A Associação Empresarial de Criciúma (Acic) sediou reunião do Fórum das Entidades de Criciúma (Forcri) nessa quinta-feira, 5, que teve como pauta principal demandas da Polícia Civil na Região Carbonífera. Durante o encontro, o delegado regional Vitor Bianco Junior expôs a necessidade de recomposição do efetivo policial.
"Nós temos boas estruturas físicas, viaturas, estamos entregando pistolas Glock que foram adquiridas para a Polícia Civil, mas enfrentamos esse grande gargalo. A falta de efetivo não é um problema de hoje. Desde que assumimos a função, em janeiro de 2019, estamos pedindo o incremento de policiais", ressalta o delegado.
Ele detalha que a região tem atualmente 144 policiais civis em serviço, ou seja, a proporção é de um policial para cada 3.103 habitantes, quando o ideal seria um para cada 1 mil habitantes. Em Criciúma, são 88 policiais para uma população de mais de 219 mil habitantes. Esses números estão abaixo de outras regiões. O delegado conta que em 2020 fez um pedido de mais 75 policiais, sendo enviados 13 e já houve a saída de quatro.
Mesmo com as baixas no efetivo, a Delegacia Regional de Criciúma produziu 5.119 procedimentos em 2020. "Temos altos índice de resolução de crimes como homicídio. Mas vai chegar a um ponto que não vamos mais conseguir atender a demanda", alerta a autoridade policial.
Alternativas
Conforme Bianco, a situação tende a se agravar, caso não haja a reposição, pois há um processo promocional em andamento, que deve ser encerrado em maio, com a perspectiva de 18 aposentadorias na região de Criciúma.
Como alternativa, a Delegacia Regional busca parcerias com os municípios. "Estou em conversas com o prefeito Clésio Salvaro, tentando receber de cinco a seis servidores do município para a Polícia Civil de Criciúma. Também houve uma força-tarefa com a participação de delegacias de outras regiões para dar vazão aos exames de volante para tirar a carteira de habilitação, já que a espera chegava a três meses", cita.
No entanto, na avaliação do delegado, a solução adequada seria a incorporação por meio de concurso público. "O último foi realizado em 2017, mas acabou suspenso em razão da pandemia. São 435 policiais aprovados, dos quais, se forem chamados, 190 devem se apresentar. Para isso, é preciso o governo autorizar o chamado", salienta. Somente a partir do chamado será possível promover um novo certame.
Apoio
O presidente do Forcri e também diretor da Acic, Leandro Eufrásio Teixeira manifesta o apoio à Polícia Civil. "O Forcri vai abraçar essa bandeira, para buscar uma solução. Nós temos muitas ações voltadas à segurança pública e não poderíamos deixar a Polícia Civil de fora. Fomos procurados pelo delegado regional, que nos apresentou números preocupantes", relata.
"Temos que pensar como vamos pleitear esse aumento de efetivo, os argumentos que vamos apresentar. Inicialmente, unir esforços para que haja o chamamento dos aprovados em concurso, para que um novo certame seja realizado. Ao mesmo tempo, buscar o apoio dos deputados da nossa região nesse pleito", sugere por sua vez o presidente da Acic, Valcir José Zanette. O chamado precisa ocorrer logo, devido aos prazos do ano eleitoral.
Parceria
Coordenador do Gabinete de Gestão Integrada Municipal de Criciúma (GGIM), o perito da Polícia Científica de Santa Catarina em Criciúma, André Bittencourt Martins, enalteceu a parceria com o Forcri, ressaltando as ações do Fórum no sentido de reforçar o sistema de videomonitoramento e de ampliar o efetivo da Polícia Militar, resultando na chegada recente de 13 policiais.
Sobre o Forcri
O Fórum das Entidades de Criciúma é formado pela Associação Empresarial de Criciúma (Acic), Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Sociedade Maçônica Regional do Sul de Santa Catarina (Somarsul), Lions e Rotarys Clubes de Criciúma e atua voluntariamente em defesa das pautas da região, como as relacionadas à segurança pública, saúde e infraestrutura.