninguém utilizar. Só no clipe gravado na boate que foi utilizado fogo frio (indoor). De acordo com o relato, não houve autorização prévia para fazer isso desse recurso. “Eu estava lá na passagem de som. Tudo o que aconteceria no show é feito ali. E não foi solicitado isso (os fogos de artifício). E, se tivessem solicitado, não seria autorizado. Sei disso porque conheço a postura dele (Kiko). Ele acha desnecessário o uso desses artefatos em show”.
Hoje, Nathália e Elissandro são pais de duas meninas, de 8 e 5 anos. Ela disse que, antes de ir para o hotel (jurados, vítimas e testemunhas ficam confinados), as meninas perguntaram: “Mãe, traz de volta o pai para casa. E eu não sabia responder. O pai vai passar o Natal com a gente? Eu disse: eu não sei”, afirmou. O réu chorou em certas partes do depoimento da esposa.