Por Denis Luciano
16/05/2018 - 19:30 Atualizado em 16/05/2018 - 19:38
As últimas horas vem sendo tensas para o atacante Zé Carlos. Não poderia ser diferente. Com esposa e quatro filhos embarcamos em seu Porsche Cayenne ontem, perto da meia noite, e partindo do estádio Heriberto Hülse para casa, viu um dos vidros traseiros ser quebrado por uma pedrada. Nem titubeou, arrancou do veículo, apanhou o primeiro pedaço de pau que viu pela frente e saiu rua afora à caça do agressor.
"É a segunda vez que passo por isso aqui, não vou mais aceitar", disse o jogador, que atendeu a reportagem com exclusividade hoje à tarde. O "torcedor" que arremessou a pedra no carro de Zé já foi identificado. "Ele vai responder um processo crime", informou o advogado Albert Zilli dos Santos, diretor jurídico do Criciúma. De antemão se sabe que ele não faz parte de qualquer torcida organizada mas, se for sócio, corre sério risco de ser expulso dos quadros do clube.
Zé passou o dia de folga depois do 0 a 0 com o Juventude ao lado da família. Contou que os filhos, ainda bastante assustados com o ocorrido, nem saíram de casa. "Faltaram a aula", comentou. O atacante afirmou que aceita as cobranças, desde que sem violência. Descartou deixar o Criciúma - "não sou covarde" - e voltou a cobrar empenho de todos - "o culpado não sou só eu. Se tem culpa, tem de todos" -.
E sobrou até para a diretoria. "Quando eu vim, prometeram fazer time para subir. A resposta ainda não veio". E Zé, sem papas na língua, foi além. "Com esse time vamos brigar para não cair". Ou seja, ele também espera os reforços prometidos, e que pautaram a reunião de hoje entre direção e comissão técnica. Mas o atacante não poupa elogios ao técnico Mazola Júnior. Repete que é dos melhores técnicos com quem trabalhou na carreira, mas pondera: "ele não faz milagre".
Zé Carlos deixou o jogo de terça sentindo dores na coxa direita, mas ele garante que estará em condições de enfrentar o Fortaleza na próxima terça-feira, fora de casa, pela sétima rodada da Série B. A entrevista exclusiva e completa do atacante você confere na edição desta quinta-feira do jornal A Tribuna.
Por Denis Luciano
16/05/2018 - 11:50 Atualizado em 16/05/2018 - 11:57
Na busca por soluções, a quarta-feira é das reuniões no Criciúma. Enquanto os jogadores folgam após o empate de ontem, 0 a 0 com o Juventude, dirigentes tratam de um lado com a comissão técnica sobre possíveis reforços e de outro lado os esclarecimentos sobre envolvidos nas confusões da noite passada no Heriberto Hülse.
Sobre o time, está evidente que o técnico Mazola Júnior pede reforços na reunião que começou às 11h e não tem hora para acabar com o presidente Jaime Dal Farra, o superintendente Róbson Izidro e o diretor executivo de futebol Nei Pandolfo. Izidro admitiu, e destacou isso hoje cedo na Som Maior, que contratar é preciso. Se haverá abertura de cofres, não sabemos, mas as prioridades serão realçadas por Mazola e Pandolfo vai dizer o que consegue fazer com o orçamento que tem.
Começamos uma triste contagem regressiva. Faltam 44 pontos. A lógica é que, com 45, vai se conseguir, a duras penas, evitar o rebaixamento à Série C. E como seis jogos já passaram, e agora virão duas pedreiras fora de casa contra Fortaleza e Avaí, reagir é preciso. "E contra dois times do G-4", lembrou Mazola, tentando demonstrar serenidade depois do complicado cenário da estreia, com um time ainda desestruturado e visivelmente nervoso em campo.
A Polícia Militar tomará parte, hoje à tarde, de reunião para esclarecer os tumultos pós jogo no Heriberto Hülse. A tentativa de invasão ao vestiário está na pauta. "Vamos, com auxílio da PM e segurança privada, identificar esses torcedores, saber exatamente o que fizeram para então tomar providências", referiu a pouco, ao blog, o diretor jurídico do clube, Albert Zilli dos Santos.
Contamos um primeiro grupo de oito, que chegaram no auditório ao lado do vestiário, perto dos jogadores após a partida, e depois outros cinco, que ficaram na porta da sala de imprensa, contidos pelas grades fechadas quando o primeiro contingente já havia sido removido por outro portão. Esses últimos nos diziam que estavam ali "autorizados por alguém do Criciúma". Obviamente, foram dispensados sem a pedida conversa com os atletas. Uma das respostas que o Tigre tenta alcançar é como esse pessoal teve acesso a um espaço restrito como esse. A alternativa é que tenham pulado o muro que separa a arquibancada do túnel de acesso da ambulância ao gramado.
O caso mais grave diz respeito aos ataques contra Zé Carlos, o vidro quebrado do carro. Teve boletim de ocorrência registrado pelo jogador e, conforme o advogado do Criciúma, "vai envolver Ministério Público, pois tinha criança no carro, e deve resultar até em processo". Zilli explica que há imagens, os envolvidos já estão identificados e o clube tomará medidas administrativas, que podem incluir o afastamento deles do estádio. "Mas o relatório que a PM nos entrega na reunião de hoje vai esclarecer tudo", reforça o diretor jurídico. Funcionários do Criciúma que acompanharam tudo também serão ouvidos.
A súmula do jogo referiu o arremesso de copos e de uma bola de papel no gramado. De fato, vimos tudo. Foi na saída dos jogadores, tanto que um dos copos, ainda cheio de cerveja, nos acertou. "Mas identificamos quem jogou com as câmeras do clube, vai ser registrado boletim de ocorrência e não vai ter problema maior. Não corremos risco", garante Zilli. Escreveu o árbitro:
Informo que após o termino da partida e durante a saída dos jogadores e comissão técnica da equipe criciúma e.c, torcedores da mesma equipe arremessaram 2 copos de plástico descartáveis e uma bola de papel em direção aos atletas que não foram atingidos e portanto não teve maiores consequências.
Por Denis Luciano
16/05/2018 - 02:25 Atualizado em 16/05/2018 - 02:27
Pela primeira vez o Criciúma saiu de campo sem tomar um gol. Mas não marcou, não ganhou e o empate em 0 a 0 com o Juventude, se não colocou três pontos na tabela para o Tigre, ao menos fez o time sair do zero na Série B. Nada que abale a confiança, ainda, do estreante técnico Mazola Júnior. "Eu tenho muita confiança. Se eu não tivesse essa confiança não teria vindo, não teria queimado a oportunidade de abrir o mercado do sul do Brasil aqui".
O destempero de Marlon foi um dos destaques negativos de uma noite repleta de problemas. Ele deu um pisão no peito do Fellipe Matheus aos 35 do segundo tempo e acabou, com justiça, expulso. No último jogo dele já havia tomado cartão vermelho contra o CSA. Repetiu agora. "Ele depois do jogo veio me procurar está arrasado". Mazola referiu problemas particulares que o lateral vem enfrentando. "São problemas particulares, que só dizem respeito a ele, mas ele não está conseguindo suportar e trazendo para o campo". O técnico disse que Marlon até merece uma punição, mas que tem crédito. "Não é hora de jogar ninguém na fossa".
