Noites sem dormir e várias horas em busca de um leito de Unidade de Terapia Intensiva para o filho em estado grave. Esse foi o drama de inúmeras mãe nesse final de semana no Sul do estado. Em Criciúma a procura foi grande, mas em vão. Superlotado e com baixa oferta o Sistema Único de Saúde não está mais conseguindo dar conta da demanda. Somente em Criciúma e região são 14 crianças na fila de espera.
Marília Gabriela Furlan é uma dessas inúmeras mães que, com o filho no colo, esteve nos hospitais de região tentando garantir uma vaga para o filho. “Ele estava com bronquiolite. Levei no hospital São José. Foi medicado e levei para casa. Ontem ao piorar passei pelo hospital Santa Catarina, mas não havia vaga. Aí levei para o hospital da Unimed. Chegamos lá é já internamos. O custo é de R$ 10 mil por dia. Tivemos que, para garantir, pagar 3 diárias antecipadas (R$ 30 mil). Não tinha como ir para o SUS. Tem 14 crianças esperando por leito no Sistema Único de Saúde”, afirmou Marília em entrevista à rádio Som Maior.
Nesse segunda-feira, 16, mais aliviada após conseguir tratamento para o filho na rede particular, Marília desabafou em seu Instagram. “Caetano teve melhora no quadro, fui orientada a vir descansar. Preciso dormir. Estou virada a sei lá quantas horas”.
A mãe também agradeceu pelo amplo apoio que teve nas redes sociais. “Não tenho palavras. Que bom ter essa rede de amor. Sou grata pela vida de cada um de vocês. Sou muito abençoada”.
O mesmo drama passou Cristina, mãe do pequeno Joaquim. “Esse final de semana com todo o acontecimento com o Joaquim fiquei muito abalada. Não conseguimos leito, não conseguimos internação. Tivemos que procurar a parte judicial. Foram muitas pessoas envolvidas. Vamos transferir graças a Deus o Joaquim. Sem o ‘barulho’ que vocês fizeram não teríamos conseguido. Venho aqui agradecer”, comentou Cristina em suas redes sociais.
Cláudia, mãe de Aldo de 1 ano e 6 meses, também conversou com a rádio Som Maior. O menino caiu da cadeirinha e precisou ser lavado ao hospital e deveria ser internado em UTI pediátrica. “Ele levou um tombo em casa. Caiu da cadeirinha. Descobrimos que ele tinha que fazer cirurgia. Já faz 24 horas que terminou e precisa de uma leito de UTI e não conseguimos. Ele precisa de ajuda. Não temos todos os recursos aqui. É grave. Tentamos um leito na UTI no hospital Santa Catarina e estava tudo certo. Começaram a organizar e na última hora disseram que não tinha mais a vaga”, desabafou a mãe que continua procurando uma vaga para o filho.
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