Foi mais um fim de semana de angústia, correria e sufoco em Criciúma.
No Hospital Infantil Santa Catarina lotado, crianças esperando por atendimento.
Criciúma vive uma situação especial, definida como a mais grave do Estado, com uma onda de internações por problemas respiratórios graves.
O prefeito Salvaro levou o governador Moisés ao hospital ontem a tarde. Autoridades da Secretaria de Saúde do Estado estiveram no hospital.
Está saltando aos olhos a necessidade de investimentos mais expressivos na área.
A estrutura de hoje não atende à demanda. O Hospital Infantil Santa Catarina não.
Mas tem um outro dado a ser considerado. Consta em nota oficial divulgada no fim de semana pela Secretaria de Estado da Saúde:
“A situação enfrentada pelas unidades hospitalares públicas e privadas, que levou inclusive o Estado a decretar situação de emergência no início do mês de junho, é reflexo da baixa cobertura vacinal de diferentes enfermidades, em especial da gripe (Influenza) e da Covid-19.
Neste momento sazonal, as doenças respiratórias são as que mais têm atingido crianças e idosos, os mais vulneráveis”.
Baixa cobertura vacinal.
Os pais não estas levando as crianças para vacinar. Os adultos, e idosos, não estão vacinando contra a gripe. Os adultos não estão tomando as últimas vacinas da Covid.
E isso gera consequências. Que estão aí.
Então, podemos estar diante de um problema estrutural, que exige investimentos para mais leitos, mais equipamentos e mais profissionais. Mas também estamos pagando a conta da campanha irracional feita contra vacina. E de questionamentos à ciência.
Por motivações políticas e ideológicas, e por muito fake news, atacaram as vacinas. Procuraram descredenciar a ciência. Atacaram cientistas, estudos sérios, e diminuíram o trabalho de profissionais que entregam a vida para salvar pessoas.
A conta está ai.
Os números apontam que 20% das crianças vacinaram no Estado. Por aqui o percentual está na mesma faixa.
Sem vacina, baixa a imunidade, reduz a capa de proteção, vem as enfermidades. E uma busca a outra.
E sem vacina, o que pode ser um problema simples, que resolve rápido, vira um problema grave, crônico, que requer internação e até UTI.
Atentem para o risco por ficar dando ouvidos para alguns, sem embasamento nenhum, que ficam questionando o que foi consagrado por anos e anos de pesquisas, e estudos, e grandes investimentos.
Enfim, tudo isso que está aí, hospital lotado, corredores lotados, falta de leitos e de UTI, também é desdobramento da campanha sistemática, sem nenhuma base, feita contra as vacinas.
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