Promete a reunião que vai tratar de reforços, às 11h desta quarta-feira. "Ainda bem que o desastre não foi pior", lembrou o treinador. Ele vai realçar a necessidade de contratar. "É lógico que precisa reforçar. Existem lacunas na grade do plantel. Mas é muito complicado reforçar a essa altura. O Criciúma não tem condições de fazer grandes loucuras". Mazola quer vinte jogadores de linha no campeonato. "Hoje o Criciúma não os tem",. Ele ponderou que há muitos jovens recém promovidos. "Não podemos jogar essa responsabilidade toda em cima de 15 atletas da base que estão inseridos no plantel do profissional".
Mazola chegou elogiando a herança que recebeu de Argel. "De trabalho. Eu tenho certeza que o Argel fez um bom trabalho de campo". Além de Marlon, o treinador terá outros desfalques importantes na encrenca da próxima terça-feira, fora de casa, contra o Fortaleza. O lateral direito Sueliton e o volante Jean Mangabeira cumprirão suspensão, os dois com o terceiro cartão amarelo. O retorno do zagueiro Sandro, que se recupera de lesão, ainda não está confirmado. Natan e Enzo são as opções para as laterais e Leandro Melo é candidato a uma vaga, caso Mazola queira manter três volantes para sair jogando.
O clima foi tenso antes, durante e depois. Os instrumentos silenciados, a cantoria abortada em sinal de protesto deram o tom da bola rolando. Há anos que o time estava acostumado a jogar sob a cadência da banda tricolor. Não foi assim desta vez. O 0 a 0 com o Juventude foi ainda mais opaco sem o brilho da galera, que compareceu em pequeno número. Foram 2,1 mil torcedores no Majestoso. E teve torcedores tentando invadir o vestiário, e teve vidro quebrado no carro do Zé Carlos, e teve exageros de quem protestou. "Tentativa de agressão, de invasão de vestiário, isso não existe", criticou Mazola.
Provocado por nós na coletiva, o treinador elegeu a prioridade. "Arrumar a cozinha". O negócio é parar de tomar gols, e isso, menos mal, já começou. É bom lembrar o papel determinante que Luiz teve nisso. Fez ao menos duas grandes defesas. "Todo grande time começa por um grande goleiro, e o nosso fez duas grandes defesas e uma atitude, uma personalidade de capitão espetacular", elogiou. Mais da coletiva do técnico? Ouça abaixo.
E os números? Faltam 44 pontos para escapar do rebaixamento à Série C. No ano passado, o Guarani escapou com 44 , mas nos critérios. Chegar a 45 confere, segundo os cálculos do Chance de Gol, 90% de chance de fugir da queda à Terceira Divisão. Para alcançar isso, o Criciúma tem que ganhar 45% dos 96 pontos que ainda vai disputar, nos 32 jogos que tem pela frente. Começa com duas pedreiras, Fortaleza e Avaí fora de casa.
Por Denis Luciano
15/05/2018 - 18:58 Atualizado em 15/05/2018 - 19:03
A quarta-feira será de uma boa conversa entre o técnico Mazola Júnior, o diretor executivo de futebol Nei Pandolfo e o presidente Jaime Dal Farra, mais o superintendente Róbson Izidro. Na pauta, contratações. "Hoje o nosso foco é para o jogo", tangencia Pandolfo, lembrando a natural prioridade para a estreia do quarto treinador do Criciúma na temporada, na partida das 21h30min frente ao Juventude.
Mazola vai completar quatro dias de trabalho no Tigre e, no quinto dia, já trocará ideias sobre possíveis reforços. "Sim. Nesta quarta, após o jogo, vamos nos reunir, o Mazola vai trazer as primeiras avaliações dele, vamos explicar o que temos conversado e alinhar negociações", comenta Pandolfo, sempre comedido nas informações fornecidas.
As tratativas com o Goiás para a vinda por empréstimo do zagueiro Raphael Silva e do atacante Lucão estão sendo encerradas. "Realmente o Goiás não está interessado na liberação deles", lamenta o dirigente, que atendeu o blog no final da manhã de hoje.
Mais a gente conta daqui a pouco, 20h, no Arena Som Maior antecipando as emoções de Criciúma x Juventude, e no jornal A Tribuna desta quarta-feira.
Por Denis Luciano
15/05/2018 - 18:46 Atualizado em 15/05/2018 - 18:54
A volta ao futebol profissional - o Próspera não jogava o Campeonato Catarinense desde 2010 - pode vir embalada por uma novidade no estádio Mário Balsini. É possível que a equipe não seja montada pela diretoria, mas sim fique a cargo de algum parceiro, que terceirizaria o trabalho. "Estamos estudando isso. Recebemos várias propostas e visitas", confirma o presidente Dorval Arriola.
O Próspera já conhece os adversários do Catarinense da Série C, que começa em 16 de setembro. Vai enfrentar Orleans, Itajaí e Curitibanos na primeira fase. "Ainda faltam 90 dias, esperamos daqui uns 40 dias definir isso tudo", explica o dirigente.
Já a participação no campeonato de base, o Catarinense Sub-20, será com time do próprio Próspera. "Vamos com o sub-17 que montamos com 28 jogadores saídos da nossa escolinha", adianta Arriola. A tabela e os adversários serão os mesmos da Série C, e será divulgada nos próximos dias. Esse campeonato começa mais cedo, em 13 de junho.
Mais detalhes sobre os projetos do Próspera para 2018 a gente apresenta no jornal A Tribuna desta quarta-feira.
Por Denis Luciano
15/05/2018 - 13:05 Atualizado em 15/05/2018 - 13:13
Uma zaga diferente, um volante a mais e um atacante a menos. Ah, e um técnico novo. As cinco derrotas na arrancada, a pior da história do Criciúma em Campeonatos Brasileiros, fazem o Tigre mudar para tentar os primeiros pontos na Série B hoje, a partir das 21h30min, contra o Juventude no Heriberto Hülse.
Mazola Júnior estreia com apenas um trabalho no gramado do Majestoso e três treinos com o grupo que assumiu no sábado à tarde. É com essa velocidade toda que ele precisa dar a sacudida, transmitir o recado e ganhar. "Ninguém aqui é mágico", lembra.
O Criciúma vai a campo com Luiz, Sueliton, Nino, Fábio Ferreira e Marlon, Jean Mangabeira, Liel, Eduardo e Alex Maranhão, Zé Carlos e João Paulo. É a sexta formação diferente em seis jogos no Brasileiro. O goleiro Luiz é o único titular que sobrevive aos seis jogos. Os demais todos alternaram. Sandro era o penúltimo sobrevivente das cinco rodadas, mas hoje não joga por lesão.
Também desfalcam o Tigre nesta terça o meia Elvis, suspenso, mais os reservas Lucas Coelho, Kalil e Eltinho, também entregues ao departamento médico.
Marlon foi um dos três que Mazola selecionou para, após o treino tático apronto de ontem pela manhã, fazer um trabalho especial. Ele treinou cobranças de faltas e de pênaltis, várias, junto com o meia Alex Maranhão e o atacante João Paulo. São os três da bola parada para o jogo de hoje.
Vai ter silêncio no Majestoso hoje. Torcedores organizam um protesto diferente. As faixas serão normalmente estendidas, mas não haverá instrumentos nem cantorias. Vão acompanhar o jogo como a maioria, sentados, olhando. Vamos sentir o efeito disso.
