Rodrigo Minotto, deputado estadual
Os especialistas em mercado de trabalho analisam a perda de empregos no Brasil em razão da pandemia utilizando dois cenários. No cenário mais otimista, teríamos a perda de 7 milhões de empregos e chegaríamos a uma taxa recorde se desemprego de 17,6%, o que nunca aconteceu em nosso país. No cenário mais pessimista, a taxa de desemprego chega a estratosféricos 23,8%, número até aqui impensável, mas real, de acordo com analistas da Fundação Getúlio Vargas.
Acrescente-se a isto, uma perda de 15% nos salários, em geral. Acrescente-se mais as graves perdas de direitos sofridas pelos trabalhadores com a reforma trabalhista e o aumento considerável dos trabalhadores informais como medida urgente de sobrevivência e pode-se constatar que não temos nada a comemorar neste Primeiro de Maio, dia dedicado a homenagear o trabalhador.
Os programas de auxílio aos trabalhadores de baixa renda amenizam momentaneamente os problemas de sobrevivência das pessoas que mais necessitam de ajuda agora, mas não resolvem. Não chegam a solucionar 10% dos estragos trazidos pela pandemia para os trabalhadores brasileiros.
O possível socorro para as pequenas empresas com o fim de que estas possam pagar salários e segurar pelo menos parte dos empregos que disponibilizam também está longe de resolver a crise, além da demora em chegar às contas bancárias desse segmento que tantos brasileiros empregam.
A pandemia deixou claro, de maneira abrupta e cruel, que o Brasil hoje é um país que não tem um projeto.
Um projeto claro e que pense na maioria de seu povo: os trabalhadores. Que privilegie o capital produtivo em vez do capital especulativo. Que desenhe e ponha em prática um plano de desenvolvimento que apoie e privilegie a indústria nacional sem abrir mão das importantes relações comerciais internacionais. Que coloque a vida e o bem estar das pessoas como objetivo número um, número dois, número três...
Como disse anteriormente, não temos motivos para comemorar neste Primeiro de Maio.
Mas sempre teremos motivos para manter a esperança viva.
A esperança de que, após essa pandemia, o nosso país acorde e a gente comece a pensar um Brasil para os brasileiros.
Mais justo, mais digno, mais próspero e mais feliz para todos.