Santa Catarina viveu nessa sexta-feira um dia histórico. Um dia em que um erro foi reparado e a verdade foi restabelecida. Com o fim do julgamento do segundo pedido de impeachment pelo Tribunal Misto, encerrou-se um movimento que buscava, acima de tudo, deslegitimar um governo democraticamente eleito pelos catarinenses sem a mínima justa causa para tal.
Um governo que desde o primeiro dia de gestão vem cumprindo aquele que foi o seu principal compromisso de campanha: combater práticas não republicanas e fazer da administração instrumento para melhorar a vida das pessoas, e não mais apenas para servir aos interesses de grupos historicamente arraigados nas estruturas de poder do Estado Catarinense. Ao enxugarmos a máquina pública, ao reduzirmos cargos comissionados, ao revermos e readequarmos contratos, ao valorizarmos servidores de carreira em postos-chave da administração, ao implantarmos uma política de austeridade jamais vista nas últimas décadas em Santa Catarina, contrariamos muitos e grandes interesses, dentro do espectro político e para além dele.
Sabíamos que a luta seria dura, e estávamos, como estamos, preparados e dispostos e enfrentá-la, com garra, altivez e dignidade. O que talvez não imaginávamos, isso sim, era tamanha aglutinação de forças com o único propósito de derrubar o governo para que aqueles que foram rechaçados de forma contundente nas urnas pudessem voltar ao poder no qual se perpetuam há décadas. Promover processo de impeachment sem justa causa é sobretudo ofensa à democracia, desprezo pela vontade popular expressa no voto livre. Utilizar instituições permanentes de Estado para fins políticos e defesa de interesses que não os da coletividade é afronta não apenas ao que preconiza nosso ordenamento jurídico,
mas também uma demonstração de desprezo para com aqueles que lutaram e lutam para fazer dessas mesmas instituições alicerces sólidos da nossa democracia.
Confesso que o que mais me impressionou durante todo esse período não foram as inúmeras manobras políticas e jurídicas empregadas para se alcançar o intento de destituir o governador Carlos Moisés da Silva do cargo. O que mais me impressionou, e até chocou, reconheço, foi testemunhar o absoluto desapreço por Santa Catarina e sua gente por parte dos responsáveis por toda essa situação. Pessoas dos mais diferentes setores que publicamente demonstram preocupação cívica, posam de baluartes da moral e defensores da
ética, mas que nos bastidores atuam unicamente para defender seus interesses e de seus grupos. Mesmo que para isso Santa Catarina e o seu povo tenham que pagar um alto preço.
O preço da estagnação administrativa, da suspensão de projetos, da retenção de investimentos, da instabilidade na execução de políticas públicas que podem inclusive resultar na perda daquilo que nos é mais precioso, a vida. Ao longo de minha vida fiz duas grandes promessas, as quais eu sabia que ditariam o rumo da minha existência. A primeira, nos anos noventa, quando, ao me formar na escola de Oficiais da Polícia Militar, jurei servir à sociedade, mesmo com o risco da própria vida.
A segunda, quando sob o chamamento de 2.644.179 votos dos catarinenses fui conduzido ao cargo de Governador, jurei manter, defender, cumprir e fazer cumprir a Constituição Federal e a do nosso Estado, observar as leis, promover o bem-estar geral e desempenhar o meu cargo honrada, leal e patrioticamente. Quero deixar claro que continuarei enfrentando as adversidades com o mesmo rigor moral com o qual sempre pautei a minha vida. Não quebrarei os compromissos assumidos com a sociedade, com os eleitores e eleitoras que depositaram em mim a confiança de seu voto, e, principalmente, com a minha família.
Temos o maior desafio de saúde pública da nossa história. Temos vidas para salvar. Não podemos perder mais tempo. Vamos retomar o trabalho pela vacinação célere da nossa população e nas ações de combate à pandemia. Vamos acelerar as obras, as entregas, estreitar diálogos, fazer com que os recursos cheguem a quem mais precisa. Meu compromisso
é de continuar transformando este Estado no melhor lugar para se viver, visitar, trabalhar e empreender.
Santa Catarina, 9 de maio de 2021
Carlos Moisés da Silva, Governador do Estado de Santa Catarina