O Hospital São José (HSJ), de Criciúma, está atualmente com 54 pacientes internados, sendo que destes, 28 estão Unidade de Terapia Intensiva (UTI), ou seja, 100% de ocupação. Em relação aos 10 novos leitos, dois já estão sendo disponibilizados à população. “O São José tem 27 leitos de UTI para outras doenças e dobramos a capacidade, com 30 leitos de UTI novos. Às vezes os gestores colocam a responsabilidade nos prestadores de serviço, mas cada leito para funcionar, precisa 20 técnicos de enfermagem que precisam estar capacitados, não é só jogá-los. Envolve toda uma equipe”, destacou o infectologista e diretor técnico do Hospital São José, Raphael Elias Farias à programação especial da Rádio Som Maior deste sábado, 18, que tratou da situação do coornavírus na região.
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Ele conta que a capacidade foi ampliada para 35 leitos novos de UTI, enquanto outras regiões, este número ficou nos 25. E ressalta a importância da união de esforço para superar a pandemia. “Tem que ter uma parceria. Haver uma estratégia com a união de todos os hospitais, com estruturas a serem adequadas, com uma força macrorregional. Vamos colher frutos nos próximos dias com a abertura de novos leitos em outras unidades não sobrecarregando um único hospital”, acrescentou.
Outro ponto salientado pelo diretor é que a instituição possui portas diferenciadas para que pacientes de coronavírus não cruzem com pessoas que buscam o hospital por outros motivos. “Temos uma porta para quem tem suspeita de coronavírus e temos uma para quem não tem para não se cruzarem. As áreas com estas novas UTIs são diferenciadas. Algumas questões teremos que adequar após a pandemia. Há um déficit de UTIs no macrosul. Temos carência de 100 leitos de UTI e os dados da pandemia tem mostrado que tem dificuldade de UTI”, analisou.
Corpo clínico
Farias destaca que a unidade hospitalar conseguiu dobrar a capacidade. “Formar escalas é difícil, mas os médicos sempre responderam ao chamado do hospital. Temos um apoio do corpo clínico. Estamos nos esforçando cada vez mais para colocar mais leitos à disposição da comunidade. Há uma rotatividade de pessoas, que acabam pedindo demissão por diversos motivos e temos que repor. Temos 33 vagas em aberto para técnicos de enfermagem. Na próxima semana, 19 técnicos em vias de contratação. São 50 pessoas a mais no corpo de funcionários. São esforços para poder disponibilizar mais leitos”, comentou.
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Auxílio psicológico
A pressão é grande para aqueles profissionais que atuam na linha de frente no combate à Covid-19, por isso, apontou Farias, o HSJ trabalha com duas linhas de apoio ao corpo clínico. “Temos um atendimento direto para todos os profissionais que está tendo bastante procura. A pressão do trabalho é grande, pois ficar doze horas com aqueles EPIs é desgastante. Estar no meio hospitalar gera uma pressão. Fizemos parte também de um projeto nacional que tem uma linha 0800 com uma equipe que dá todo o apoio psicológico aos profissionais da saúde. Temos uma grande preocupação. Tivemos afastamento devido a isso, mas ao mesmo tempo, lançamos mão de estrutura para dar apoio aos nossos profissionais”, destacou.