O Criciúma é líder
Fora o jejum de 14 anos contra o Juventude, que levantamos ontem aqui no blog, o Criciúma tem outra estatística que incomoda. É o líder na indisciplina na Série B. Tomou 19 cartões amarelos e três vermelhos. Está à frente do Brasil de Pelotas e do Oeste, com 16 amarelos e dois vermelhos. O Juventude, adversário de hoje, é o sexto mais indisciplinado, levou16 cartões amarelos e um vermelho. Abaixo, a classificação completa:
Por Denis Luciano
15/05/2018 - 11:00 Atualizado em 15/05/2018 - 11:09
Não foi um pedido. Não foram dois. Foram dezenas. Os empresários amigos do genro Guto Fretta que estiveram na festa de 50 anos dele no sábado, no Caravaggio, pediram e muito que Antenor Angeloni, o sogro do aniversariante, aceitasse voltar a ser presidente do Criciúma. E são conversas sérias. "Ele não é mais aquela rocha intransponível quando se fala disso", nos contou hoje, na Som Maior, o colega Adelor Lessa, que estava na festança regada aos melhores vinhos na qual o Tigre foi, claro, assunto.
A lembrar que, hoje, Antenor está de aniversário. São 82 anos dessa figura histórica do Criciúma que mereceria, e muito, ser o homenageado com a placa que será descerrada quinta-feira, quando o CT do bairro Cristo Redentor ganhará um nome, em ato com a presença do ministro do Esporte, Leandro Cruz. O evento vai inaugurar o CT, que teve grande impulso para se tornar realidade na última gestão Angeloni.
Causou euforia entre os mais saudosos de Antenor no Criciúma a nota que o Ney Lopes colocou em sua página 27 de A Tribuna ontem. Diz a nota:
Quem acabou roubando a cena na bela festa dos 50 anos do Guto Fretta, sábado, foi sem dúvida o seu sogro, Antenor Angeloni, que foi o tempo todo assediado por alguns empresários presentes implorando para que voltasse a comandar o Criciúma. Não tive dúvida de que, pela sua emoção quando o assunto era tratado e apesar de ele afirmar que seu tempo já passou e que não tem mais força para comandar o Tigre, se houver uma mobilização forte de amigos, torcida e imprensa, é bem capaz de termos de volta o Salvador.
Tratamos do assunto hoje com o João Nassif no bate papo esportivo diário das 9h30min na Som Maior e o nosso comentarista foi no mesmo embalo. Contou que conversou com gente que estava na festa de sábado e que muitos apelos foram renovados para que o ex-presidente voltasse à rotina do Criciúma. "Houve apelos de gente de peso, empresários do porte do Ricardo Brandão que disse que, com Antenor de volta, colaboraria com ele e com o clube".
Uma vida no Criciúma
Antenor Angeloni nasceu em 15 de maio de 1936 em Turvo. Veio cedo para Criciúma, e logo se estabeleceu no comércio de secos e molhados. Com o irmão Arnaldo, abriu um mercadinho na rua 6 de Janeiro onde vendia pães, fiambres e de tudo um pouco. Ali nascia a Rede Angeloni, comemorando 60 anos neste 2018 como a maior redes de supermercados de Santa Catarina, a quarta do Sul e a décima do Brasil.
Circulando no Centro, logo se enturmou com os demais comerciantes e virou torcedor do Comerciário. Tanto que, muito jovem, em 1963, aos 27 anos, tornou-se presidente do clube pela primeira vez. Recebeu a presidência de Honório Búrigo e, no ano seguinte, repassou a Algemiro Manique Barreto, para se ter uma ideia de com quem andava aquele jovem comerciante vindo de Turvo.
Cresceu nos negócios e não se desligou do futebol. Tanto que em 1978 voltou a presidir o Comerciário. E foi com ele no comando que, no mesmo ano, a grande mudança ocorreu. Antenor liderou a transição para Criciúma Esporte Clube. Enfrentou as críticas dos comercialinos mais ferrenhos mas, ao fim das contas, provou que estava certo. Fomentou a reestruturação do clube, que andou por alguns anos licenciado do futebol profissional.
De 78 a 80, comandou o agora Criciúma pela segunda vez. Voltou em 84 para o terceiro mandato e, nele, mais uma revolução. Entendia que a mudança de identidade só estaria completa com novas cores e logomarca. Então vieram o amarelo, preto e branco a substituir o velho azul e branco que vinham desde os primeiros tempos do Comerciário, em 1947. E buscou com Carlinhos Lacombe, também, a nova logomarca, diferente e única. Pronto, estava feita a mudança plena. De novo com a digital do Angeloni.
Afastou-se. Ficou mais de duas décadas sem pisar no Heriberto Hülse. As razões? Muitas teses mas poucas certezas. O que importa é que, de novo, a necessidade bateu à porta, e aí veio ele. Antenor Angeloni retornou em 2010. O Criciúma vivia uma das piores fases da sua história. Empobrecido, endividado, com o estádio caindo (literalmente, fez uma imensa reforma no Majestoso), sem time nem dinheiro.
Sensibilizado pelos amigos, voltou. Pagou milhões em contas. Os credores faziam fila no Heriberto Hülse e saíam satisfeitos. Tudo quanto é tipo de dívida foram quitadas. Contratou Argel Fucks como seu primeiro técnico. Não montou um time milionário. Primeiro arrumou a casa. Mas não descuidou do campo. Era necessário sair da Série C. E conseguiu. Com Argel e um time operário, de Roni, Marcos Dener, Agenor & Cia, saiu da Terceira Divisão. A torcida veio junto, a lembrar aquelas 20 mil pessoas no jogo do acesso contra o Macaé.
Veio a Série B de 2011. O Criciúma já estava arrumado, mas o investimento ainda foi modesto. Suficiente para permanecer. Em 2012, o Tigre ousou um pouco mais. Com a estrutura ajustada, com o CT sendo erguido de vento em popa, com o estádio impecável, uma campanha dos sonhos e o acesso chegou. Antenor virava "santo", "rei" e vivia estado de graça. Mas como futebol é exigência, nem a permanência na Série A em 2013 livrou o "salvador" de críticas. Que se avolumaram em 2014 na campanha do rebaixamento no Brasileirão.
Nesse meio tempo, o Criciúma chegou a 15 mil sócios, marca inédita e histórica, e a camisa era coberta de patrocinadores. Todos, absolutamente todos, resultados do prestígio do presidente Angeloni e das relações dos seus negócios com o clube. Antes disso tudo, estava criada a GA, a empresa Gestão de Ativos que assumiu a co-gestão do futebol do Criciúma. Era a solução moderna para não voltar aos tempos antigos dos mecenas e pires na mão. E solução legal, avalizada pelo Conselho Deliberativo.
Em 2015 o Criciúma não cumpria boa campanha na Série B. Até que, lá por setembro, Antenor Angeloni anunciou que estava cansado, que era hora de passar o clube adiante. E ele apresentou o empresário Jaime Dal Farra como seu sucessor. A transição veio em outubro. O ex-presidente desligou-se do clube? Se não é visto mais em reuniões nem no seu camarote no Majestoso, não perde uma partida do Tigre na TV. "Vejo todas, e sofro muito", contou, em papo com o Adelor Lessa no sábado.
Parabéns, presidente Antenor. Vida longa e saúde ao senhor!
