Os tempos eram outros, a seleção brasileira não jogava com a frequência de agora e os jogos eram esperados com ansiedade pela torcida que tinha certeza de ver em campos muitos dos principais jogadores em atividade no país.
Para que todos tenham ideia, após o Mundial de 1954 na Suíça com o Brasil desclassificado nas quartas de final derrotado pela Hungria no dia 27 de junho, a seleção voltou aos gramados somente no dia 18 de setembro do ano seguinte, quer dizer quase 15 meses após a disputa da Copa do Mundo.
Entre partidas oficiais contra Chile e Paraguai valendo as taças Bernardo O’Higgins e Osvaldo Cruz, o Brasil disputou um sul-americano extra no Uruguai terminando em quarto lugar.
Logo após foi realizado um Campeonato Pan-Americano no México com o Brasil campeão sendo representado por uma seleção gaúcha.
Em seguida a seleção principal realizou dois amistosos contra Atlético Mineiro e combinado pernambucano para logo após cumprir um roteiro de amistosos pela Europa.
Venceu Portugal, Áustria e Turquia, empatou com Suíça e Tchecoslováquia e foi derrotada pela Itália. Mas o grande desafio viria no último jogo da excursão.
Enfrentar a Inglaterra em pleno Estádio de Wembley era o sonho de qualquer jogador. A seleção treinada por Flávio Costa que reassumiu o cargo, pois havia sido demitido após o fracasso de 1950, foi à campo com Gylmar (Corinthians), Djalma Santos (Portuguesa), Pavão (Flamengo), Zózimo (Bangu) e Nilton Santos (Botafogo); Dequinha (Flamengo) e Didi (Botafogo); Paulinho (Flamengo). Álvaro (Santos), Gino e Canhoteiro (ambos do São Paulo).
A Inglaterra venceu por 4x2 com Paulinho e Didi marcando para a seleção brasileira. Três anos depois viria o troco com a vitória do Brasil por 2x0 no Maracanã.
Entre estes dois jogos, Brasil e Inglaterra empataram em 0x0 na Copa do Mundo de 1958 na Suécia.