Não fosse o auxílio federal, os salários do funcionalismo público catarinense estariam atrasados. Essa foi a resposta da equipe do governador Carlos Moisés ao questionamento da deputada estadual Ada Faraco de Luca (MDB) sobre a destinação dos recursos bilionários recebidos por Santa Catarina da União. “Diante dessa explicação do governo, infelizmente, vemos que não sobrará muito recurso para o que realmente precisamos, que é o combate ao coronavírus”, lamentou Ada.
A resposta, após insistentes perguntas feitas pela parlamentar, foi apresentada durante a audiência pública da Comissão Especial que acompanha os gastos públicos em reação aos efeitos do coronavírus no Estado, nesta segunda-feira (3). “Insisto em questionar sobre o planejamento para a utilização dos recursos bilionários recebidos junto à União, tanto aquele R$ 1,4 bilhão especificamente destinados para o combate ao coronavírus, quanto o refinanciamento de R$ 1 bilhão da dívida”, questionou Ada.
Conforme a equipe da Fazenda, a arrecadação diminuiu nos meses de abril, maio e junho, voltando a crescer em julho. Existe previsão legal da aplicação dos recursos recebidos para o pagamento dos salários. “Não houvesse ajuda federal, nós estaríamos com a folha atrasada”, disse o secretário da Fazenda, Paulo Eli, porta-voz de Moisés na reunião. A equipe da Fazenda se comprometeu a apresentar uma planilha detalhada sobre a destinação dos recursos.
Escalada de mortes
Durante a audiência pública, Ada apresentou informações sobre aquilo que chamou de escalada de mortes pelo coronavírus em Santa Catarina. “Entre a primeira audiência pública e hoje nós tivemos quase 500 mortes. Mais de 40% de todas as mortes aconteceram nesses últimos 15 dias. Está morrendo mais de uma pessoa a cada meia hora”, lamentou Ada.