Um dos principais articuladores políticos do estado de Santa Catarina, deputado estadual, Júlio Garcia (PSD), foi entrevistado no Parlatório, programa que vai ao ar toda segunda-feira, na rádio Som Maior. No mesmo dia em que Acélio Casagrande anunciou sua ida para o PL, Júlio concedeu uma entrevista sem rodeios. Ele falou não só sobre Acélio, claro, mas sobre os recentes encaminhamentos no PSD/Criciúma.
A saída do deputado federal Ricardo Guidi de seu partido, foi um dos primeiros assuntos abordados e Júlio não titubeou mas foi sucinto. Disse que essa história é página virada, tanto para ele, quanto para o PSD e não escondeu o ressentimento de perder um deputado federal, quando, em suas palavras, o partido poderia manter um federal e ainda disputar a prefeitura. “Perdemos um federal, aqui do Sul, onde tanto se luta para tentar eleger representantes da região e perdemos uma vaga pra um deputado do norte do estado e ninguém falou nada”, reclamou.
Ele se referiu às tentativas do PSD de manter Ricardo Guidi como deputado federal e de Arleu da Silveira disputar a vaga de prefeito. Essa novela começou ainda em 2023, quando o prefeito de Criciúma saiu do ninho tucano e migrou para o partido de Júlio com a garantia de que o candidato a prefeito em Criciúma seria uma indicação sua. Fato que se concretizou e que teve como desdobramento imediato, o afastamento de Ricardo com outros integrantes do partido.
No Domingo de Páscoa, data em que a igreja católica celebra a ressurreição de Cristo, Julio Garcia fez uma última tentativa para ressuscitar a chance de Ricardo Guidi permanecer no PSD e se submeter a disputar com Arleu, através de uma pesquisa, a vaga de prefeito. Quem estivesse melhor, seria o candidato. O que aconteceu depois, você já sabe. Sobre isso, o deputado disse que sentiu que Ricardo não iria aceitar a proposta quando este pediu pra mudar alguns pontos do acordo, como, por exemplo, poder escolher quem seria o vice.
Sobre Arleu, Júlio Garcia disse que a escolha se deu pelo preparo do agora ex-secretário-geral do governo Salvaro. “Temos uma eleição de prefeito, não é concurso de beleza, nem de simpatia. Nós vamos eleger um prefeito e ele está preparado”, declarou.
Ainda sem definições sobre quem poderá compor com Arleu e ocupar a vaga de vice, Júlio disse que esse não é o foco agora. Ele pontuou ainda que não iria falar sobre a decisão de Acélio, de migrar para o PL e disse que questões pessoais o fizeram tomar essa decisão.
O deputado foi questionado sobre quais serão seus próximos passos na política e se Clésio Salvaro poderá disputar a uma vaga na Câmara Federal. Ele foi enfático: “o Clésio estará na majoritária (estadual) em 2026. O Arleu vai ganhar a eleição e o Clésio vai pra majoritária”, projetou. Ele destacou que, para isso, Clésio precisa eleger o sucessor.
As declarações de Julio Garcia ocorreram num momento em que o PSD de Criciúma contabilizou duas semanas seguidas de perdas de apoios importantes para o projeto eleitoral deste ano. O vice-prefeito, Ricardo Fabris, que migrou para o MDB, Ricardo Guidi, agora PL e Acélio Casagrande, também PL. Além desses, o empresário Anselmo Freitas, apoiador de primeira hora de Clésio, esteve com Acélio Casagrande, durante a visita ao governador que sacramentou sua ida para o PL. O PSD de Criciúma passou por um processo de “Salvarização”. O partido passou a ter o perfil do prefeito e é a partir desse ponto de partida que a sigla deve fazer os ajustes necessários para que a previsão de Júlio Garcia se cumpra.
Ouça a entrevista completa neste link.