Um grande ponto de interrogação que exige cuidados redobrados. É o que afirma o pneumologista Renato Mattos com relação da Covid-19 ômicron, identificada na África do Sul e classificada como “variante de preocupação”, pela Organização Mundial da Saúde (PMS), no dia 26 de novembro.
Mattos diz que a preocupação maior se dá devido ao grande número de mutações. “Sendo que 32 delas são na proteína spike, que é a proteína utilizada pelo vírus para entrada na célula e serve como ponto de ataque das principais vacinas do mundo como Pfizer, AstraZeneca e Janssen. Uma das preocupações é que esta unidade de mutações possa alterar a eficácia das vacinas. Os fabricantes dos imunizantes já colocaram que terão resposta em três a quatro semanas e, caso haja perda da eficácia de maneira significativa, vacinas adaptadas para esta variante serão colocadas no mercado em cerca de três meses”, salienta.
A rapidez com que a OMS se manifestou, declarando a ômicron como “variante de preocupação'', chama atenção do especialista. “Se compararmos com a variante Delta, ela foi identificada na Índia no fim de 2020 e só em maio a OMS rotulou de variante de preocupação, o que pode trazer maior risco. No caso da ômicron, a OMS foi informada no dia 24 e se pronunciou no dia 26. Tomara que estas mutações não tornem o vírus mais agressivo. É uma situação que preocupa até que tenhamos dados mais confiáveis”, fala.
Ao todo, são 50 mutações, das quais 32 na proteína Spike. "Essa é a quinta cepa classificada como variante de preocupação. As anteriores são alfa, beta, gama e delta", pontua.