Por Denis Luciano
14/05/2018 - 20:00 Atualizado em 14/05/2018 - 20:18
Pense no que você fazia há 14 anos. Ou quase isso. Em 13 de junho de 2004 o Criciúma vencia o Juventude por 2 a 0 pela Série A do Campeonato Brasileiro. Era a última vez que o Tigre conseguia dobrar o adversário verde de Caxias do Sul. Depois, foram oito confrontos com seis derrotas e dois empates. É contra este tenebroso retrospecto que o Criciúma também luta na noite desta terça-feira no Heriberto Hülse.
Os primeiros confrontos da história entre os dois ocorreram em 1980. Em março daquele ano, pela Série B (ou Taça de Prata), no Alfredo Jaconi, deu Juventude, 3 a 1. Em maio, no Heriberto Hülse, um amistoso vencido pelo Criciúma, 3 a 0, com gols de Laerte, duas vezes, e Jorge. Chiquinho treinava o Criciúma que na época ainda nem era tricolor, vestia o azul herdado do Comerciário.
Em 1982 houve outros dois amistosos, ambos vencidos pelo Criciúma por 3 a 0, cada um na casa de um dos dois. Em 1986 a primeira vitória oficial do Criciúma no confronto: 1 a 0 no Majestoso, gol de Jorge Veras. Zé Carlos treinou o time que teve Luís Henrique, Chiquinho (Milton Mendes), Sílvio Laguna, Solis e Sarandi, Jairo, Carlos Alberto e Rached, Guinga (Treze), Edemílson e Jorge Veras. O jogo valeu pela Série B nacional.
Também pela Segunda Divisão, Tigre e Ju voltaram a se encontrar em 1990. O Criciúma ganhou por 1 a 0 em casa, gol de Zé Roberto, e empatou em 0 a 0 em Caxias do Sul. João Francisco treinava o Criciúma naquela temporada.
Em 91, novamente pela Série B, 0 a 0 no Heriberto Hülse e uma derrota emblemática em Caxias do Sul. O Criciúma tomava 2 a 1 e o técnico Luiz Felipe Scolari esteve em vias de ser demitido. Soares fez o gol tricolor naquele tropeço. É que o resultado só não terminou em rebaixamento pela virada de mesa do Campeonato Brasileiro na temporada seguinte. Felipão ficou no cargo e, na semana seguinte, partiu para despachar o Goiás, depois o Remo e, um mês e meio depois daquela derrota para o Juventude, o Criciúma era campeão da Copa do Brasil.
O primeiro confronto por Série A aconteceu em 95, 1 a 1 no Heriberto Hülse. Alaor anotou para o Tigre, treinado por Gonzaga Milioli, e Galeano fez o do Juventude, do técnico Emerson Leão. O time gaúcho havia acabado de subir da Série B e vivia a era Parmalat. Márcio Angonese, que anos depois passaria sem brilho pelo Criciúma, defendeu o Juventude naquela partida.
Em 96 o Criciúma perdeu um amistoso por 3 a 0 no HH e depois, pela Série A, ganhou por 3 a 2 no Alfredo Jaconi, gols de Carlos Henrique, Toni e Everaldo. Sérgio Cosme treinava o Tigre. Pelo Brasileirão de 97, 1 a 1 no Heriberto Hülse. Em 2001, dois amistosos. Em Capão da Canoa, no litoral gaúcho, deu Juventude, 1 a 0. No Majestoso, 1 a 1. Em 2002, na Sul Minas, deu Criciúma 2 a 0 em casa. Três confrontos em 2003: 2 a 1 para o Ju, um amistoso no HH; 3 a 0 Tigre em casa, pelo Brasileirão; e derrota por 3 a 1 no Jaconi, também na Série A. Veio 2004 com a última vitória, 2 a 0 no Majestoso, e tropeço em Caxias, 1 a 0.
Na última vitória sobre o Juventude, há quase 14 anos, o Criciúma do técnico Vágner Benazzi teve Fabiano, Luiz Paulo (Paulo César), Ronaldo, Luciano e Gleidson, Cléber Gaúcho, Alexandre (Márcio Richards) e Genalvo, Reinaldo (Fábio Oliveira), Rafael Toledo e Marcos Denner. Rafael Toledo e Fábio Oliveira marcaram.
Depois, os oito jogos do jejum vigente: 2006 (Juventude 3 a 1 em Caxias, amistoso); 2008 (duas derrotas por 1 a 0, Série B); 2010 (dois empates em 1 a 1, Série C. No empate de Criciúma o Juventude foi rebaixado à Série D e naquele ano o Tigre subiu); e 2017 (derrotas por 1 a 0 no Jaconi e 2 a 1 no HH, Série B).
Por Denis Luciano
14/05/2018 - 11:57 Atualizado em 14/05/2018 - 12:32
Defender para atacar. Ter a bola para reagir. Eis um resumo do que Mazola Júnior pediu aos seus jogadores para estrear no Criciúma amanhã, 21h30min, contra o Juventude. No treino apronto da manhã de hoje, no Heriberto Hülse, o treinador escalou um time menos ofensivo do que aquele que Argel Fucks vinha utilizando. Opta por três volantes.
"Vamos valorizar mais a posse de bola", confirmou depois do treino o atacante João Paulo. "Os jogadores estão devendo como a gente ficou devendo para o Argel. Agora com a chegada do Mazola a gente precisa pontuar. Isso está sendo um problema para a gente", comentou. "A nossa mentalidade é de vencer terça. Não dá para esperar mais".
Com isso, o Criciúma tem agora uma dupla de ataque, e não mais um trio. Mailson perdeu lugar no time em relação à equipe que foi testada no domingo, e Mazola escalou Zé Carlos centralizado e João Paulo caindo pela esquerda. "Temos que vencer para afastar esse fantasma que vem assombrando a gente".
Mazola colocou o time titular com Luiz, Sueliton, Nino, Fábio Ferreira e Marlon, Jean Mangabeira, Liel, Eduardo e Alex Maranhão, Zé Carlos e João Paulo. Montou um 4-4-2 clássico, com Mangabeira rompendo, Liel um pouco mais à frente e Eduardo ligando com Alex. A lista completa dos 23 concentrados para o jogo você confere no fim desta postagem.
A atividade confirmou as ausências do zagueiro Sandro, lesionado, e, claro, do meia Elvis, suspenso. Os atacantes Lucas Coelho e Kalil e o lateral Eltinho, lesionados, também não treinaram. Mailson deixou a atividade mais cedo e fez tratamento com gelo. Nada demais.
Os jogadores vão conhecendo Mazola e diferenciando ele de Argel. "O Argel era mais cobrador, mais rude. O Mazola é mais tranquilo, gosta mais de chamar para conversar no canto, explicar detalhadamente. O Argel era mais sério", definiu João Paulo.
O goleiro Luiz já deverá ter Vinícius como reserva amanhã, embora o reserva esteja hoje voltando de São Paulo onde na manhã desta segunda encerrou o período especial de treinos com a Seleção Sub-20. É que Ronaldo, o terceiro goleiro, sofreu uma lesão. Diego, o quarto goleiro, trabalhou com o grupo.
E as cobranças do torcedor? Devem ter mais amanhã. Lembramos na coletiva de hoje com João Paulo as recentes manifestações da galera tanto após um treino no Majestoso quanto na chegada de Campinas na quarta passada, no aeroporto de Jaguaruna. "É complicado. Se eu fosse torcedor de um clube que não estivesse ganhando há cinco jogos eu também cobraria", disse o atacante. "Mas eu peço um pouco de calma pois vamos sair dessa", completou. Abaixo, a entrevista completa com João Paulo.
