Às 17h, de 26 de agosto de 2003, a ação de uma quadrilha parou a Avenida Centenário, protagonizando um audacioso assalto à agência do Unibanco, resultando na morte dos policiais militares Sérgio Buratti, 40 anos, e Joel Domingos, 32 anos, além do ferimento grave no ombro do cabo Marlon Bússolo, 38 anos.
[o texto continua após o áudio]
Ouça o comentário completo do coronel Cabral na Rádio Som Maior:
O crime, protagonizado por uma quadrilha interestadual fortemente armada, deixou um rastro de medo na cidade e mudou a segurança pública em nosso Estado.
Este episódio, me leva a meditar sobre uma das estrofes do poema “O POVO”, do escritor português Eça de Queiroz, em que diz:
“Há, no mundo, uma raça de homens, com instintos sagrados e luminosos, com divinas bondades e amor pelo trabalho, que muitas vezes sofrem e se lamentam em vão. Estes homens são o povo”...
Estes homens são os soldados, de todas as forças de segurança.
Estes homens são aqueles que lutam nas guardas municipais, nas polícias civis, nas polícias militares, nos corpos de bombeiros e nas forças armadas.
Estes homens são os soldados de todos os níveis hierárquicos, pois todos, na sua essência, são soldados.
São soldados que buscam o bem de todas as pessoas, todos os dias;
Que caminham entre ruelas e circulam entre os mais humildes, que os buscam em todos os momentos de dificuldades;
Estes homens são soldados, que mesmo não compreendidos, se refazem a cada dia e se dispõem a uma nova jornada que, na maioria das vezes, não é devidamente reconhecida.
Estes homens são vocês, que ostentam com orgulho os símbolos que lhe são conferidos, ao longo da luta incessante pela paz, no Chuí, no Oiapoque, na Amazônia, na caatinga, na selva, nos seringais e nos Pampas.
Estes homens, soldados, são vocês, que, em frações de segundos e, em qualquer local, com qualquer tempo, são obrigados a tomar decisões que muitos julgadores levariam alguns meses para decidir, mesmo no conforto de seus gabinetes.
Todos são soldados, sempre na essência, que têm que argumentar com o mendigo e com o magistrado, que tem de ir do meretrício ao monastério, a cada dia de serviço.
Estes homens são soldados que também adoecem, que se comovem, que sofrem, que choram, que gostam de tomar sorvete com seus filhos, que gostam de jogar futebol com seus amigos, que vão ao cinema com suas esposas, como qualquer outro cidadão, mesmo que muita gente imagine que tais coisas não possam ser feitas por seres humanos que traçam suas vidas em prol da segurança daqueles que nem sequer sabem o nome.
Estes homens são vocês que se obrigam a mudar todos os hábitos para sempre, vivendo em estado de alerta 25 horas por dia.
Estes homens são vocês, que muitas vezes são xingados, agredidos, discriminados e vaiados. Esquecidos na hora do bônus e convocados na hora do ônus.
Estes homens são vocês, soldados na essência, de todas as forças de segurança, a quem dedico esta mensagem e que, a cada dia, insistem em defender aquilo que uma nação possui de mais valioso que são o Estado de Direito e a Liberdade de seus cidadãos.
Minha continência a vocês...
...e até nosso próximo comentário.