Estudo do biólogo Caio Feltrin, de Siderópolis, em parceria com pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), descobriu uma megadiversidade de pequenos bagres de montanha na região da Serra Geral.
O trabalho envolveu os municípios de Siderópolis, Nova Veneza, Treviso, Lauro Müller, Orleans, Grão-Pará, Pedras Grandes, Bom Jardim da Serra, São Joaquim e Urubici.
Segundo o biólogo, o território abrange três importantes bacias hidrográficas do estado, sendo do rio Araranguá, rio Tubarão, e altos setores da grande bacia do rio Uruguai. “A maior parte das espécies foram encontradas nas proximidades de importantes unidades de conservação do estado, como a Reserva Biológica Estadual do Aguaí, o Parque Estadual da Serra Furada, o Parque Nacional de São Joaquim, além de territórios protegidos por importantes entidades como Reserva São Francisco, Instituto Alouatta e Instituto Felinos do Aguaí”, comenta.
Todas as espécies, aponta, Feltrin, são consideradas endêmicas, ou seja, conhecidas para pequenas áreas de distribuição. “Algumas delas, como Cambeva panthera e a Cambeva notabilis, são conhecidas unicamente em sua localidade-tipo (locais onde foram descobertas). A formação geológica da Serra Geral é um patrimônio natural incrível de Santa Catarina, e resguarda uma infinidade de seres vivos, com um altíssimo potencial de encontro de muitas outras novas espécies”, cita.
Antes deste estudo, o biólogo já descobriu e descreveu outras três espécies. Uma delas na região da Grande Florianópolis (rios Biguaçu, Maruim e Cubatão do Sul), Botuverá (rio Itajaí-Mirim), e Campos Novos (rio Inferno Grande, da bacia do rio Uruguai). Ele afirma ainda que Santa Catarina ainda detém muitas espécies novas, e no início de 2022, outras serão publicadas. “Tais descobertas representam um passo inicial de grande valor para a conservação de peixes de água doce da Mata Atlântica catarinense. Essa megadiversidade encontrada na Serra Geral é o que há de mais interessante para se estudar evolução, cita o autor. Essa etapa de divulgação científica pós publicação é indispensável para que a sociedade conheça para preservar”, pontua.
Para saber mais, acesse o link do artigo, publicado no Museu de História Natural de Paris, na França: http://zoosystema.com/43/28.