Fora de campo, o Criciúma suspendeu o costelaço que promoveria no próximo sábado para comemorar os 71 anos do clube. "Vamos aguardar e fazer o evento em um melhor momento. Fazer algo semelhante àquele do Parque das Nações", comentou ao blog a pouco o superintendente Róbson Izidro. Ele está empenhado na organização do evento de inauguração do CT, na quinta-feira às 16h. Na ocasião o CT receberá um nome. "Já fizemos até a placa".
Os concentrados para Criciúma x Juventude:
Goleiros - Luiz, Vinícius e Diego
Laterais - Sueliton, Marlon, Natan e Enzo
Zagueiros - Nino, Fábio Ferreira, Jacy Maranhão e Christian
Volantes - Jean Mangabeira, Liel, Eduardo e Leandro Melo
Meias - Alex Maranhão, Wallacer e Luiz Fernando
Atacantes - Zé Carlos, João Paulo, Andrew, Mailson e Nicolas
A Seleção Brasileira Sub-20 encerra hoje uma semana especial de treinamentos no CT do Corinthians com um jogo-treino nesta manhã contra o Timão. Depois, os jogadores estarão liberados para retornar aos seus clubes com a bagagem certamente mais carregada de experiências. É o caso do goleiro Vinícius, do Criciúma, que pela primeira vez curtiu e viveu uma convocação pela CBF.
"Foi uma adaptação rápida, os treinamentos muito bons", elogiou, em entrevista à CBF TV, o jogador do Tigre. "Os treinos são um pouco diferentes lá do clube mas que vão me ajudar lá na frente", completou.
O treinador de goleiros do sub-20 na CBF, Thiago Mehl, que trabalha no Paraná, falou de Vinícius. "Ele trabalha com o professor Maurício Dacoregio lá no Criciúma, foi convocado pela primeira vez e vinha sendo monitorado pelos observadores", disse. "Jogou duas partidas pela equipe profissional no Catarinense e pela observação feita resolvemos trazê-lo para um pouco mais perto para ver como ele se sente no treino da Seleção", completou.
Mehl citou algumas características dos treinos da Seleção que devem estar entre as diferenças mencionadas por Vinícius. "A construção ofensiva, trabalhar muito com os pés. A Seleção pede isso, reposições rápidas com as mãos e pés", mencionou o preparador. Assista abaixo matéria especial da CBF TV sobre os goleiros do sub-20 do Brasil contando com a participação de Vinícius.
Vinícius é o segundo goleiro tricolor, está atrás de Luiz, e volta a tempo de estar no banco do Criciúma amanhã, contra o Juventude. Na rodada passada da Série B, derrota para o Guarani, ele foi substituído por Ronaldo, outro jovem, no banco. Quando ele viajou para São Paulo visando se incorporar à Seleção, no domingo da semana passada, Argel Fucks ainda era o técnico do Tigre ele retorna para conhecer Mazola Júnior já no dia da estreia do treinador frente ao Juventude. Quando escalado por Argel contra Joinville e Hercílio Luz, no Catarinense, Vinícius sabia que vinha sendo monitorado pela CBF, culminando com a convocação que veio dias depois.
Ele afirmou na entrevista coletiva de sábado que acredita na boa herança que recebe ao assumir o Criciúma, mesmo diante de uma histórica campanha negativa do Criciúma. E o verbo da véspera foi tornado prático no treino da manhã de ontem no CT. Mazola Júnior está mesmo montando o time tricolor à semelhança daquilo que, nominalmente, vinha sendo feito por Argel Fucks, que deixou o clube na quarta-feira passada.
"Vou herdar um trabalho muito bem feito, o Argel é muito bom treinador", disse Mazola. "Vamos procurar seguir aquele trabalho que já vinha sendo feito pelo Argel", lascou em seguida o novo técnico.
No treino ele escalou novidades por conta das perdas do zagueiro Sandro, lesionado, e do meia Elvis, suspenso. Ele não terá Lucas Coelho também, depois de dizer que o atacante "foi um dos grandes responsáveis pelo acesso do Avaí à Série A a dois anos". Lucas está fora por lesão.
O time que Mazola esboçou para encarar o Juventude foi Luiz, Sueliton, Nino, Fábio Ferreira e Marlon, Liel, Eduardo e Alex Maranhão, Mailson, Zé Carlos e João Paulo. Durante a atividade colocou Jean Mangabeira na vaga de Eduardo, fechando um pouco mais o time, e fez entrar Andrew na vaga de Mailson. É por aí a equipe que faz o apronto hoje às 9h e parte para a partida de amanhã às 21h30min no Heriberto Hülse.
Por Denis Luciano
14/05/2018 - 00:30 Atualizado em 14/05/2018 - 00:48
Até hoje, são 134 dias em 2018. E o Criciúma está no seu quarto treinador. Ou seja, em média cada técnico teve 33,5 dias para trabalhar. Um mês e um bocadinho. E nesses 134 dias já foram 25 jogos. Ou seja, uma partida a cada cinco dias. Como fazer um time dar certo assim? O Criciúma escreve um forte currículo de drama e com cheiro de rebaixamento no ar. Fez um sofrível Catarinense, do qual só escapou de um trágico rebaixamento graças ao sprint final, desempenhou uma péssima Copa do Brasil, sendo eliminado em casa perante ao Cianorte, time da quarta divisão nacional, e o Brasileiro é abaixo da crítica, o pior da história tricolor.
No ano passado, o Criciúma chegava à sexta rodada com um empate e quatro derrotas, tinha apenas um ponto e já havia trocado de técnico depois da terceira: Deivid por Luiz Carlos Winck. E foi com Winck que, no sexto jogo, o Criciúma ganhou o primeiro, sobre o CRB em casa. Um magro e salvador 1 a 0 depois das derrotas para Santa Cruz, Oeste, América (MG) e Juventude e do empate com o Luverdense. Esse ano já é pior, com os revezes diante de Atlético (GO), Ponte Preta, Coritiba, CSA e Guarani.
Se trocar de técnico resolve, não é o que vem acontecendo, ao menos por enquanto, neste Criciúma tão instável. Contratado no dia 11 de dezembro do ano passado como a convicção do Tigre para um bom início de ano, Lisca teve autonomia, indicou jogadores - a vinda de Siloé, por exemplo, foi obra dele... - e foi para o Estadual. Durou quatro jogos. "Nunca vi técnico abandonar o time na reza", chegou a queixar-se tempos depois o presidente Jaime Dal Farra. Perdeu para o Figueirense, ganhou do Concórdia, empatou com a Chapecoense mas os 3 a 0 para o Tubarão e um banho de bola fora de casa derrubaram o treinador. Lisca saiu com quatro jogos, 33% de aproveitamento e apenas 49 dias de trabalho, 29 em 2018.
Em 30 de janeiro, no dia seguinte à queda de Lisca, assumiu Grizzo. O interino foi ficando até 22 de fevereiro. Teve tempo de comandar o time por sete jogos. Ganhou apenas um, num sufoco contra o Joinville em casa. Empatou quatro, contra São Caetano, Inter de Lages, Hercílio Luz e na queda na Copa do Brasil frente ao Cianorte, sua última partida. E perdeu duas, para Brusque e Avaí. Terminou a interinidade com 33% de aproveitamento, o mesmo de Lisca. Durou 24 dias no comando técnico.
