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“Deixa a gente trabalhar”.

Jorge Boeira, empresário, engenheiro e ex-deputado federal  Criciúma, SC, 13/09/2021 - 11:46 Atualizado em 13/09/2021 - 11:53

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Assistimos atônitos a discussão entre poderes da república os quais eu entendia serem os pilares da democracia, mas após este sete de setembro estou convencido que a democracia é sustentada pelo povo que trabalha, de sol a sol, no campo e nas cidades. É o povo que produz e paga impostos. E o povo somos nós, empresários e trabalhadores. 
Somos o setor produtivo deste país. Precisamos de previsibilidade para investir e gerar crescimento econômico, emprego e a renda que dará segurança para os trabalhadores criar seus filhos, educar e garantir alimentação e moradia.  Precisamos de infraestrutura para escoar a produção agrícola, de melhorias nos níveis de educação e de investimentos em pesquisa em ciência e tecnologia, como condição essencial para que o Brasil se coloque na vanguarda da modernidade junto às outras nações. Precisamos desenvolver uma matriz energética sustentável, sem a qual corre-se o risco de vivermos a depender dos ciclos de chuvas e convivermos com as ameaças de racionamentos e apagões energéticos. A política de combate adotada para a crise hídrica via aumento de tarifas é desatino que a sociedade brasileira não mais suportará.  Portanto, o que pedimos ao governo é que não atrapalhe, que faça o “feijão com arroz” e deixe a gente produzir. 
Não se constrói uma nação e, o futuro dela, com brigas, ameaças e com palavras de efeito para se ganhar eleição. Basta!!! A sociedade viu-se desprotegida diante da briguinha entre membros de poderes da república e, essa sociedade está pagando caro, sentindo no bolso essa pelea que não leva o Brasil para lugar algum, salvo o que vimos agora, preços que não cabem mais no salário do trabalhador.
Queremos um presidente confiável e que respeite o dinheiro público. Que tenha clareza nos seus atos e nas suas intenções. Precisamos de um presidente que esteja focado na solução dos problemas reais do país como a crise sanitária ainda não resolvida, a fome, o desemprego e o flagelo da inflação. De um presidente que priorize a aprovação das reformas estruturais como a administrativa, cuja máquina estatal solapa os recursos do Estado inviabilizando os investimentos públicos para o crescimento de todas as escalas de produção, bem como, a reforma tributária, eis que vige no Brasil um sistema tributário injusto por natureza e paranoico por excelência, que taxa demasiado o setor produtivo, a classe média e as famílias de menor renda. 
Precisamos de um ambiente de negócios descontaminado pelas crises políticas, sem o qual se torna inglorioso lutar no dia a dia dentro da indústria, bancar os custos fixos, desenvolver no cotidiano novas soluções para ganhar eficiência, pagar fornecedores e impostos em dia, garantir os empregos e gerar outros novos. O empresariado vive há quase dois anos momentos de angústia. Muitas pequenas empresas fecharam as portas interrompendo o sonho de milhares de pessoas.
Queremos um presidente que tenha clareza que o país não pode pegar dinheiro emprestado apenas para pagar despesas e, assim, quitar uma dívida constituindo outra. Precisamos, sim, de financiamento para investir em projetos prioritários que propiciem crescimento econômico. Quando vamos comprar uma máquina na indústria é avaliado se o investimento é capaz de gerar receita para pagar a prestação e ainda ter lucro. Se a resposta é sim, vale o financiamento. No setor público, o investimento que se faz, seja via financiamento direto ou via empréstimo precisar ter a mesma avaliação e seja aplicado em serviços e obras que garantam o retorno esperado para desenvolver o País. Temos só uma coisa a fazer: crescer, crescer e crescer, um milhão de vezes crescer. 
Queremos um Brasil voltado a resolver os problemas de reais interesses do povo e de nossa economia para fora do ambiente eleitoral de 2022, mas na convicção patriótica de tais problemas precisam ser enfrentados agora, sob o risco de não se ver instalado outra alternativa senão a do caos econômico e social.
Nós, que conseguimos fazer análise crítica, seja pela idade, vivência e a experiência, temos quer ser a bússola. Precisamos nos unir para darmos a direção, o caminho mais seguro e com honestidade, ou continuaremos votando em corruptos e incompetentes. BASTA!

Artigo assinado por: Jorge Boeira, empresário, engenheiro e ex-deputado federal 

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