O tema câncer voltou a pauta de Criciúma com mais intensidade na noite desta terça-feira, 7, durante a sessão da Câmara de Veradores, em que um programa de Políticas de Proteção aos Direitos da Pessoa com Câncer acabou sendo vetado. Juntamente à isto, o vereador Ademir Honorato chamou a atenção para um assunto: a quantidade de pessoas com câncer que estão morrendo no município durante a pandemia de Covid-19.
"Aqui no meu bairro, na Quarta Linha, neste ano, morreu praticamente dez pessoas com câncer. Durante a pandemia, nesses três meses e meio já foram seis ou sete, além de outras três anteriormente à março. Em Criciúma, ao todo, forma cerca de 40 pessoas que morreram com essa doença", disse o vereador.
Ademir aponta não para um erro por parte do setor de saúde do município, mas sim para o medo de contrair o novo coronavírus que assolou muitos pacientes. "O medo foi tão grande que as próprias pessoas com a doença não estavam indo para o hospital. não queriam porque tinham medo e, assim, adoeciam em casa. Tenho um vizinho que ficou, ficou e, quando descobriram, tentaram fazer a biópsia e nisso tudo durou sete ou oito dias. Morreu em casa", colocou.
O veto do projeto
O programa de Direitos da Pessoa com Câncer, de autoria do vereador Paulo Ferrarezzi, tinha o objetivo de assegurar e promover, em condições de igualdade, o acesso ao tratamento adequado e o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais da pessoa com câncer, a garantir o respeito à dignidade, cidadania e inclusão social.
A votação foi acirrada, e terminou em 9 à 8 a favor do veto. A justificativa para o veto, dado pelo chefe do Executivo é o fato de que cabe à Administração Pública, e não ao legislador, deliberar a respeito da conveniência e oportunidade de programas em benefício da população.