Veio Argel, anunciado em 22 de fevereiro. Estreou perdendo para o Figueirense, no primeiro dos seus 14 jogos. Ganhou do Concórdia, perdeu para a Chapecoense, ganhou Zé Carlos de reforço, empatou com Brusque e Tubarão e continuou deixando a torcida preocupada. Afinal, já corria o segundo turno e o Criciúma só havia vencido o Concórdia, duas vezes, e o JEC, uma. Mais nada. O risco de cair no Estadual era iminente. E mesmo já com Sueliton e Marlon nas laterais a essa altura, Argel continuava pedindo reforços.
Chegou Fábio Ferreira, e com ele o Criciúma ganhou as quatro últimas, livrou-se do descenso e deixou no ar uma leve impressão de que tudo seria melhor no Brasileiro. O Tigre terminou o Catarinense ganhando de Avaí fora, Inter de Lages em casa, Joinville fora e Hercílio Luz em casa. Mais um pouco e teria até alcançado a decisão. Não merecia, claro, tanto que fechou em quarto, mas cheirou a rebaixamento quase que no campeonato todo.
No Brasileiro, ganhou mais dois reforços, Liel e Nicolas. Veio Leandro Melo ainda, do Hercílio Luz. Os outros dois do Tubarão e Caxias. Era o Criciúma modesto. E as cinco derrotas seguidas confirmaram essa modéstia. Houve as falhas de Andrew e Luiz na derrota em Goiânia (Atlético 3 a 2), os erros de rebote, de marcadores e de Luiz em Curitiba (Coritiba 2 a 1), e a tragédia diante do CSA, com gol contra de Nino (CSA 3 a 1), culminando com derrota em Campinas (Guarani 1 a 0) na qual Argel, já dando sinais de desgaste absoluto com o elenco, admitia a limitação e dizia que "o esquema não tinha culpa por a bola passar debaixo do pé e bater na canela".
Não tinha mais clima, e o retorno de Campinas na quarta, com ele descendo primeiro do avião e desgarrado de todos os demais, mostrava que o isolamento terminaria em saída. Foi questão de poucas horas para o martelo ser batido e Argel encerrar com 40,4% o seu aproveitamento no Criciúma. De 23 de fevereiro a 9 de maio, Argel foi técnico do Criciúma por exatos 76 dias.
Dos 25 jogos que o Criciúma fez até aqui em 2018, ganhou apenas 7, 5 com Argel, 1 com Grizzo e 1 com Lisca. Agora é tudo com Mazola Júnior, que vai estrear no Criciúma em seu quarto dia de trabalho no clube. Fazer o que em tão pouco tempo? Saberemos amanhã, 21h30min. Ah, fui desafiado a calcular o aproveitamento do Tigre com o presidente Jaime Dal Farra. Isso é assunto para breve. Enquanto isso, abaixo um resumo disso tudo com os técnicos e seus tempos de trabalho e números de 2018 no tricolor.
Por Denis Luciano
12/05/2018 - 19:20 Atualizado em 12/05/2018 - 19:23
"Um profissional com experiência na Série B e que vem agregar bastante". Assim o diretor de futebol Nei Pandolfo definiu Mazola Júnior ao apresentá-lo no fim da tarde deste sábado, no CT do bairro Cristo Redentor, como novo treinador do Criciúma. "Vou herdar um trabalho muito bem feito. O Argel é muito bom treinador", afirmou. "Os resultados foram injustos mas no futebol o que conta é o resultado".
Mazola avalia o elenco e já vai para a estreia na terça, contra o Juventude no Heriberto Hülse. A princípio, não vem reforços nem ocorrerão dispensas. Ele evitou especular esquema de preferência, e aproveitou para fazer uma brincadeira. "Gosto do 10-1 e vou tentar o 11-0 aqui". Será presságio de um ofensivismo? A aguardar. Neste domingo ele já comanda treino pela manhã. Ele ainda não pediu reforços. "Não, mas sei que tem negociações em andamento. Tenho que dar confiança aos que estão aqui".
Embora o Goiás não esteja disposto a liberar o zagueiro Raphael Silva e o atacante Lucão, o Criciúma ainda tenta as contratações, em especial do defensor. "A gente ainda tenta, mas temos zagueiros aqui e o Raphael não é o único zagueiro do Brasil", comentou o superintendente Róbson Izidro.
Liel, Wallacer, Zé Carlos e Elvis são jogadores do elenco tricolor com os quais Mazola já trabalhou. "Eu não conheço mais a fundo a molecada, mas sei que tem um trabalho de base muito bem feito". Elvis será desfalque na estreia do treinador na terça. Cumprirá suspensão. Zé Carlos foi bastante elogiado. "Ele precisa estar bem com ele mesmo. Mas nessa divisão tem poucos goleadores como ele". O treinador citou, ainda, Lucas Coelho e João Paulo como opções de referência. "O Lucas foi um dos grandes responsáveis pelo acesso do Avaí há dois anos", disse.
Mazola chega acompanhado do auxiliar Marcelo Dias, ex-técnico do Votuporanguense e Comercial no interior de São Paulo, e do preparador físico Roni Silva, que é catarinense de Florianópolis. "O meu perfil bate muito com o perfil do Criciúma", garantiu. Ele está em Criciúma desde ontem à noite. Teve várias conversas com o presidente Jaime Dal Farra e demais dirigentes até bater o martelo hoje no começo da tarde. "Foram conversas muito boas", garantiu Izidro. "Precisamos dar confiança a esse grupo, normal que tenha perda de confiança depois de cinco derrotas".
"Peço ao torcedor que compareça. Sei que o horário é ruim mas todas as vezes que joguei aqui, muitos jogos a torcida ganhou o jogo, ou virou jogo", lembra o técnico. O Criciúma prometeu lançar, neste domingo, promoções para a partida diante do Juventude. "Não vejo o Criciúma abaixo das outras equipes, sinceramente", conclui. Ele assume o treinador em penúltimo lugar na Série B com zero. Não foi ultrapassado pelo lanterna Boa Esporte graças à derrota dos mineiros para o CSA por 1 a 0.
Ouça a entrevista coletiva de Mazola Júnior no podcast abaixo.
Por Denis Luciano
12/05/2018 - 17:16 Atualizado em 12/05/2018 - 17:23
Finalmente o técnico Luiz Carlos Winck se pronunciou sobre o convite que recebeu na quinta-feira para assumir o Criciúma, depois da demissão de Argel Fucks. "Para eu ir tem que ser da minha maneira e muito acima", disse, ao repórter Pedro Petrucci, da Rádio Caxias. "Eu perdi muito dinheiro (não indo para o Criciúma). O torcedor tem que entender isso e apoiar". O treinador foi além, dizendo que "se fosse outro teria ido embora ainda na sexta-feira".
Winck falou a pouco, após a vitória do Caxias sobre o Nova Iguaçu por 1 a 0, no Rio de Janeiro, pela quarta rodada da Série B. O anúncio de Mazola Júnior pelo Criciúma no começo da tarde fez a torcida grená respirar aliviada, já que Winck vem fazendo bom trabalho no clube gaúcho que busca acesso à Série C do Brasileiro. "É o meu carinho e respeito e amor pelo Caxias", disse. "O Zé Setti (José Setti, diretor de futebol do Caxias), é meu amigo, conversei mesmo com ele na quinta e disse que para sair teria que ser algo muito diferente". Ouça abaixo a entrevista de Luiz Carlos Winck à Rádio Caxias neste sábado.
