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Desde o início desse mês, quem procura a UPA, a Unidade de Pronto Atendimento de Araranguá, precisa ter paciência. Esse foi o caso de Ednei de Andrade, que sentido fortes dores abominais teve que enfrentar uma longa espera, cenário que vem se repetindo nos últimos dias na unidade de saúde.
“Cheguei por volta das 12h20min sentindo fortes dores no lado direito da barriga e já faz aproximadamente três horas que eu estou esperando. Até agora só passei pela triagem e estou aguardando me chamarem para ver o que tenho. O movimento vem aumentando a cada hora, muita gente chegando e tendo que esperar. Já vi muitas crianças também. Realmente um movimento muito grande. Agora tenho que aguentar a dor e dar uma esperada para ver o que dizem”, comenta o mestre de obras.
A secretaria de Saúde de Araranguá está ciente da situação. Segundo a secretária, Daiane Biff, não se trata de um grande aumento de casos de Covid-19. “Gostaríamos de prestar esclarecimentos à população. Com as temperaturas mais baixas, a procura por atendimento vem aumentado consideravelmente. A nossa média de atendimento na UPA, que é o esperado, é de aproximadamente 200 atendimentos por dia. Nos últimos cinco dias, o número tem sido o dobro, não baixando de 400 atendimentos. Ontem, nós chegamos a quase 500 atendimentos. As pessoas estão questionando se seria tudo Covid, mas na verdade a maior parte é de pessoas com problemas respiratórios, síndromes gripais em geral, porém, 90% não é Covid”.
A secretária ainda reforça a necessidade de as pessoas manterem os cuidados para combater os vírus que circulam nessa época do ano. “Gostaríamos de chamar atenção para a questão dos cuidados. Vamos continuar lavando as mãos e usar indiscriminadamente o álcool. Isso ajuda a combater todos os vírus que estão circulando, principalmente com a chegada do frio. Estamos tendo muitos atendimentos de crianças. Do dia primeiro ao dia dez desse mês, nós fizemos um levantamento que apontou que tivemos mais de mil atendimentos de crianças na UPA. Então é muita criança doente. Isso tem relação com a volta às aulas e a não utilização da máscara. A recomendação principal seria as pessoas que estão com algum sintoma gripal usar a máscara para não passar para os outros. Temos que continuar nos cuidados”.
Reforço no atendimento
Por fim, a secretária afirma que, constantemente, o atendimento médico vem sendo ampliado na UPA. “Os atendimentos normais em uma UPA são feitos por dois médicos. Nós estamos colocando na maior parte do tempo três médicos e já chegamos a atender com 4. Para uma UPA não é normal essa quantidade de profissionais. Se formos ver em um pronto-socorro hospitalar, que deveria atender até mais que a demanda da UPA, dificilmente veremos uma quantidade igual essa de médicos. Mas estamos tendo que colocar pois, a quantidade de pessoas a serem atendidas aumentou muito. Ainda assim, mesmo com o reforço de médicos, o tempo de espera ultrapassa duas horas para quem não é classificado como de risco alto. Estamos fazendo tudo que está ao nosso alcance”, concluiu Daiane Biff, secretária municipal de Saúde de Araranguá.
