Movimentos distintos estão sendo registrados neste início de novembro nos bastidores políticos de Santa Catarina, sobretudo, no cenário governamental. Ao mesmo tempo que a governadora interina Daniela Reinehr volta a articular relações com o presidente Jair Bolsonaro, Carlos Moisés da Silva busca conversas o presidente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), Júlio Garcia, e deputados.
“Daniela faz um contraponto em relação ao governador afastado, tomando decisões inéditas e cumprindo agenda para tornar permanente sua presença no governo. Em Brasília, ela esteve reunida com ministros e foi recebida pelo presidente Bolsonaro, no palácio do planalto, e disse que sua pauta era clara: resgatar o acesso do governo catarinense junto ao planalto e governo federal”, ressaltou o jornalista e comentarista político, Moacir Pereira.
A ida de Daniela à Brasília também veio carregada de outras reivindicações. Entre elas, está o pedido de apoio do governo federal para combate a longa estiagem que vem castigando, principalmente, o oeste de Santa Catarina, assim como busca por investimentos considerados inadiáveis pela gestão catarinense.
O presidente, inclusive, virá a Florianópolis nesta sexta-feira, 6, para acompanhar a formatura de 650 estudantes da Universidade Corporativa da Polícia Rodoviária Federal - a única do país neste modelo.
Enquanto isso, o governador afastado segue articulando conversas. “Moisés vem fazendo contatos com parlamentares e lideranças para tentar reverter o cenário desfavorável no parlamento, no meio político, e conseguir prosseguir até o término do mandato”, declarou Moacir.
No encontro com o presidente da Alesc, Moisés levou uma carta ao parlamento catarinense propondo uma nova relação com os deputados estaduais. No documento, o governador dedica várias linhas a uma sucessão de elogios a ex-líder do governo na assembleia, a deputada Paulinha (PDT), justamente pela defesa que ela vem fazendo a administração de Moisés e, também, em relação aos processos de impeachment.
“O time do governador está merecendo reparos na área política. Durante os 22 meses que governou SC, manteve total distanciamento do poder legislativo estadual. Ao destacar o papel de Paulinha, perdeu pontos com deputados que contestaram a ex-líder governista, que declarou que a Alesc estava envergonhando a população catarinense quando aprovou o segundo pedido de impeachment”, ressaltou.