Luiz Carlos Winck era o preferido da diretoria do Criciúma depois da saída de Argel. Esbarrou na questão financeira. Especulações indicam que o Criciúma estaria disposto a pagar R$ 50 mil e o técnico do Caxias teria pedido R$ 65 mil. Mazola Júnior, o contratado neste sábado, era a segunda opção. Chegou ontem à noite na cidade e hoje acertou e já comandou o primeiro treino. Fará sua estreia terça-feira, em casa, contra o Juventude.
Por Denis Luciano
12/05/2018 - 16:44 Atualizado em 12/05/2018 - 16:52
O técnico Mazola Júnior já foi adversário do Criciúma sete vezes. Foram sete ocasiões em que o agora novo treinador do Tigre esteve do outro lado. Na mais recente delas, uma curiosidade. em 23 de setembro do ano passado, no estádio Rei Pelé, Mazola estreava em sua segunda passagem pelo CRB jutamente contra o Criciúma. Foi em um sábado em Maceió e o Tigre levou a melhor, ganhando por 2 a 1. O CRB ainda saiu na frente naquela partida, com um gol do meia Elvis, hoje no Criciúma. O tricolor virou o placar com um gol contra de Neto Baiano e um de Silvinho. Beto Campos era o técnico do Criciúma. Mais curioso ainda, Beto também estreava naquela tarde.
Em 2016, pelo CRB, Mazola enfrentou o Criciúma duas vezes. Empatou em 1 a 1 no Heriberto Hülse e ganhou por 2 a 1 em Maceió. Roberto Cavalo comandava o Criciúma nas duas ocasiões e, no jogo em Alagoas, Elvis anotou o gol do Tigre.
Em 2015, também no CRB, Mazola enfrentou o Criciúma em outras duas ocasiões. Perdeu por 2 a 1 no Majestoso e ganhou por 3 a 1 no Rei Pelé. Zé Carlos marcou um gol em cada um dos confrontos pelo time alagoano. Roberto Cavalo treinava o Tigre no jogo em Criciúma e Petkovic era o técnico em Maceió.
Mazola foi adversário do Criciúma, ainda, em um jogo emblemático. Naquela vitória do Tigre por 3 a 2 na Série B de 2012, no Majestoso, Mazola estava do outro lado. Aquela foi uma das arrancadas do tricolor rumo à Série A. Em 2011, com Mazola no Sport, ele empatou em 0 a 0 com o Criciúma na Ilha do Retiro. Naquele ano ele subiu com o time pernambucano para a Primeira Divisão.
Por Denis Luciano
12/05/2018 - 16:40 Atualizado em 12/05/2018 - 16:42
Pelos menos dois jogadores do atual elenco do Criciúma conhecem bem o técnico Mazola Júnior: o atacante Zé Carlos e o meia Elvis. Zé chegou a dizer certa vez, em uma entrevista, que Mazola havia sido um dos melhores treinadores com quem trabalhou na carreira.
Zé foi jogador de Mazola no CRB nas duas passagens do treinador pelo clube de Maceió, em 2016 e 2017. Na primeira oportunidade, estreou no clube no segundo semestre daquele ano e marcou nove gols, sendo artilheiro do time no Brasileiro. O CRB foi sétimo naquela Série B.
Elvis fez a Série B do ano passado com Mazola a partir da chegada do treinador, em setembro. Mailson não chegou a jogar com o treinador. Ele rescindiu em julho para se transferir para o futebol da Coréia do Sul.
Por Denis Luciano
12/05/2018 - 16:19 Atualizado em 12/05/2018 - 16:22
Uiles Gonçalves Geraldo de Freitas Júnior, o Mazola Júnior, foi anunciado na tarde deste sábado. É o novo treinador do Criciúma. O Tigre ficou sem técnico desde a noite de quarta-feira, quando demitiu Argel Fucks após a quinta derrota em cinco jogos na Série B. Mazola assume o Criciúma em penúltimo e talvez em último lugar, caso ainda hoje o Boa Esporte pontue contra o CSA em Maceió.
Mazola é paulista de Campinas e tem 53 anos. Começou a carreira em 2009 no Ituano, do qual saiu em 2010 após participar da Série D do Brasileiro e Campeonato Paulista. Em 2010 transferiu-se para o Sport Recife, para comandar as categorias de base. Assumiu interinamente a equipe principal quando da demissão do técnico Hélio dos Anjos, permanecendo 11 jogos na função. Depois foi substituído por Paulo César Gusmão, retornando à base.
Em 2011 teve uma grande chance e aproveitou. Na reta final da Série B, com a saída de PC Gusmão, ele assumiu o Sport para tentar confirmar ou não o acesso à Série A. E deu certo. Chegou lá com uma vitória dramática na última rodada, 1 a 0 sobre o Vila Nova em Goiânia. Permaneceu para o Estadual do ano seguinte, sendo vice-campeão em Pernambuco perante ao Santa Cruz, acabou demitido.
Assumiu em seguida o Ipatinga. Com sete derrotas seguidas, caiu do clube mineiro. Foi contratado pelo Bragantino em dezembro de 2012, pelo qual ficou em décimo lugar no Paulistão de 2013. Saiu na Série B. Mazola partiu então para o Cuiabá, pelo qual fez a Série C do Brasileiro, sem acesso.
Salvou o time do Mato Grosso do descenso e chamou a atenção do Paysandu, no qual chegou no começo de 2014. No Papão permaneceu um semestre, entregando o cargo após sua família sofrer ameaças de morte. Mantinha até então boa campanha. Teve rápida passagem pelo Bragantino, e retornou ao Paysandu ainda em 2014. Reassumiu o time ainda na primeira fase da Série C, assegurando vaga à segunda etapa e, ao desbancar o Tupi, garantiu acesso à Série B de 2015.
Embora badalado e bem cotado com o acesso, saiu do Paysandu em dezembro de 2014 e, no começo de 2015, foi contratado pelo Botafogo de Ribeirão Preto. Outra curta passagem. Assumiu então o CRB pela primeira vez. Fez a Série B de 2015 e repetiu a dose em 2016. Nesse meio tempo, sagrou-se campeão estadual em Alagoas mas deixou o clube no fim da temporada, após 102 jogos no clube.
Começou 2017 no Vila Nova. Com o vice-campeonato em Goiás acabou dispensado. Voltou então para o CRB em setembro do ano passado, garantindo a permanência do time de Alagoas na Série B, depois de acirrada briga contra o descenso. Saiu do clube de Maceió em abril, após perder o Estadual para o rival CSA e começar a Série B com uma derrota para o Oeste por 2 a 0 em São Paulo.
Chega ao Criciúma para fazer seu primeiro trabalho no sul do Brasil. Estreia no Tigre terça-feira, em casa, contra o Juventude.
Mazola Júnior, 53 anos
Nascido em 28/2/65 em Campinas (SP)
Clubes: Ituano, Sport, Ipatinga, Bragantino, Cuiabá, Paysandu, Botafogo (SP), Vila Nova e CRB
Título: Campeão alagoano de 2016 pelo CRB
Acessos: Sport Recife para a Série A em 2011 e Paysandu para a Série B em 2014
Por Denis Luciano
12/05/2018 - 15:47 Atualizado em 12/05/2018 - 16:59
O Criciúma finalmente anunciou seu novo técnico. É Mazola Júnior, que está agora comandando seu primeiro treino e será apresentado em seguida da atividade.
Mazola Júnior se tornou opção depois que não houve acerto com Luiz Carlos Winck, que era o preferido maa faltou acerto financeiro.
