"Quando acontece um acidente tem aquela celeuma, e agora, quem foi o culpado? Quem errou? Fica aquela confusão". A provocação foi feita pelo advogado Vinícius Ribeiro, comentarista de assuntos de trânsito na Rádio Som Maior. Ele começou, no quadro Sinal Verde desta quarta-feira, 17, no Jornal das Nove, uma série de abordagens sobre direção defensiva. "É um conjunto de medidas para prevenir ou até minimizar os acidentes", sublinhou.
Ribeiro lembrou que "a prática diária de conduzir o veículo traz a habilidade em dirigir", e que os motoristas devem estar atentos às três falhas mais comuns ao volante. "A negligência, a imprudência e a imperícia", enfatizou.
Confira abaixo o artigo publicado nesta quarta no jornal Tribuna de Notícias:
Insistimos em culpar os outros pelas falhas cometidas quando se está na direção de um veículo automotor. São motociclistas que exigem passagem entre os carros que circulam na via, como também, motoristas que não respeitam o espaço dos motociclistas no caótico trânsito das cidades. Lembrando que todos, isso inclui os pedestres, devem obrigatoriamente conhecer e cumprir a legislação de trânsito. Assim, o desconhecimento da lei não pode ser usado na defesa de um infrator.
Como já sabemos, acidentes acontecem todos os dias, uns com maior gravidade e outros apenas com danos materiais. É possível dizer também que o acidente é causado diante uma combinação da vários fatores, como: interpretação das condições adversas, excesso de velocidade, desrespeito à sinalização, entre outros.
Dentro das condições adversas uma que chama mais atenção é a do motorista, pois nela fica definido a questão do motorista defensivo, ou seja, aquele que usa de forma constante as técnicas de pilotagem defensiva mesmo que a culpa do evento tenha sido do outro motorista.
Importante trazer três falhas humanas recorrentes em acidentes: Temos a negligência, onde não se há qualquer importância mesmo conhecendo as regras que estão em vigor, bem na verdade é o desleixo, descaso do motorista de estar num veículo sem qualquer condição de trafegabilidade. Ainda, temos a imprudência, sendo essa a campeã do resultado acidente de trânsito. Na imprudência o motorista assume riscos totalmente desnecessários, mas com certeza sabe o que está fazendo. Não mede esforços para colocar em risco a sua vida e a de outras pessoas diante estar numa velocidade acima da máxima permitida, como também, fazer manobras perigosas e permitir que os ocupantes do veículo estejam sem o cinto de segurança. Por fim, imperícia. Aqui não estamos falando dos recém habilitados, mas sim de pessoas que de algum modo apresentam inabilidade ou falta de experiência na condução do veículo automotor. Não erro em dizer que a imperícia em vários casos está relacionada com a falta de prática, pois pessoas possuem carteira de habilitação, mas por algum motivo não conseguem estar na direção de um veículo.
Para motoristas mais conscientes, a prática da direção defensiva enquanto dirige se torna a lei da sobrevivência, pois resta praticada na direção os elementos básicos da direção defensiva, que são cinco: conhecimento, atenção, previsão, decisão e habilidade.
No conhecimento, o motorista precisa saber as normas, direitos e deveres e consequentemente ter uma boa prática de direção que é fundamental ao bom motorista. Na atenção, o motorista deverá estar atento a tudo que está a sua volta, não se distraindo com coisas corriqueiras, como conversas, som em volume elevado e principalmente o uso do celular ao volante. Na previsão, o termo significa para a direção defensiva estar preparado para evitar qualquer evento acidente, fazendo com o que o motorista previna a situação de risco que está prestes a ocorrer. Na decisão, e não tão menos importante, é o momento que o motorista diante a situação imprevista procura a escolha certa para resolver o problema que lhe foi apresentado. Por derradeiro, temos a habilidade. A prática diária conduz o motorista a plenitude de suas habilidades. O motorista habilidoso é aquele que conhece e sabe manusear todos os controles do veículo, executa tarefas que muitas vezes são de alta complexidade, mas deixa a desejar quando o assunto é ter consciência na direção de um veículo automotor. Aqui fica a pergunta, você motorista conhece bem o veículo que dirige em sua plenitude? Você motorista já leu alguma vez o manual do veículo? Não! Pois, então faça! Irá perceber que ainda não conhece tudo.
Assim, respeitar as normas vigentes é garantir um trânsito mais seguro e com certeza muito mais distante dos acidentes. Assim, iremos garantir a segurança de todos. “As ações para um trânsito mais seguro começam a mudar, quando você motorista começa a se importar, faça sua parte”.