Foi a pedra cantada.
Foi dito aqui em agosto, na primeira quinzena, que a obra de macrodrenagem no bairro Pio Corrêa corria o risco de ser paralisada porque o Governo do Estado parou de pagar.
E ontem, a obra parou.
As máquinas foram retiradas do local e os trabalhadores desmobilizados.
Em princípio, a causa teria sido um desencontro, ou falta de entendimento, entre as Secretarias da Fazenda e de Infraestrutura do Governo do Estado.
A Fazenda fez o convênio com Criciúma para a obra, valor total de R$ 12,5 milhões.
Mas, quem fiscaliza as obras pagas pelo estado é a Secretaria de Infraestrutura.
Em convênios do tipo, a regra prevê que para pagar a partir da terceira parcela tem que ter a liberação da equipe de fiscalização da Infraestrutura.
A fiscalização da Infraestrutura não deu ok, não liberou, porque não participou das tratativas para o convênio e teria identificado problema no projeto e no orçamento.
A partir daí, as coisas se encaminharam para uma obra condenada.
Inteirado da situação, passei a tratar do assunto e do risco.
A intenção sempre foi contribuir para uma solução.
Para evitar, inclusive, que tivesse a paralisação da obra.
Com a situação escancarada, e o risco real apontado, a expectativa era que os gestores públicos envolvidos se entendessem e a situação fosse contornada.
Afinal de contas, o que interessa para a cidade, para os moradores, para o cidadão pagador de impostos, é que a obra tenha continuidade e seja concluída no prazo, ou antes, quando possível.
Mas, depois de um mês de o assunto sendo tratado, e o alerta reiterado do risco real de paralisação, nada foi resolvido, e ontem a obra efetivamente parou.
As máquinas foram retiradas do trecho depois do intervalo para o almoço, começo da tarde.
Só depois disso, e do desgaste inevitável, é que reuniões foram feitas, conversas muitas, e algumas pesadas, telefonemas trocados, e foram emitidos sinais que será resolvido.
Ontem à noite, os moradores já foram chamados para uma reunião, amanhã cedo, com representantes do governo e da empresa que está fazendo a obra.
Agora pela manhã, as máquinas já voltaram para o trecho, os trabalhos seguem.
A empresa foi chamada para reunião no Governo, em Florianópolis, à tarde.
Fumaça branca deve ser lançada ao ar nas próximas horas.
Obra andando, é o que interessa.
Mas, perguntar é preciso:
Porque deixar chegar nesse ponto?
O mínimo que o cidadão pagador de impostos espera dos agentes públicos é que se entendam no cumprimento de suas obrigações.
Podem pensar diferente, se relacionar com grupos distintos, não dividirem a mesma mesa, nem fazer parte do mesmo time político.
Mas, que os interesses coletivos sejam preservados, e priorizados.
Que os compromissos sejam cumpridos.
Que as possíveis divergências no rito da burocracia sejam sanadas interna e rapidamente, sem prejuízo ao pagador dos impostos.
As pessoas merecem.
A cidade merece.
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