No currículo Mazola tem acessos à Série A com o Sport em 2011 e à Série B com o Paysandu em 2014. Em 2016 foi campeão alagoano no CRB. Depois de uma saída, voltou ao CRB em setembro do ano passado e acabou desligado em abril após derrota para o Oeste por 2 a 0 na primeira rodada do Brasileiro.
Mazola estreia no Tigre terça, em casa, contra o Juventude.
Desastre industrial de maior impacto da história brasileira, o rompimento da barragem de Fundão, no subdistrito de Bento Rodrigues, a 35 quilômetros de Mariana, gera prejuízos até hoje e em um amplo raio a partir daquela região, no interior de Minas Gerais. O acidente ocorreu em 5 de novembro de 2015, jogou 62 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração no rio Doce em seus mais de 600 quilômetros que abrangem 230 municípios de Minas e Espírito Santo. Especialistas apontam o efeito desses rejeitos chegando até o Oceano Atlântico vão ser percebidos por até um século.
Mas o rompimento da barragem impacta diretamente a vida de muita gente aqui em Linhares. "São dez mil pessoas atingidas diretamente", calcula o prefeito. "Somente no distrito de Redenção, onde o rio desemboca no mar, são 4 mil pescadores que ficaram sem atividade'", lamenta Zanon.
Com o prefeito conversamos, também, sobre os segredos de uma cidade que, a despeito desse grave problema ambiental, vem atraindo empresas. A Brametal aqui está e estará até ano que vem com 1,2 mil funcionários, tem a Marcopolo, a Wegg e a Librelato, de Orleans, está chegando aqui. Essas reflexões e informações no bate papo com o prefeito de Linhares você ouve no podcast abaixo.
Por Denis Luciano
11/05/2018 - 07:55 Atualizado em 11/05/2018 - 08:05
Linhares está no norte do Espírito Santo. Aqui chegamos na tarde de ontem. É meio do caminho entre Vitória, a capital capixaba, e o sul da Bahia, do qual estamos a cerca de 150 quilômetros. É uma cidade simpática, organizada, limpa e bastante horizontal. Não há aqui tantos prédios quanto em Criciúma, mas há um progresso no ar que nos faz pensar.
E os números estão aí a indicar. Linhares é hoje a quinta melhor cidade entre as de porte médio do Brasil em desenvolvimento humano e industrial. E isso apontado por levantamento da Revista IstoÉ. A Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) aponta Linhares como a melhor do Espírito Santo e a cidade 53 do Brasil em desenvolvimento e geração de empregos.
Mas qual o segredo? Atrair empresas. Nas últimas duas décadas vieram para cá a criciumense Brametal, a Wegg, de Jaraguá do Sul, a Marcopolo, de Caxias do Sul, e a próxima é a Librelato, de Orleans, fora outras indústrias. Essas são algumas que o município buscou no sul do Brasil para diversificar a sua economia.
Mas e o que Linhares tem a oferecer? "Logística. Temos porto a 30 quilômetros, estamos com ordem de serviço para um aeroporto com pista de 1,9 mil metros, estamos em um raio de 1,2 mil quilômetros onde se encontra 80% do mercado consumidor do Brasil. A geografia ajuda", explica o prefeito Guerino Zanon (PMDB), que cumpre seu quarto mandato. É bastante popular por aqui.
Foi ele que, há 20 anos, aportou em Criciúma e conversou com o empresário Ricardo Brandão. Na ocasião, o explicou o quanto seria vantajoso ampliar suas operações para esta região visando alcançar os mercados do norte, nordeste e centro-oeste. Claro que há incentivos fiscais. "Mas o incentivo não pode ser o principal, pois ele não é duradouro", lembra.
Outro trunfo de Linhares é ser o primeiro município mais ao sul de todo o torrão componente da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), um organismo federal que oferece amparo para fomento dessa região que parte daqui para todos os estados nordestinos.
E a Brametal? É a nossa razão de estar aqui. Hoje, em ato às 11h na planta industrial de Linhares, a empresa inaugura a ampliação da sua já gigante unidade. São 850 funcionários, que chegarão a 1,2 mil até o fim do ano que vem, que já trabalham com a maior produção da América Latina e a terceira do mundo de torres de energia elétrica. São torres de até 70, 80 metros que ali são testadas e dali saem para distribuir energia elétrica Brasil afora, e demais equipamentos para subestações de energia.
"Para diversificar isso, e não ficar apenas com as torres, entramos em um novo mercado. Estamos fazendo postes monotubulares e suportes para painéis de energia solar", explica Ricardo Brandão, o presidente do Conselho de Administração da Brametal, que tem sua unidade 1 em Criciúma, tem Linhares e está em Sabará, Minas Gerais, onde comprou uma fábrica em dezembro de 2017. "Nossa meta é duplicar a receita da empresa até 2024", almeja Brandão.
O incentivo fiscal é tão decisivo para atração de empresas? "Representaram parte da nossa decisão lá em 1998", conta o empresário. Ocorre que, há vinte anos, ele procurou o governador Esperidião Amin. A meta era fazer em Criciúma o que a Brametal fez em Linhares. Não teve muito respaldo. "O nosso mercado de grandes obras já estava no norte e nordeste, nossa matéria prima ia do Rio de Janeiro para o sul e tinha que retornar. Só o frete, em 1999, representaria uma redução em 10% no custo do produto final. Aí vieram os incentivos e a empresa não teve o que pensar. Viemos para o Espírito Santo".
Somente em Linhares, atualmente a Brametal produz 7,5 mil toneladas de estruturas por mês e, juntamente Criciúma mais Sabará, vai a 11 a 12 mil toneladas mês. "O mercado de torres no Brasil tem hoje de 120 a 140 mil toneladas ano. Teoricamente, a Brametal poderia suprir todo o mercado do Brasil. Hoje respondemos por 70 a 80%", contabiliza.
Mas Brandão, enquanto empreendedor, não está muito otimista com o futuro próximo do Brasil. "O momento político é de falta de lideranças que possibilitem a saída do Brasil dessa crise, pelo menos no curto prazo. Independente de quem venha a ser o presidente, eu sou um pouco pessimista sobre sanar esses problemas tão graves que nos afetaram nos últimos anos, mas no médio prazo eu sou otimista pois o nosso país é gigante e altamente viável", conclui. Abaixo, ouça a nossa entrevista com Ricardo Brandão.
A nossa cobertura está indo ao ar na Rádio Som Maior - hoje pautará edição especial do Jornal das Nove -, e sendo veiculada no jornal A Tribuna, com matérias hoje e amanhã.
Natural de Rio Grande (RS), onde começou no rádio esportivo em 1995 e trabalhou nas rádios Cultura Riograndina e Cassino. Em 2001 migrou para a Rádio ABC de Novo Hamburgo. De 2001 a 2006 atuou na Rádio Guaíba de Porto Alegre. Em 2006 transferiu-se para a Rádio Bandeirantes, de Porto Alegre. Migrou para Criciúma em 2007, onde atuou na Rádio Eldorado e teve primeira passagem na Rádio Som Maior em 2013, para a qual retornou em 2018. Atuou nas TVs Guaíba (de Porto Alegre), Litoral Sul e RTV de Criciúma. Atualmente é comentarista da NSC TV Criciúma. Graduou-se em Jornalismo pela Faculdade Satc. Trabalha com jornalismo online desde 2001.Conheça outros Blogs