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De hepatite a leptospirose: os riscos à saúde deixados pela chuva

Com os alagamentos, os cuidados gerais com água e alimentos consumidos devem ser redobrados

Por Giovana Bordignon Criciúma, SC, 05/05/2022 - 17:15
Foto: Arquivo / 4oito
Foto: Arquivo / 4oito

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As fortes chuvas que atingiram a região nos últimos dias deixaram várias ruas alagadas. Muito além dos transtornos estruturais, as inundações também aumentam o risco de doenças transmitidas pela água e alimentos contaminados.

Segundo a médica veterinária da Unidade de Vigilância de Zoonoses de Criciúma, Mayara Vieira Tizatto, é muito importante evitar o contato com a água contaminada, caso não for possível, a utilização de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) é indispensável.

“Se entrou água dentro da minha casa, para fazer a higienização depois que baixar a água, temos que usar água sanitária para limpar o chão e os móveis”, alertou a veterinária. Para limpá-los é preciso utilizar luvas, máscara e botas de cano alto, sabão e água sanitária 2,5% diluída na proporção de duas xícaras de chá (400 ml) para cada 20 litros de água, deixando agir por 15 minutos.

Água e alimentos contaminados

Os cuidados gerais com a água e os alimentos consumidos, bem como a higiene pessoal e do ambiente devem ser redobrados. Além do destino das fezes e do lixo, sobretudo em casos de enchentes e alagamentos. O alerta vale especialmente para quem utiliza água de reservatórios e poços artesianos.

Orientações:

  • Alimentos que estiveram em contato com a água contaminada devem ser inutilizados e descartados corretamente;
  • Quem utiliza poço artesiano evitar tomar aquela água por um tempo e comprar água de galão, de onde tenha a certeza da procedência. Tomar apenas água potável;
  • E lavar frequentemente as mãos com água tratada antes de manusear alimentos e de se alimentar.

Doenças provocadas pela água contaminada

A leptospirose, doença mais comum decorrente de enchentes, segundo a veterinária, é transmitida ao homem pela urina de roedores, principalmente por ocasião dos alagamentos. Os principais sintomas são febres, dor de cabeça e dores pelo corpo, principalmente nas panturrilhas.

“Quando evolui para um quadro mais grande, onde há um comprometimento do fígado e rim, a pessoa pode ter também o amarelamento das mucosas e evoluir ao óbito muito rápido. É uma doença que tem tratamento, mas se não for diagnosticada precocemente, pode agravar a situação e, às vezes, até resultar na morte”, destacou Mayara.

Transmitida por meio de alimentos mal lavados, a hepatite pode surgir com a ingestão de água das chuvas contaminada. Os sintomas envolvem dores abdominais, febre, pele e olhos amarelados e urina escura.

A cólera é causada por uma bactéria e também é transmitida por meio da água potável e de alimentos contaminados. O paciente pode sofrer com diarreia intensa.

A médica veterinária também citou as verminoses, causadas pela ingestão de alimentos ou água contaminada. São vermes cujos principais sintomas são dores abdominais, náuseas, vômitos, diarreia, falta de apetite, perda de peso, anemia e problemas respiratórios.

Como tratar

Em situações de enchentes e inundações, qualquer pessoa que tiver contato com a água das chuvas ou lama contaminadas poderá se infectar. Mas, segundo Mayara, as contaminações mais comuns não são decorrentes de enchentes. “Geralmente quem acaba contraindo a doença é quem vai fazer alguma limpeza de fossa ou viaja bastante, hospedando-se em locais com higiene mais precária”, contou.

Ao apresentar algum sintoma, o primeiro passo é o paciente procurar uma unidade de saúde. A pessoa será examinada e, conforme a suspeita do médico, será gerada uma ficha com informações sobre o paciente. “Essa ficha vai para o setor de Agravos e, quando se trata de uma zoonose, eles nos repassam os dados para fazermos a investigação epidemiológica, ambiental e vetorial do caso”, explicou a veterinária.

“Fazemos visita na residência do paciente, aplicamos um questionário e, dependendo da doença, fazemos coleta de amostras do animal envolvido (se houver)”, continuou. As informações obtidas nas visitas podem auxiliar na agilidade e tratamento adequado do paciente, pois, muitas vezes, os resultados dos exames são demorados e é necessário intervir de alguma forma para que o quadro não agrave.

Além disso, o procedimento torna possível ter um panorama de determinadas doenças em algumas regiões da cidade. Isso permite que a Unidade de Vigilância de Zoonoses poça traçar estratégias de controle e prevenção para casos de surtos.

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