O novo coronavírus pode deixar uma série de sequelas em pacientes acometidos com a doença, variando com o grau de intensidade durante o tratamento. Apesar disso, o fato de ser uma doença ainda relativamente recente no mundo, pouco se pode afirmar sobre sequelas longínquas em pacientes que foram contaminados com o vírus.
“Temos muito mais perguntas do que respostas mas, de qualquer maneira, sabemos que as sequelas vão depender do comprometimento. Essa pandemia tem um curto espaço de tempo, cerca de seis é muito pouco para fazer uma observação, mas sabemos que alguns pacientes podem desenvolver sequelas pulmonares, hepáticas e cardíacas”, destacou o cardiologista Rogério Carlessi.
Problemas cardíacos também poderão se manifestar futuramente a pacientes que já enfrentavam a comorbidade e passaram por um quadro complicado de Covid-19. “Nós temos um panorama de três modalidades de sequelas: cognitivas, cerebrais orgânicas e ósseo musculares”, pontuou o neurologista Glauco Duarte da Luz.
Perda de massa muscular, comprometimento dos nervos periféricos que resultam na fraqueza e prejuízo de locomoção são algumas das sequelas observadas nos últimos meses. Complicações cerebrais também são observadas em alguns pacientes com o coronavírus, apesar de serem menos constantes e geralmente ligados a pacientes em quadros mais avançados da doença.
Apesar disso, de acordo com o neurologista, as sequelas poderão ser reversíveis em um espaço de tempo não tão grande. “Se calcula que a recuperação possa ser num ritmo semelhante ao Sars Cov-1, uma epidemia prévia que também promoveu uma série de eventos semelhantes ao vírus da Covid-19. Calculamos que o ritmo seja além de um ano para recuperação, reversíveis com o tempo. Claro que depende da severidade daquilo que aconteceu, das complicações que houveram na fase aguda da doença”, pontuou Glauco.