Tempo passa, anúncios feitos, solução anunciada, recursos assegurados, mas nada muda na fila de pacientes do SUS esperando por cirurgias eletivas.
No Sul do estado, tem mais de sete mil laudos para cirurgia aguardando liberação, e mais de cinco mil já liberados, esperando na fila pelo chamado para fazer a cirurgia.
Tem pacientes na fila desde 2018, precisando de cirurgia, doentes, com encaminhamento feito pelo médico, tudo liberado.
Se espera desde 2018, faz quatro anos que está com problema de saúde, talvez com dor, e possivelmente já com sequelas.
Isso não pode continuar.
Inadmissível que estejamos terminando 2022 com o mesmo problema.
O Governo do Estado criou a Política Hospitalar Catarinense e garantiu que seria a solução para a fila das cirurgias eletivas.
Não foi. Não resolveu.
O Governo anuncia que os recursos estão assegurados e liberados para as cirurgias, mas a fila não anda.
Os secretários de Saúde e a Amrec levaram o problema ao Ministério Público para pedir apoio por uma solução porque não sabem mais o que fazer.
O Governo diz que faz o que está ao seu alcance, mas os hospitais não agendam as cirurgias.
Os hospitais dizem que faltam recursos.
Os médicos reclamam que o valor pago é muito baixo.
E o paciente, cidadão pagador de impostos, fica como o marisco entre o mar e o rochedo, sofrendo, muitas vezes, com dor.
E ele só quer recuperar a saúde, para ter uma boa condição de vida.
Não está pedindo nada demais.
Isso é compromisso de todos os gestores públicos, e de todos os políticos.
Tratar de obras físicas, espalhar asfalto, construir prédios, tudo é importante.
Mas, diminuir a dor das pessoas, é básico. Vem antes disso.
Continuar com fila de quatro e cinco anos por uma cirurgia no SUS, e um exército de cinco mil a seis mil pessoas esperando, é, antes de tudo, a comprovação da ineficiência da gestão pública.
Isso é atribuição do estado, mas a solução deve ser compromisso assumido por todos que estão inseridos na gestão pública.
Isso não pode continuar.
Não é justo, não é correto, é desumano.
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