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O drama de quem trabalha no transporte coletivo

Mais de 50 motoristas já foram demitidos em Criciúma. E as empresas dependem totalmente de programa do governo

Por Denis Luciano Criciúma, SC, 06/10/2020 - 16:12 Atualizado em 06/10/2020 - 16:14
Arquivo / 4oito
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Um motorista do transporte coletivo que ganhava R$ 3 mil mensais para guiar os ônibus em Criciúma, mal está embolsando R$ 1,5 mil. "Ainda assim, menos mal que estão empregados, os que ainda estão empregados", resume o presidente do Sindicato dos Motoristas de Criciúma e Região, Clésio Fernandes, o Buba. Ele calcula que, desde o início da pandemia de Covid-19, com as suspensões, voltas precárias e parciais do serviço, 51 motoristas foram demitidos pelas três empresas que operam o transporte coletivo em Criciúma. "Foram 13 em uma empresa, 13 em outra e 25 em outra", confirma o sindicalista.

O sindicato está sensível, garante Buba, à situação vivida pelas empresas, cujos rendimentos desabaram nos últimos meses. "Na última vez que vimos a medição, na semana passada, estavam usando os ônibus cerca de 9 mil passageiros por dia, bem menos que os 45 mil que usavam antes disso tudo", observa. "Para conseguir manter os empregos, as empresas tiveram que recorrer a esse programa do governo, de redução das jornadas e dos salários, com o governo pagando 70% e a empresa 30%. Mesmo assim, muito trabalhador teve salário bastante reduzido, por perda de horas extras e de algumas vantagens", relata, recordando o caso citado antes, dos motoristas que hoje estão percebendo cerca da metade do que tinham até março.

Clésio Fernandes, o Buba, presidente do sindicato

"Não paga nem o óleo diesel", cita Buba, quando indagado sobre o que as empresas vêm arrecadando com os passageiros transportados nas últimas semanas em Criciúma, confirmando um argumento que é recorrente entre os empresários do setor. "Os trabalhadores que não foram demitidos estão muitos em casa, pois não tem ônibus rodando para absorver todos. Os cobradores, por exemplo, estão em casa, mas daqui a pouco esse programa do governo acaba e, daí, complica de vez. As empresas estão com dificuldades até de demitir, pois não tem o dinheiro para as rescisões", observa o presidente. 

Enquanto isso, a atenção é constante à saúde dos trabalhadores. "Estamos monitorando o tempo todo, e nenhum motorista pegou Covid", garante. "Isso é muito bom, prova que os cuidados estão sendo bem tomados, tem álcool gel, tem proteção, eles estão trabalhando com segurança", destaca. 

Para incrementar o apoio aos trabalhadores, o sindicato recebe nesta terça-feira, 6, da Unesc, a doação de 800 kits. "Vai ser um importante apoio que a Unesc nos dará, pois muitos trabalhadores não conseguem pagar por esses itens, como a máscara, e eles precisam ter em quantidade, pois suja bastante durante o trabalho", refere. 

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