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Impeachment: sem apoio, clima é desfavorável para Moisés

Processo foi acolhido pela Alesc nesta quinta-feira

Por Paulo Monteiro Criciúma - SC , 31/07/2020 - 08:42 Atualizado em 31/07/2020 - 08:46
Foto: divulgação
Foto: divulgação

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Na manhã desta quinta-feira, 30, o presidente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), Júlio Garcia, acolheu o pedido de impeachment contra o governador Carlos Moisés e sua vice, Daniela Reinehr. Sem apoio nas ruas e muito menos dentro do parlamento, o governador enfrenta um clima extremamente desfavorável para si, e terá grandes dificuldades para reverter a situação.

Confira também - Alesc acolhe pedido de impeachment do governador Carlos Moisés

“O clima no parlamento não é favorável ao governador, porque ele está sem torcida. Os próprios líderes do PSL, o seu partido, são favoráveis ao processo de impeachment. O conjunto da obra é desfavorável ao governador, porque ele se isolou e está pagando o preço por isso”, destacou o jornalista político, Moacir Pereira. 

Além do processo embasado no aumento do salário dos procuradores de SC, concedido de forma administrativa, Moisés conta com um cenário político e administrativo pesando contra. As polêmicas da compra dos 200 respiradores, assim como do Hospital de Campanha, a insatisfação por parte do setor produtivo após a paralisação de atividades no estado, e a falta de diálogo com os prefeitos pesa para o lado oposto. 

Além disso, a estratégia que vem sendo adotada por Moisés após a declaração do processo, também é questionada. “O governador adota uma estratégia equivocada. Tentou desqualificar o procurador Ralf Zimmer, quem protocolou o pedido, por questões familiares. Fez ofensivas graves. Além disso, a primeira vez que se manifestou, depois de uma semana, também atacou o deputado Júlio Garcia”, disse Moacir.

Confira também - Moisés é notificado sobre abertura do processo de impeachment e se manifesta 

Paulo Afonso foi o último governador de Santa Catarina a passar por um processo de impeachment, mas sem ser impeachmado, ainda na década de 90. O cenário da antiga situação quando comparada a atual, de Moisés, no entanto, é completamente diferente.

“Paulo Afonso tinha um grande partido, o MDB, que na época era o maior de Santa Catarina. O povo foi para a praça o defender, e ele tinha lideranças ao seu favor. Moisés não tem torcida, porque abandonou sua base conservadora, que votou nele e no Bolsonaro, e não conquistou o restante”, pontuou.

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